O SindHosp lança o livro “Vírus Mortal: Os Hospitais Privados Paulistas, o SindHosp e a Pandemia da Covid-19” em cerimônia realizada no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo. Na ocasião, o Sindicato, por iniciativa do vereador Paulo Frange, foi homenageado pelos 85 anos de fundação, completados em 2023. “Mesmo sendo o maior sindicato patronal da saúde na América Latina e com mais de oito décadas de experiência, o SindHosp, com o advento da pandemia, também se deparou com uma crise de proporções inimagináveis e desafios até então inéditos”, lembra o presidente do SindHosp, Francisco Balestrin.
Para manter a opinião pública informada sobre a realidade vivenciada pela rede privada de saúde paulista no enfrentamento ao coronavírus (os dados até então eram restritos à realidade do setor público) e tentar transformar em números e estatísticas as dificuldades enfrentadas pelos hospitais na assistência aos doentes, o Sindicato começou a realizar pesquisas junto ao setor representado. Os 30 levantamentos sobre a situação da Covid-19 nos hospitais privados paulistas, realizados entre 2020 e 2022, permitem acompanhar, por exemplo, as curvas ascendentes e descendentes das taxas de ocupação dos leitos clínicos e de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), do tempo médio de internação, faixa etária dos internados, problemas paralelos vivenciados pelas instituições hospitalares, entre outros indicadores.
Crise de proporções inimagináveis
Durante o lançamento do livro, Balestrin falou sobre os desafios que o SindHosp enfrentou durante a pandemia da covid-19. “O SindHosp se deparou com uma crise de proporções inimagináveis e questões até então inéditas. De início, a preocupação foi manter as empresas paulistas prestadoras de serviços de saúde sob sua representação informadas, diante da avalanche diária de informações recebidas pelos três níveis de governo. No mês em que a pandemia começou a se alastrar pelo país, ou seja, há exatos 4 anos, faltavam Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para os profissionais da linha de frente, álcool em gel, respiradores mecânicos, kits para a realização de exames e vários estabelecimentos denunciaram ao SindHosp a falta e, principalmente, o aumento abusivo nos preços de medicamentos e materiais”.
“Com o objetivo de transformar em números e estatísticas os problemas vivenciados pelos hospitais na assistência aos doentes, manter a opinião pública informada e buscar soluções no mercado e junto às autoridades das três esferas de governo no menor tempo possível, o SindHosp deu início a uma série de pesquisas sobre a situação da covid nos hospitais privados paulistas”, lembrou Francisco Balestrin. “Os 30 levantamentos realizados entre o segundo semestre de 2020 e o final de 2022 permitiram acompanhar vários indicadores, como as curvas ascendentes e descendentes das taxas de ocupação dos leitos clínicos e de unidades de terapia intensiva, do tempo médio de internação, faixa etária dos internados, entre outros. Aproveito para agradecer a todos os 272 hospitais, reconhecidos pelo SindHosp como entidades valorosas parceiras, pela participação maciça e constante nas pesquisas. Além dos resultados e gráficos comparativos dos levantamentos e um relato completo sobre a pandemia, o livro é um registro da memória do que o setor privado paulista vivenciou e encarado pelo SindHosp como um compromisso social”.
Propostas e depoimentos
O livro relata a trajetória e as iniciativas de uma entidade sindical durante a pior crise sanitária em 120 anos. Além dos resultados e gráficos comparativos das pesquisas realizadas pelo SindHosp ao longo da pandemia, ele traz um raio X da crise, como sua evolução e involução, a situação da assistência hospitalar no início do surto, o papel dos hospitais de campanha, o represamento assistencial, o desenvolvimento das vacinas, os impactos sociais e econômicos, detalha a Proposta Saúde São Paulo e mostra a importância dos movimentos solidários que fizeram a diferença em prol da população mais vulnerável.
A obra traz depoimentos de algumas personalidades, como do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; do ex-ministro da Saúde, Arthur Chioro; do presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Eduardo Fernandes; da pesquisadora e membro da Academia Nacional de Medicina, Margareth Pretti Dalcolmo; da diretora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Eloisa Bonfá; e do CEO da Rede D’Or, Paulo Moll,
Entre os objetivos do SindHosp com a publicação destacam-se: contribuir para que os problemas do SUS e do complexo produtivo e econômico da saúde durante a crise sanitária não sejam esquecidos; fomentar discussões para a busca de soluções definitivas para questões estruturais do sistema de saúde brasileiro (incluindo o setor suplementar); estimular as pesquisas nacionais; e promover o desenvolvimento do parque industrial e tecnológico do país, através de políticas públicas que insiram o setor saúde em uma agenda de desenvolvimento econômico e social.