A Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed) promoveu, em 16 de maio, um debate que mexe em uma das principais feridas da área da saúde: o relacionamento entre a indústria médica e os profissionais do setor. Denominado “Indústria e profissionais de saúde: caminhos para a transparência – A legislação americana, o Sunshine Act, é uma opção para o Brasil?”, o evento reuniu representantes médicos, de planos de saúde, hospitais e da própria indústria. A mediação ficou a cargo do jornalista William Waack.
A legislação, que vigora desde 2013 nos EUA e foi pensada durante o Obamacare, tem como objetivo tornar essa relação mais ética e transparente, especialmente quando envolve vínculos financeiros. “Dar transparência às relações na cadeia de saúde é uma tônica do trabalho da Abimed. Esse debate trará importantes subsídios para aperfeiçoar os relacionamentos no segmento que envolve a indústria e os profissionais de saúde, inclusive sobre uma possível legislação que os regulamente. Essa interação é fundamental para a pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e para o uso seguro e eficiente das que já existem, por isso é importante que seja transparente e ética”, destacou Carlos Goulart, presidente-executivo da Abimed, em sua fala de abertura.
A advogada americana e consultora de empresas para questões ligadas ao Sunshine Act, Katie Pawlitz, foi convidada para apresentar a lei e suas benefícios. Segundo ela, nos Estados Unidos, o ganho foi imenso. "Para participar, há um comprometimento dos hospitais e das indústrias em relatarem o governo o valor do insumos gastos e pagos. Anualmente fazemos uma revisão de todos os valores para checar o que está dentro de um padrão aceitável. O ganho para a saúde foi enorme, pois a população tem uma informação atualizada, garantindo transparência e responsabilidade, um compromisso de levar o melhor atendimento a preços justos, sem desperdício".
Para Katie, o Brasil é um excelente candidato a receber o Sunshine Act. "O Brasil já é uma grande potência e acreditamos que com a legislação poderia se tornar mais transparente, mais confiável e alavancar a saúde. Com essas informações disponíveis para consulta pública, de modo online, todos ganham".
Fonte: Rebeca Salgado
Fotos: Leandro Godoi