Atenção domiciliar é tema de fórum em São Paulo

Evento debateu a realidade atual do setor de home care

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Não é de hoje que hospitais, operadoras de saúde e famílias travam batalhas na rede de atenção domiciliar. A falta de informação, os custos de atendimento e as necessidades do paciente fazem com que o serviço de home care fique cada vez mais em pauta no setor saúde. No 1º Fórum de Negócios para a Cadeia de Atenção Domiciliar, realizado em 6 de agosto em São Paulo, o tema esteve mais uma vez em debate. Como lidar com a desospitalização e a humanização do paciente crônico, qual legislação pode embasar esses cuidados e qual a responsabilidade dos personagens citados na primeira linha também foram assuntos pertinentes da discussão.
 
“O conceito de desospitalização do paciente tem de aparecer como uma extensão do tratamento hospitalar do doente crônico, sendo na verdade um elo para união do pensamento dos médicos, familiares e planos de saúde, sabendo que o atendimento em home care tem começo, meio e fim”, afirmou Luiza Dal Ben, diretora do SINDHOSP e da FEHOESP, que participou do talkshow “Desospitalização: Uma forma de humanizar a recuperação do paciente” representando a Dal Bem Home Care. “Hoje em dia vemos uma evolução muito grande quando o assunto é atenção domiciliar, mas ainda é preciso evoluir mais, principalmente quando o assunto é a falta de legislação vigente para essa área. Precisamos de algo específico”, completou.
 
Para Christina Ribeiro, gerente médica de home care do Hospital Israelita Albert Einstein, os hospitais devem se preparar melhor para essa nova realidade, além de realizar um trabalho mais ligado às operadoras de saúde e às famílias para tomada de decisão. “Estamos há quase 8 anos realizando um trabalho com os pacientes crônicos no Einstein para verificar o risco de longa permanência na internação. Nossos auxiliares e técnicos de enfermagem ficam em constante contato com os médicos e familiares para alertar a possibilidade da atenção domiciliar. A Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) realiza diversos estudos apresentando uma aumento no tempo de internação de pacientes que muitas vezes nem precisariam estar dentro do hospital, portanto, buscamos sempre alternativas complacentes com os cuidados necessários e fazemos uma avaliação completa da necessidade de cada doente crônico”, explicou.
 
Outro participante do talkshow foi Márcio Gerzely, superintendente técnico da Golden Cross. Segundo ele, outra dificuldade atual do setor é a exigência da seletização dos profissionais que estão em contato com o home care. “Já há um pedido da Procuradoria Geral da União para que os profissionais de enfermagem sejam seletizados e isso traz um aumento nos custos finais do serviço”, abordou. “A fiscalização já atua há quase dois anos em cima desta nova regra”, afirmou Dal Ben, “o maior problema que vemos é que em hospitais, um profissional capacitado muitas vezes atende a cinco, seis pacientes por vez. No home care a assistência é invertida. Devido a necessidade de um atendimento multiprofissional, muitas vezes temos cinco ou seis profissionais para um paciente, o que realmente encarece o serviço”, completou.
 
O evento ainda contou com a presença de representantes do Núcleo Nacional das Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar (NEAD), advogados da OAB de São Paulo, profissionais do curso técnico de enfermagem do Centro Universitário São Camilo e médicos geriatras que atuam em grandes hospitais da cidade para debater a judicialização e sustentabilidade em home care.  
 

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