Josiane Mota

Prédio do Charcot está esquecido há 4 anos

Fechado desde interdição do hospital psiquiátrico, imóvel vem se degradando e preocupa vizinhos Silvério Morais

Quem passa pelo km 12 da Rodovia Anchieta, Zona Sul, consegue avistar parte  do imóvel onde por mais de seis décadas funcionou o Hospital Psiquiátrico Charcot, fechado em 2008 após denúncias de maus-tratos aos internos. Localizado em uma área de aproximadamente 10 mil metros quadrados, na Vila Liviero, o prédio continua abandonado quatro anos depois da interdição, com um visual que nem de longe lembra uma casa de saúde.

 O DIÁRIO não teve acesso ao imóvel, que ocupa uma quadra inteira da Avenida Carlos Liviero. Os muros são altos, mas pela rua de trás dá para ver o mato tomando conta do terreno e as casas que formavam o hospital se degradando. Por meio de um portão enferrujado e cadeado, dá para ver a antiga recepção, com janelas quebradas. Um homem mora no local para evitar invasão. Particular, o imóvel era alugado para as associações que administraram o Charcot ao longo de 67 anos, com verba pública e doações. Segundo o segurança, o imóvel será vendido pelo dono, que não teve o nome revelado. Ele nunca aparece, conforme vizinhos, que também não sabem  de quem se trata. Há relatos de que estaria com impostos atrasados. A Prefeitura não confirma nem revela a quem pertence.

Os vizinhos lamentam o abandono e até têm saudade do Charcot. “Pelo menos era movimentado. Sempre tinha visitas e ambulâncias chegando”, diz Antônia Caparros, de 62 anos, há  quatro décadas  na Vila Liviero. O operador de prensa Valdecir Aparecido Pereira, de 45, diz que era comum ver internos pulando os muros. “O pessoal tinha medo”. Ivo Bernardo Nascimento, dono de um restaurante em frente ao ex-hospital, agora vê ratos e insetos saindo do imóvel abandonado. Ele também reclama da sensação de insegurança na quadra e gostaria de ver moradias construídas na área ou uma obra pública.  

Fonte: Jornal Bom Dia

Secretarias querem restrições para o acordo Amil-Medial

Cade vai receber a avaliação de que negócio resultará em concentração de mercado excessiva em algumas regiões

Secretarias ligadas aos ministérios da Fazenda e da Justiça recomendaram ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) que reprove parte da compra da Medial pela Amil nas cidades de São Paulo, Diadema e região de Mogi das Cruzes.

A aquisição, que custou à Amil R$ 612,5 milhões, foi anunciada no final de 2009 e tinha como um dos principais objetivos aumentar a participação da empresa na região metropolitana da capital.

Segundo a Folha apurou, a Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico) e a SDE (Secretaria de Direito Econômico) avaliaram que a fusão resultou em uma concentração de mercado muito grande nas zonas sul, central e parte da leste do município de São Paulo.

Isso poderia, segundo essas secretarias, diminuir a concorrência e prejudicar os clientes de plano de saúde e os prestadores de serviço.

Nesse caso, a recomendação ao Cade é que exija a venda dos ativos comprados da Medial, que incluem equipamentos, instalações, corpo técnico e material. Isso teria que ser repassado para uma terceira empresa, cuja participação de mercado não poderá superar os 20%.

As secretarias identificaram ainda concentração de mercado elevada nos municípios de Diadema e na região de Mogi das Cruzes.

No primeiro, o problema é que as duas prestadoras juntas detêm grande parte dos planos de pessoas físicas. Por isso, a recomendação é que seja vendida a carteira de beneficiários da Medial.

Já na região de Mogi das Cruzes, a preocupação é com a concentração resultante em laboratórios de análises clínicas, cujos ativos também teriam que ser vendidos.

Procuradas, as duas empresas disseram não ter tomado conhecimento do conteúdo dos pareceres e não quiseram comentar o caso.

A Seae e a SDE são as responsáveis por instruir os processos de fusão e aquisição e dão parecer com recomendações ao Cade, que tem poder de aprovar ou vetar.

Apesar de, na maioria das vezes, seguir as recomendações, o conselho não é obrigado a acatá-las.

A compra da Medial fez a participação da Amil em São Paulo passar de 7,9% para 15,1%. Em todo o Brasil, a fatia da empresa subiu de 6,2% para 10,1%.

Fonte: Folha de S. Paulo
 

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