O primeiro balanço do mercado brasileiro de saúde suplementar de 2015 revela estabilização nas contratações de planos de saúde. Até março, foram registrados 50,8 milhões de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares, o mesmo volume verificado em dezembro de 2014. A estabilização foi identificada a partir do levantamento inédito realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), com base nos dados que acabam de ser atualizados pelas operadoras de planos de saúde. O IESS constata que a variação em 12 meses registra crescimento de 2,1%, correspondendo a um acréscimo de 1 milhão de vínculos no período.
"Os números demonstram que o mercado de planos de saúde, apesar da queda de atividade econômica do País, ainda apresenta desempenho positivo", afirma Luiz Augusto Carneiro, superintendente-executivo do IESS. "A contratação de planos de saúde está relacionada ao mercado de trabalho e ao nível de renda da população. Mas, apesar da desaceleração da economia e do aumento do desemprego, o número de beneficiários de planos de saúde tem se mantido, o que mostra que esse é um mercado resiliente e que as empresas valorizam e preservam esse benefício aos trabalhadores."
O levantamento do IESS, que será divulgado na próxima semana no boletim "Saúde Suplementar em Números", indica que os planos coletivos empresariais responderam, em março, por 33,76 milhões de vínculos, oscilação de 0,1% comparativamente a dezembro de 2014 e com alta de 2,7% em relação a março de 2014. Os planos coletivos por adesão registraram -0,1% em relação a dezembro e alta de 1,8% se comparados ao mesmo mês do ano passado, ao passo que os planos individuais tiveram o comportamento de -0,1% em comparação a dezembro e alta de 1,3% em comparação a março de 2014.
Carneiro aponta que, em comparação aos dados de dezembro de 2014, o novo levantamento indica uma desaceleração do crescimento setor. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) acaba de revisar e corrigir os dados passados. Em dezembro de 2014 em comparação ao mês de setembro do mesmo ano, o crescimento total das contratações havia sido de 0,7%. Na mesma base comparativa, os planos coletivos empresariais cresceram 0,8%; os coletivos por adesão, 1,3%; e os individuais, 0,3%.
No entanto, o setor tem apresentado desempenho superior ao desempenho da economia. Nos últimos três trimestres de 2014 (dados mais recentes do IBGE) o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou decréscimos (-1,2%, -0,6% e -0,2%, respectivamente), na comparação em 12 meses, enquanto a saúde suplementar apresentou desempenhos positivos (2,7%, 2,7% e 2,1%, respectivamente).
"Os ajustes econômicos recentes na economia brasileira podem resultar num baixo desempenho do PIB em 2015, mas é possível que ainda assim a saúde suplementar apresente desempenho positivo", comenta o superintendente-executivo do IESS.
As informações do boletim Saúde Suplementar em Números se baseiam em dados do sistema da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que acabam de ser atualizados.