Para debater o atual cenário de financiamento do setor e os desafios para as próximas gerações, o Instituto Coalizão Saúde (ICOS), que tem a FEHOESP como uma das entidades fundadoras, reuniu, no último dia 9 de março, lideranças da saúde, no Centro de Debates de Políticas Públicas, na capital paulista. “Geramos mais de cinco milhões de empregos diretos. Só esse dado mostra que a saúde tem um alto valor para a produtividade do país. A Alemanha conseguiu amenizar os efeitos da crise econômica mundial, em 2008, graças à inovação registrada na área da saúde no país. No Brasil, toda a cadeia se sente impotente e o ICOS veio preencher essa lacuna”, declarou o presidente do Instituto e do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Cláudio Lottenberg.
Ele defendeu a ampliação das parcerias público-privadas (PPPs) e um redesenho na estrutura e operacionalização do sistema de saúde brasileiro. “Nosso modelo é hospilalocêntrico, o que distorce a atividade dos hospitais, que têm médias de permanência acima do necessário. A fragmentação da assistência também contribui para o desperdício exagerado, falta integração.”
O atual modelo de remuneração na saúde suplementar, que incentiva o uso cada vez maior de novas tecnologias, também foi alvo de críticas por parte do presidente do ICOS. “Isso distancia os hospitais de sua essência e não agrega qualidade.” A baixa qualificação profissional, porém, é um obstáculo para a mudança. “Formamos profissionais distantes da realidade de financiamento e do modelo existente. A tecnologia, apesar do valor que agrega na prática assistencial, é supervalorizada. A remuneração deve primar pela excelência. Eficiência é uma exigência de quem quer se manter vivo no mercado”, defendeu.