Mortalidade infantil aumenta na periferia

Regiões de extrema pobreza das zonas sul e norte da capital registram o maior número de mortes de crianças de até um ano, segundo pesquisa divulgada ontem pela Funda&

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Regiões de extrema pobreza das zonas sul e norte da capital registram o maior número de mortes de crianças de até um ano, segundo pesquisa divulgada ontem pela Fundação Seade. O estudo é referente a 2012, quando foram registrados 1.992 óbitos infantis na capital.
 
O levantamento mostra que, em números absolutos, as mortes estão concentradas nas regiões do Capão Redondo e Jardim Ângela, na zona sul, e na Brasilândia, na zona norte.
 
"São as regiões que têm pouca infraestrutura e dificuldade de acesso à saúde, e isso acaba tendo reflexo na mortalidade infantil", diz Paulo Borlina Maia, analista de projetos da Seade.
 
A taxa de incidência de óbitos por mil nascidos vivos também é superior em praticamente todos os distritos da periferia, em comparação com bairros de classe média e mais próximos do centro. A exceção fica por conta do Brás, distrito que registrou em 2012 a maior taxa da cidade, com 23,1 mortes por mil nascidos vivos.
 
"Essa região tem uma população carente, de rua. Além disso, como a população é menor em distritos centrais do que nos bairros periféricos mais populosos, há essa taxa superior, mas a grande maioria de casos está na periferia", diz o especialista.
 
Depois do Brás, aparecem com as maiores taxas os distritos da Cachoeirinha (17,5), na zona norte, Cidade Tiradentes (17,4), na zona leste, e Marsilac (17,4), na zona sul.
 
Causas. Segundo a Fundação Seade, metade das mortes infantis ocorreu no período de até uma semana de vida do bebê. "Essas são as mais difíceis de combater, porque têm relação com problemas na gravidez, nascimento prematuro, pré-natal inadequado", afirma Maia.
 
Em 99% dos casos, as mortes com até uma semana de vida ocorreram por malformações congênitas ou causas perinatais. Já os óbitos ocorridos até um ano de vida aconteceram por diversas causas, entre elas também as malformações (26% dos casos), doenças do aparelho respiratório (15,7%) e doenças infecciosas ou parasitárias (14,3%). A taxa geral de mortalidade infantil na cidade é de 11,6 por mil nascidos vivos, inferior à taxa média nacional, de 15,3.
 

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