Mais do que elevar o gasto público com saúde, é preciso aumentar a eficiência do sistema, defenderam especialistas durante o primeiro painel de mais uma edição dos Fóruns Estadão Brasil 2018, realizado no Insper, em São Paulo.
Para os debatedores, embora a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), há 26 anos, tenha representado um avanço, faltam modelos de gestão mais eficientes que permitam a diminuição das longas filas de espera por atendimento.
Segundo André Medici, do blog Monitor de Saúde, pesquisa feita em 48 países colocou o Brasil como o menos eficiente na aplicação dos recursos de saúde. Ele defende a utilização de mais mecanismos de tecnologia da informação para a melhoria da gestão.
"É preciso utilizar essas ferramentas para aprimorar as centrais de regulação de vagas, por exemplo. A tecnologia também pode ajudar por meio da telemedicina, com a qual se pode fazer capacitação de profissionais e interpretação de exames a distância", diz.
Para Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e superintendente corporativo do Hospital Sírio-Libanês, os modelos de assistência não devem ser focados apenas em episódios de doença agudos, mas, sim, no atendimento do paciente ao longo da vida.
"Hoje 70% da carga das doenças são crônicas ou degenerativas. Nosso desafio é construir modelos assistenciais horizontais, com foco na prevenção e acompanhamento", disse Vecina Neto.
Os debatedores defenderam ainda maior integração entre o sistema público e a saúde suplementar e o aumento de parcerias com a iniciativa privada por meio de contratos de gestão, por exemplo.