Alvo constante de investidores, a rede paulista de medicina diagnóstica SalomãoZoppi está desembolsando R$ 40 milhões em quatro novas unidades, com o dobro do tamanho dos atuais laboratórios, que têm em média 500 m2, para oferecer exames de ressonância – modalidade que começou a ser ofertada pela instituição apenas no ano passado. Atualmente, só uma das unidades da rede tem esse equipamento médico que custa em média US$ 1,5 milhão, cada.
O SalomãoZoppi também está expandindo sua atuação para fora da capital paulista, com unidades em Santo André e Osasco, municípios da região metropolitana de São Paulo. A primeira das quatro inaugurações será no próximo mês e as demais em 2016. "Mesmo diante do atual cenário econômico, não reduzimos nossos investimentos. Acreditamos que há demanda para o público que atendemos, que é a classe B+", disse Mário Sérgio Pereira, novo presidente do SalomãoZoppi. Pereira, que está na empresa desde 2010, estava sendo preparado para o cargo há pelo menos um ano. Os fundadores, Luis Salomão e Paulo Zoppi, assumiram o conselho.
Em 2014, a empresa passou por uma forte reestruturação com a criação de novas diretorias e adequação para suportar o crescimento, o que fez o lucro líquido cair quase 80% para R$ 1,7 milhão. A queda na última linha do balanço foi reflexo de um aumento de custos dos serviços prestados de 32%, percentual bem superior ao aumento de 22% da receita líquida. Neste ano, a previsão é que o faturamento cresça 35% para R$ 270 milhões.
Um dos destaques no balanço da rede paulista é a receita bruta por unidade, muito superior a de seus concorrentes. No SalomãoZoppi, que tem só nove laboratórios, praticamente todos concentrados na zona sul de São Paulo, o faturamento anual por unidade é de R$ 22,2 milhões. Para efeito de comparação, na Dasa, a receita bruta média de cada uma de suas 532 unidades é de R$ 5,6 milhões e no Fleury, que conta com 153 laboratórios, esse valor é de R$ 11,7 milhões em 2014.
"Nossa meta é chegar em 2020 com um faturamento de R$ 800 milhões e 24 unidades. Nosso objetivo não é crescer com escala, queremos continuar como uma marca reconhecida entre os médicos", disse o novo presidente.
A maior parte dos pedidos de exames chega à rede por meio de recomendação de médicos, principalmente, de ginecologistas e obstetras. A indicação desses profissionais da saúde ganha relevância no setor, tendo em vista que, durante muitos anos, o Delboni Auriemo, um dos laboratórios da Dasa, enfrentou forte resistência da comunidade médica.
A combinação desses fatores é o atrativo para os investidores que frequentemente batem à porta da empresa. Hoje, cerca de cinco fundos estrangeiros mantêm conversas com os fundadores para uma aquisição de 20% a 30% do negócio.
A prioridade dos sócios é por um investidor internacional, com experiência em biologia molecular, mapeamento genético e inovação em medicina diagnóstica – áreas que os fundadores, ambos biomédicos, estão interessados em desenvolver. "Pode ser também para um private equity que compartilhe a mesma filosofia dos fundadores. Eles decidiram vender porque seus recursos estão muito concentrados na empresa e a venda seria um caminho para beneficiar seus herdeiros", disse Pereira, destacando que a transação não deve sair neste ano porque os fundadores não têm pressa.
O mandato de venda está com o MTS Health Partners, banco americano de investimento especializado em saúde que abriu neste ano escritório no Brasil, liderado por Roberto Schahin, filho do presidente do Hospital Santa Paula, George Schahin.