Samaritano inaugura Centro de Bloqueios Neuromusculares

Novo serviço é para pacientes com ação involuntária dos músculos e enxaqueca

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O Núcleo de Neurologia do Hospital Samaritano de São Paulo conta agora com um Centro de Bloqueios Neuromusculares, com o objetivo de atender pacientes com as mais diversas manifestações da hiperatividade muscular involuntária. O Centro oferece avaliação especializada para tratamento invasivo dos transtornos de movimento, por meio do bloqueio da ação muscular com a injeção de toxina botulínica e/ou da condução nervosa com a neurólise. O centro também oferece tratamento com toxina botulínica para migrânea crônica (enxaqueca).
 
No Centro de Bloqueios Neuromusculares, o paciente é atendido por um médico especializado, que avalia a eventual indicação de bloqueio neuromuscular e faz o planejamento terapêutico. A aplicação da toxina botulínica poderá ser feita ambulatorialmente, no próprio Núcleo, ou sob sedação no centro cirúrgico. “Conforme a necessidade, outros métodos para auxílio na localização de nervos e músculos podem ser agregados, como a eletroestimulação, a ultrassonografia e a eletromiografia”, explica o especialista em Neuroreabilitação e coordenador do Centro, André Silva Pedroso.
 
A hiperatividade muscular é a manifestação de diversas doenças neurológicas, com origens e apresentações distintas, mas impacto e tratamento semelhantes. “A ação involuntária de músculos pode trazer dor e complicações, como dificuldades de caminhar, úlceras de pressão e mau posicionamento dos membros para atividades funcionais e higiene e até contraturas”, diz Pedroso. 
 
As principais formas de hiperatividade muscular são:
 
Espasticidade – trata-se de uma rigidez muscular excessiva, que pode ser sequela de um acidente vascular cerebral (AVC), esclerose múltipla, lesão medular, traumatismo craniano, tumor, paralisia cerebral, entre outros;
 
Distonia – contração muscular intensa, com postura anormal e dolorosa. Pode surgir em qualquer região do corpo, sendo mais comum nos músculos do pescoço. Também pode ser desencadeada por atividades muito repetitivas, como a escrita e a digitação;
 
Espasmo facial – conhecido como “tique nervoso”, promove contrações rítmicas e involuntárias nos músculos responsáveis pela mímica facial de um dos lados do rosto. Pode estar limitado à região ao redor dos olhos, quando é conhecido por blefaroespasmo; 
 
Já a migrânea crônica, também chamada de enxaqueca crônica, é a dor de cabeça que ocorre frequentemente. Por definição, dura 15 dias ou mais por pelo menos três meses. Essa condição geralmente ocorre devido a crises de enxaqueca que já eram frequentes e que não foram controladas adequadamente com o tratamento preventivo, indicado por médico neurologista.
 
Diagnóstico 
Os aspectos mais importantes para a avaliação da hiperatividade muscular são o tipo e a gravidade do transtorno de movimento, o diagnóstico de base e sua evolução e a implicação funcional no dia a dia e no processo de reabilitação em que o paciente esteja inserido. 
 
Já na migrânea crônica o diagnóstico é eminentemente clínico, realizado por meio de entrevista com o médico. É importante que o paciente tenha um exame neurológico normal, e, se necessários, exames que descartem outras possibilidades para a dor, como tomografia computadorizada de crânio ou ressonância magnética de encéfalo.
 
Tratamento 
O uso de toxina botulínica é um dos principais tratamentos, capaz de reduzir, consideravelmente, a ação muscular involuntária. Ela é um agente biológico que tira a capacidade do nervo motor estimular um determinado músculo, de forma focal, promovendo o relaxamento muscular. Já a neurólise se baseia no bloqueio da condução nervosa, possibilitando tratar a hipertonia dos músculos inervados por aquele nervo. 
 
As principais vantagens do tratamento com toxina botulínica são a diminuição da incidência de complicações clínicas e a melhoria na qualidade de vida e da funcionalidade. É indicado nos casos de:
 
Acidente Vascular Cerebral (AVC) – 20% a 30 % poderão ter espasticidade;
Traumatismo cranioencefálico (moderado a grave) – até 50 % poderão ter espasticidade;
Paralisia cerebral – 70 a 80 % poderão ter espasticidade;
Lesão medular – 60 a 80 % poderão ter espasticidade;
Esclerose múltipla – 60 a 80 % poderão ter espasticidade;
Migrânea Crônica;
Hiperidose (excesso de suor) axilar e palmar;
Outras lesões do sistema nervoso central.
 
 

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