Os fatores primordiais em procedimentos médicos são precisão e segurança. E os avanços da tecnologia levaram à criação de réplicas perfeitas de órgãos graças às impressoras 3D. Chamados de biomodelos, as reproduções em dimensões reais das partes do corpo humano são desenvolvidas a partir da leitura de exames de imagem, como tomografias. “Os biomodelos tornam-se cada vez mais um auxílio indispensável para o planejamento cirúrgico, permitindo ao médico executar todos os procedimentos em uma réplica idêntica ao órgão original, antes da cirurgia de fato”, explica Walter Troccoli, diretor comercial da BioArchitects, empresa responsável pela projeção da impressora.
Um de seus biomodelos, em placas de titânio, foi usado pela primeira vez recentemente no Brasil pelo Hospital Samaritano de São Paulo em uma cirurgia de correção de múltiplas fraturas no tórax. A impressão das costelas foi feita em um equipamento de origem israelense, o mais moderno do mercado e capaz de criar um molde com máxima riqueza de detalhes, cores e texturas diferentes.
“Além de tornar mais precisa a localização das fraturas no momento da operação, o biomodelo ajudou a evitar o desperdício de material que ocorre na hora da cirurgia”, diz Diogo Garcia, coordenador do Núcleo de Trauma do Hospital Samaritano de São Paulo. Com a realização do planejamento pré operatório no Biomodelo, ao invés das cinco placas previstas, foram usadas apenas três. “Como o planejamento pré operatório foi realizado sem preocupação com tempo (já que não havia um paciente anestesiado) foi possível otimizar o uso do material implantado ”, refere-se o especialista em relação ao caso do paciente de 65 anos com fraturas nas costelas.
Garcia finaliza: “A ideia de customizar o atendimento ao paciente com um molde em tamanho real do órgão a ser operado é um dos grandes avanços da medicina dos últimos tempos. Além de diminuir o tempo de cirurgia e os riscos de complicações”.