As vacinas são um dos mecanismos mais eficazes na defesa do organismo humano contra agentes infecciosos e bacterianos, e consiste na proteção do corpo por meio de resistências às doenças que o atingiriam. Elas são compostas por substâncias e microrganismos inativados ou atenuados que são introduzidos no organismo para estimular a reação do sistema imunológico quando em contato com um agente causador de doenças.
Em 1776, há mais de 200 anos, foi produzida a primeira vacina, contra o vírus da varíola – hoje erradicado. Nessa época, o médico britânico Edward Jenner elaborou as vacinas a partir de lesões em vacas e, hoje em dia, por meio de avanços tecnológicos na medicina, existem vacinas para diversas doenças como contra gripe, hepatite, febre amarela, sarampo, tuberculose, rubéola, difteria, tétano, coqueluche, meningite, poliomielite, diarreia por rotavírus, caxumba e pneumonia causada por pneumococos, entre muitas outras que estão em constante evolução e estudo.
Para Rosana Richtmann, médica infectologista do Hospital e Maternidade Santa Joana, apesar de apresentar bons níveis de vacinação, o Brasil ainda tem que melhorar. “Com a evolução da medicina e das vacinas, temos uma boa cobertura no Brasil. Tradicionalmente o país apresenta boas e elevadas taxas vacinais e os brasileiros acreditam e confiam nesse método. Recentemente, tivemos questionamentos sobre algumas vacinas mais novas introduzidas no PNI (Programa Nacional de Imunizações), e assim as coberturas ficaram fora do esperado. Portanto, temos ainda muito que trabalhar para garantir taxas ainda mais elevadas de vacinação para toda a população”, afirma.
No Brasil, o Programa de Imunizações (PNI), criado e gerenciado pelo Ministério da Saúde, tem como principal objetivo manter o controle de todas as doenças que podem ser erradicadas ou controladas com o uso da vacina.
Por ser de extrema importância para a saúde da população, os pequenos logo ao nascer, já recebem duas vacinas ainda na maternidade- a BCG vacina contra a tuberculose e a vacina contra a hepatite B. “A vacina é feita com os próprios microrganismos que causam as doenças, mas esses sem poder de ataque” explica dra. Rosana.
Em relação a efeitos adversos, a infectologista comenta que são raros casos considerados graves e que não existe nada mais recomendável do que as vacinas. “Os efeitos colaterais mais comuns são dor no braço, vermelhidão e inchaço onde foi aplicada a vacina. Também podem ocorrer febre ou mal-estar passageiro. Em alguns casos, e dependo do tipo de vacina, a pessoa pode apresentar sintomas parecidos com os da própria doença. Isso acontece pelo fato de a vacina ter em sua composição um vírus enfraquecido, mas incapaz de transmitir a enfermidade. Em casos mais extremos, porém muito raros, pode causar choque anafilático. Não existe nada mais eficaz em saúde pública do que imunização. Por isso, elas são a melhor opção”, enfatiza dra. Rosana.
Rosana Ritchmann lembra, porém, que as vacinas não “fazem milagre” e não garantem imunização completa. “Praticamente nenhuma vacina tem 100% de eficácia para todas as idades. O grande objetivo das vacinas é deixar a população protegida contra determinadas doenças ou diminuir o risco de doença natural e, consequentemente, mais grave. A vacinação não erradica a chance de contrair a doença em 100%. Cada uma tem um potencial de proteção diferenciado”.