Secretário municipal da Saúde fala sobre os desafios da cidade São Paulo

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O secretário municipal de Saúde de São Paulo participou do videocast Papo da Saúde, apresentado pelo presidente do SindHosp, Francisco Balestrin. Durante quase meia hora de entrevista, o médico Luiz Carlos Zamarco detalhou alguns dos projetos que vem desenvolvendo para a capital paulista e falou dos desafios de conciliar aspectos técnicos e políticos à frente de uma pasta estratégica para uma metrópole tão complexa e heterogênea, com 12 milhões de habitantes, que atrai pacientes de todos os cantos. A íntegra da entrevista pode ser vista aqui.
Segundo ele, diante do diagnóstico de uma doença mais complexa, as pessoas decidem viajar para São Paulo na primeira oportunidade. “Além disso, temos de planejar as ações levando em consideração as diferentes regiões da cidade. Para se ter uma ideia, temos médicos que falam tupi-guarani para atender a tribos indígenas presentes na cidade”, exemplificou Zamarco.

Dengue

O secretário reconheceu que a situação sanitária envolvendo a disparada dos casos de dengue preocupa, mas garante que o risco de contração da doença é menor em São Paulo. “Em 2023, tivemos 119 casos de dengue para cada 100 mil habitantes. No Brasil, essa taxa foi de 816 casos para cada 100 mil habitantes. Diante dessa baixa incidência, não fomos contemplados com a vacina da dengue. Ou seja, estamos sendo penalizados pela eficiência. Mas estamos pleiteando a vacina junto ao Ministério da Saúde, uma vez que temos uma completa estrutura para imunizar a população, com 471 salas e equipe muito bem treinadas. Paralelamente, temos 12 mil agentes percorrendo moradias conscientizando as pessoas de que 80% dos criadouros do mosquito da dengue estão dentro das casas, nos quintais, em locais com água parada”, revelou o médico.

Profissional de carreira

Luiz Zamarco é pediatra neonatologista. Ainda atua como médico, trabalhando em um berçário fora de São Paulo. “Sou médico há 37 anos e estou na gestão há 20. Conheço bem a estrutura da saúde. Fui chefe de plantão, chefe de equipe e chefe de pronto socorro antes de me tornar diretor clínico e diretor técnico. Com o tempo, migrei para a coordenação hospitalar, até me tornar superintendente de autarquia, secretário executivo, secretário ajunto e agora secretário. Conheci todas as fases e todas as dificuldades. Continuo na assistência, o que me ajuda na gestão, na hora de decidir. Tenho uma visão privilegiada do que deu certo e o que precisa mudar. Estar próximo do atendimento me coloca em conexão com as equipes que estão na ponta, seja do ponto de vista do colega de plantão ou do paciente que acabou de entrar na emergência”.

Atenção básica

O secretário diz que houve um investimento importante nas gestões de Covas e Nunes na atenção básica, com a oferta de 471 unidades básicas de saúde (UBS), com previsão de entrega de mais 39 até 2025. “Criamos o programa de estratégia da saúde da família de São Paulo que atende quase 60% da população municipal. São 1.680 equipes de estratégia com seis agendes de saúde, que visitam semanalmente sua população de referência, fazendo o acompanhamento e realizando um encaminhamento precoce às UBS caso encontrem alguma intercorrência, ou seja, uma ação preventiva”, disse Zamarco.

Urgência, emergência e internação

Segundo ele, também há um trabalho importante nas áreas de urgência e emergência, com ampliação de três para 26 Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e expectativa de mais 10 até o meio deste ano de 2024. “Com uma estrutura robusta tanto na atenção básica como no atendimento de urgência e emergência, conseguimos ‘tirar’ os pacientes da frente dos hospitais, que podem se concentrar nos casos de maior complexidade. Ou seja, a UPA faz a triagem e, só em caso de real necessidade de internação ou cuidados especiais, encaminha para os hospitais de acordo com uma linha de cuidado já traçada”. Não por acaso, nos últimos três anos, a saúde foi considerada pela população de São Paulo o melhor serviço público prestado pela cidade, diz o secretário.

Cracolândia

Apesar dos avanços, Zamarco conhece os desafios. A começar pelas cerca de 50 mil pessoas que moram na rua e representam uma preocupação para a área da saúde. “Temos consultórios de rua com médico, assistente social, enfermeiro e agentes de saúde. São 26 equipes somente na região central de São Paulo. Também oferecemos moradias completas, são mais de quatro mil vagas nos nosso hotéis, com café da manhã, almoço e jantar, além de cursos profissionalizantes, mas nem todos querem sair de onde estão. Na Cracolândia, temos prontuário de todos os pacientes em situação de rua e um grupo de seis equipes que atuam lá dentro, em um trabalho constante de convencimento de pessoas muito debilitadas e vulneráveis, que precisam de cuidados preventivos”.

Confira o Papo da Saúde completo:

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