17 de setembro de 2014

Empregos na indústria da Saúde crescem no 1° semestre

Dados da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS) revelaram que o primeiro semestre de 2014 registrou crescimento de 3,74% no volume de empregos no setor, se comparado ao mesmo período de 2013. A entidade reúne associações como a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), a Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares (Abimed) e a Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Implantes (Abraidi).
 
Foram gerados 3.231 novos empregos nas atividades industriais e comerciais do segmento de materiais e equipamentos para medicina e diagnóstico, totalizando 131.941 empregados. Entre as áreas responsáveis pelo maior número de empregos gerados destacam-se a de comércio atacadista de instrumentos e materiais para uso médico, cirúrgico, ortopédico e odontológico. 
 
Também foi positivo o crescimento de empregos computado entre julho de 2013 a julho de 2014, atingindo o patamar de 5,29%, em comparação com igual período mensurado.
 
No que diz respeito às exportações totais de materiais e equipamentos para medicina e diagnóstico, o crescimento foi de 8,04% em relação ao primeiro semestre de 2013, alcançando um volume de US$ 472,4 milhões. No mesmo período, as importações tiveram um recuo de 1,35%, totalizando o valor de US$ 3,4 bilhões. 
 
Preços
 
Neste primeiro semestre, os preços de hospitalização e cirurgia tiveram um incremento de 4,45%, reajuste superior ao IPCA, que alcançou a marca de 3,75%, em relação à mesma época anterior. Se comparados os números de 12 meses, também são esses dois serviços – hospitalização e cirurgia – que tiveram o maior reajuste, de 7,84%.
 
Na avaliação do presidente da ABIIS, Carlos Eduardo Gouvêa, os resultados indicam que o setor continua crescendo. Diferente dos últimos anos, no entanto, o resultado pode ser atribuído à especificidade do ano de 2014, com Copa do Mundo e eleições, que afetaram o ambiente de negócios internos. 
 
Assim, procedimentos que demandavam um planejamento, como as cirurgias eletivas, por exemplo, foram deixados para depois, segundo Gouvêa, que aposta no potencial dos produtos brasileiros para saúde quanto às exportações. O executivo aposta em um ambiente “ainda mais desafiador” no segundo semestre, devido ao processo eleitoral, que coíbe as compras públicas – mas que também colocam a pauta Saúde no centro dos holofotes.

Boa gestão depende de nova visão no serviço público

O Brasil não é mais o mesmo de 1960, e a maneira de os gestores organizarem a assistência precisa levar em conta esta nova realidade. A necessidade de mais financiamento é irrefutável, desde que seja atrelada uma visão atualizada de gerir os recursos.
 
Resumidamente, este foi o raciocínio dos palestrantes do segundo ciclo do seminário  “Os desafios da saúde pública no Brasil”, realizado em 16 de setembro pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC). Segundo o presidente do iFHC, Sérgio Fausto, realizar dois seminários sobre o mesmo tema, abordando as perspectivas financeira e de gestão, foi proveitosa. “Gostei de experiência e devemos repeti-la. E partimos da premissa de que a saúde precisa de mais recursos, mas que estes devem ser utilizados num novo modelo de gestão”, disse, na abertura do evento.
 
O presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr, participou como convidado. 
 
Para Januário Montone, ex-secretário municipal da Saúde de São Paulo, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi, sem dúvida, uma conquista política e social para o país. Através dele, reduzimos índices altíssimos de mortalidade infantil, por exemplo, que chegavam a 124 mil por nascidos vivos em 1960. O mesmo avanço pode ser visto com a expectativa de vida, que era de 52 anos na década de 60, e chega a 73 anos nos dia atuais. “Mas ainda temos que avançar muito”, afirmou. 
 
Embora a maioria dos sistemas de ponta esteja nas mãos da iniciativa privada, que possui atuação legítima garantida pela Constituição, o SUS também guarda suas ilhas de excelência, como a Rede Sarah, o Icesp, o Inca, entre outros. “Por que então o restante do SUS não funciona como esses serviços?”, questionou. Segundo ele, porque nenhuma dessas referências funciona efetivamente sob as regras do SUS. “A Rede Sarah, por exemplo, tem o mesmo status do Sesi e do Senai. Possui orçamento próprio. E não dá satisfação a ninguém. Pode contratar via seleção pública sem estabilidade”, citou. 
 
A existência de fundações por trás de muitos desses serviços, e a exceção que lhes é atribuída no que diz respeito às regras administrativas, são fatores que contribuem para a eficiência dessas entidades. Na opinião de Gonzalo Vecina Neto, superintendente do Hospital Sírio Libanês, as alternativas que foram sendo criadas para melhorar a eficiência da gestão não conseguem ser aplicadas nem absorvidas pela administração pública. “Gestão é atingir objetivos através da mobilização de recursos. Recursos são coisas e gente, que dependem de licitações e concursos. A iniciativa privada não tem que fazer concursos nem licitação. E isso não quer dizer que ela não consiga melhores pessoas, melhores recursos e melhores coisas para exercer sua atividade”, comparou. 
 
Para ele, é um milagre colocar um hospital de administração direta, que precisa seguir as regras engessadas da administração pública, para funcionar. Uma das regras absurdas, na opinião de Gonzalo, é a estabilidade dos trabalhadores concursados. “A iniciativa privada não dá estabilidade ao trabalhador. Esta relação tem que ser passível de demissão sem justa causa. Porque uma boa gestão não põe pra fora o trabalhador no qual investe”.  
 
Segundo ele, a sociedade brasileira precisa decidir o que vem primeiro: o trabalhador que tem direito ao emprego ou a sociedade que tem o direito ao trabalho que aquela organização se propõe a entregar da maneira mais eficiente possível?
 
Os perfis demográfico e epidemiológico também impactam diretamente a forma de fazer gestão. Para o superintendente do Sírio, não fomos capazes de enxergar as transformações pelas quais a sociedade passou. “As doenças infectocontagiosas saíram da agenda. Não temos mais cólera, porque temos o cloro. A vacinação é uma conquista do povo brasileiro. Antes se morria de diarreia. Hoje se morre de hipertensão, de câncer, de diabetes e de violência. E como se trata a diarreia? Com uma consulta. Mas a hipertensão não tem alta. Nem o diabetes. A recomendação da Organização Mundial da Saúde, de um médico para cada mil habitantes, era boa para tratar tuberculose. É preciso um médico para cada 300 habitantes para tratar diabetes, além de um profissional diferente. Nós temos que nos assenhorar desse diagnóstico”, enfatizou.
 
No que diz respeito à forma de se prestar assistência, Gonzalo acredita que é preciso fazer com que a prestação de serviços saia das mãos do estado, e vá para os modelos de cooperação com a iniciativa privada. “A iniciativa pública tem que se responsabilizar pela entrega, e não pela prestação em si. Mas aqui no Brasil falar em cooperação significa privatização. Não acho que parceria seja privatização”. 
 
A transparência nesse processo de parcerias entre público e privado foi defendida pelo advogado Paulo Modesto, que é professor de direito administrativo da Universidade Federal da Bahia. “Precisamos combater a qualificação política de entidades privadas pelo legislativo, que não leva em conta critérios objetivos. As entidades, por exemplo, devem divulgar seus resultados anuais e passarem por um controle mais eficaz, como a prestação de contas diretamente para os tribunais de conta”, sugeriu.
 

Regional Santos realiza curso de atendimento ao cliente

Em 13 de setembro a Regional Santos do SINDHOSP ministrou o curso “Faça o Cliente Curtir Seu Atendimento” para associados do sindicato.

Com a participação de 16 pessoas, a palestra apresentada pela coaching Márcia Fonseca, do Instituto Para Evoluir, debateu temas como a compreensão da excelência no atendimento na contribuição de competências humanas consideradas de alto valor no mercado; como reconhecer práticas que geram satisfação com o atendimento prestado; e capacitação para lidar de maneira eficaz com situações cotidianas da recepção ao cliente. 

PGFN estabelece teto para execuções fiscais

Contribuintes que somarem débitos com o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e adicional de contribuição social igual ou superior a R$ 20 mil, sofrerão ações executivas pelo Fisco Federal.

É o que estabelece a Portaria nº 681, de 3 de setembro de 2014, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que alterou o limite criado pela Lei nº 10.522/2002, que instituiu o Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal

Os adicionais do FGTS de 0,5% ao mês e 10% na demissão sem justa causa foram estabelecidos na Lei Complementar nº 110/2001.

 

Abaixo, divulgamos íntegra da portaria.

 

Portaria nº 681, de 3 de setembro de 2014, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).

 

Publicado no DO em 5 set 2014

Excepciona o limite previsto no inciso II do art. 1º da Portaria MF nº 75, de 2012, para o ajuizamento de execuções fiscais relativas às contribuições sociais de que trata a Lei Complementar nº 110, de 29 de junho de 2001.

 

A Procuradora-Geral da Fazenda Nacional, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos XIII e XXI do art. 82 do Regimento Interno da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, aprovado pela Portaria MF nº 36, de 24 de janeiro de 2014, e o § 7º do art. 1º da portaria MF nº 75, de 22 de março de 2012, e tendo em vista o art. 3º da Lei Complementar nº 110, de 29 de junho de 2001, e o art. 36 da Medida Provisória nº 651, de 9 de julho de 2014,

 

Resolve:

 

Art. 1º Excepcionar o limite previsto no inciso II do art. 1º da Portaria MF nº 75, de 2012, em relação às contribuições sociais instituídas pela Lei Complementar nº 110, de 2001, para determinar o ajuizamento dos débitos consolidados de valor superior a R$ 1.000,00 (mil reais), desde que acompanhados de débitos relativos às contribuições de FGTS instituídas pela Lei nº 8.036/90, e que a soma do montante das duas espécies de débito supere R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Art. 2º Revogar a Portaria PGFN nº 1595, de 15 de dezembro de 2009.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

 

ADRIANA QUEIROZ DE CARVA

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