27 de outubro de 2014

Operadoras: despesas crescem 15,6% no 1° semestre

As operadoras de planos de saúde no Brasil gastaram R$ 48,8 bilhões com despesas assistenciais no primeiro semestre de 2014, representando aumento de 15,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando as despesas assistenciais foram de R$ 42,3 bilhões. Os números constam na Nota de Acompanhamento do Caderno de Informações da Saúde Suplementar (Naciss), produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) com base nas informações da ANS que acabam de ser atualizadas. 
 
No mesmo período e sentido de alta, a receita de contraprestações das operadoras (mensalidade dos beneficiários) foi de R$ 58,6 bilhões, um aumento de 14,9% em relação a junho de 2013. O superintendente-executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, alerta que o ritmo de crescimento das despesas tem se mantido historicamente em patamar mais elevado do que o das receitas. 
 
"Se analisarmos os últimos nove anos, desde 2006, o comportamento das despesas assistenciais e das receitas tende a indicar o comportamento anual", disse em comunicado ao mercado. O superintende explica que o comportamento de despesas assistenciais e receitas registrados no primeiro semestre tende a se repetir no segundo, ou seja, quando as despesas crescem mais do que as receitas na comparação entre junho de um ano e o mesmo mês do ano anterior, o balanço anual, historicamente, segue o mesmo ritmo. "A tendência é que as despesas assistenciais cresçam mais do que as receitas em 2014 e, frente a este cenário, as operadoras precisam ficar atentas para reverter esse cenário", alertou. 
 
Carneiro ressalva, contudo, que esses números tratam apenas das despesas assistenciais, ou seja, os gastos das operadoras com serviços de saúde utilizados por seus beneficiários. "É preciso lembrar que as receitas das operadoras ainda precisam cobrir as despesas administrativas e tributos, que como nos demais setores são bastante elevados", completou.
 

Oswaldo Cruz lança Centro de Obesidade e Diabetes

O hospital de alta complexidade Alemão Oswaldo Cruz (HAOC) inaugurou um Centro de Obesidade e Diabetes, com atendimento integral e interdisciplinar para ambas as doenças, hoje consideradas como epidemias. A unidade, que contou com um investimento em torno de R$ 1,5 milhão, está instalada em um espaço próximo ao complexo do Hospital, na região da Avenida Paulista, em São Paulo.
 
O diferencial do empreendimento, segundo o superintendente executivo do HAOC, Paulo Bastian, está na qualidade da equipe médica, que será coordenada pelo Dr. Ricardo Cohen, eleito pela Sociedade Americana de Cirurgia Metabólica e Bariátrica (ASMBS) como um dos 30 médicos de maior destaque na área. 
 
Ao chegar ao Centro, o paciente é submetido a uma avaliação completa, traçando diagnóstico inicial, e depois será encaminhado para o tratamento mais adequado: clínico ou cirúrgico. Cohen destaca a importância de o obeso receber um tratamento multidisciplinar, como o que é oferecido no novo Centro. “O obeso pode ter, por exemplo, varizes e deve ser abordado por um cirurgião vascular; o endocrinologista pode não conseguir controlar o doente clinicamente, com remédios e orientação, então esse doente é atendido pelo cirurgião bariátrico e metabólico. Por isso, na verdade, é fundamental ele ser atendido de uma forma integral.”
 
Outro aspecto a ser destacado refere-se às parcerias científicas com instituições internacionais como Cleveland Clinic, dos Estados Unidos; King’s College, da Inglaterra; e Universidade de Dublin, da Irlanda. 
 

ABC realiza dois eventos no mesmo dia

Em 23 de outubro, o Coordenador do Escritório Regional do Sindhosp em Santo André (ABC), Reinaldo Tocci, realizou duas reuniões com representantes de grupos de discussão.
 
Pela manhã, o Grupo de Gestão de Qualidade para Clínicas Médicas do ABC e região tratou assuntos referentes  às Etapas de Avaliação Organizacional das Clínicas, exigidas pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), utilizadas para a certificação de qualidade. Apresentada por Dayane Rabello, representante do Centro de Oncologia do ABC, foram abordados assuntos visando o aprimoramento dos trabalhos desenvolvidos pelo grupo, entre eles questionário de avaliação referente ao perfil de cada clínica participante.
 
No período vespertino foi a vez de o Grupo de Gestão de Qualidade para Hospitais do ABC e região se reunir. Na pauta, foram abordados pelos representantes dos hospitais, temas como Projeto de Qualidade Hospitalar, que dispõe sobre a forma de desenvolvimento dos trabalhos e os objetivos a serem alcançados; indicadores de desempenho hospitalar que poderão ser abordados; processos e protocolos internos da gestão de qualidade que envolvem os diversos setores do serviço hospitalar.

Em especial, Valor Econômico entrevista Yussif Ali Mere Jr

Excelência em gestão hospitalar. Este foi o tema de reportagem do caderno Valor Saúde, edição especial do jornal Valor Econômico, que contou com a opinião do presidente do SINDHOSP e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr. A matéria aborda a onda de novos gestores que dominam o setor da saúde mesmo sem formação específica na área e os investimentos dos hospitais que buscam atender à demanda de especialidades.

Segundo Yussif, a virada no padrão de gestão veio com a criação da Agência Nacional de Saúde (ANS) e a regulamentação dos planos de saúde suplementar. "Os hospitais privados passaram a atender um volume maior de usuários de planos e conseguiram se financiar para atender as demandas de um público mais exigente".

 

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Einstein, MS e ANS iniciam projeto-piloto para incentivar parto normal

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, os diretores da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) André Longo, Martha Oliveira e José Carlos Abrahão participaram, no último dia 24 de outubro, da assinatura de um acordo de cooperação técnica com o Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), em São Paulo, para induzir à redução de cesáreas desnecessárias no país. Um projeto-piloto foi desenvolvido para promover o parto normal e qualificar os serviços da saúde suplementar. A ação da ANS também inclui uma consulta pública sobre novas normas para o setor, cujas contribuições já começaram a ser recebidas e devem ser enviadas até o dia 23 de novembro.
 
“Estou convencido de que, se não compartilharmos as responsabilidades nos setores público e privado, não vamos avançar na mudança desse cenário que coloca em risco a saúde de mulheres e crianças no Brasil. Consideramos que a parceria vai poder mobilizar muitas instituições que estão querendo contribuir para essa mudança de cultura, que é o nosso grande desafio”, ressaltou o ministro, referindo-se ao alto índice de 84% de cesáreas na saúde suplementar no país.
 
Com o acordo de cooperação técnica coordenado pela ANS, com duração de três anos, será utilizada a metodologia desenvolvida pelo instituto americano, que se baseia em três aspectos principais:  melhorar a saúde de indivíduos e populações, melhorar a experiência e eficiência no cuidado com a saúde. A estratégia consiste no desenvolvimento de novos modelos assistenciais a partir do conhecimento científico existente, mas customizados à realidade dos serviços de saúde. 
 
Profissionais e gestores de saúde trabalharão em conjunto com equipes do IHI, do Hospital Israelita Albert Einstein e da ANS. Três áreas são prioritárias: além da Atenção ao Parto e Nascimento, a Atenção Primária e a Rede de Atenção à Saúde do Idoso.
 
“Há muitos fatores que influenciam o alto percentual de cesarianas no país. Com este projeto, temos a possibilidade de ampliar trabalho que a ANS já vem fazendo com as operadoras de planos de saúde, envolvendo diretamente quem presta o serviço, o que é muito importante”, afirmou a diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, Martha Oliveira.
 
O projeto de Atenção ao Parto e Nascimento tem início imediato e a implementação pelo Hospital Albert Einstein será em fevereiro de 2015, com previsão de entrega dos resultados no final de 2017. A partir daí, o modelo deverá ficar disponível para ser adotado por qualquer estabelecimento de saúde que se interessar pela iniciativa. Também serão formuladas campanhas de informação e conscientização para profissionais da área de saúde e para beneficiários de planos de saúde. 
 
“Precisamos verdadeiramente de exemplos práticos que contribuam para o melhor desenvolvimento do nosso setor”, observou o diretor-presidente da ANS, André Longo.
 
Atenção ao Parto e Nascimento é primeiro tema a ser abordado
O primeiro projeto será sobre Atenção ao Parto e Nascimento. É prevista a adoção de um modelo que prioriza a organização dos serviços, com foco em ações que reduzam as cesarianas desnecessárias e incentivem o parto normal. 
 
Entre as ações que poderão ser testadas, destacam-se, por exemplo, a assistência ao parto por equipes compostas por médicos e enfermeiros obstetras, a utilização de recursos para alívio da dor, o estímulo à presença de acompanhante e ao uso de protocolos baseados em evidência científica.
 
Em experiência já realizada no Brasil, a aplicação da metodologia do IHI obteve resultados positivos: o percentual de partos normais mais do que dobrou, aumentando de cerca de 20% a 55%; as admissões em UTI neonatal caíram de 155 para 46 em cada 1.000 nascidos vivos; houve aumento da remuneração dos profissionais associados à redução do custo anual total.
 
Redes de atenção à Saúde do Idoso e Atenção Primária
O envelhecimento populacional e o aumento das doenças crônicas não transmissíveis exigem inovações do sistema de saúde suplementar. Nesse contexto, a estruturação e a reorganização da rede de prestação dos serviços têm por objetivo melhorar a gestão do cuidado, planejar o tratamento com base nas necessidades e nos riscos apresentados pelo paciente. 
 
O objetivo é que seja oferecido cuidado integral e contínuo, facilitando o acompanhamento adequado da evolução do tratamento, o acesso do paciente ao atendimento em tempo, lugar, custo e qualidade adequados. Entre as medidas que deverão ser adotadas, estão: definição de um médico responsável pela gestão do cuidado; integração entre consultório, laboratórios e hospital; e suporte de equipe multidisciplinar.
 
Na área de Atenção Primária, base para o funcionamento das redes de atenção à saúde, a reorganização de modelo utilizando a metodologia do IHI também apresentou bons resultados em recente experiência no setor de saúde suplementar. O percentual de mulheres que realizaram Papanicolau aumentou de 20% para 53% das elegíveis; o percentual de mulheres que realizaram mamografia cresceu de 15% para 85% das elegíveis; o cuidado primário considerado perfeito para pacientes diabéticos passou de 0% a 50% da população beneficiária elegível, enquanto os custos tiveram redução de 50%.
 
“Achei este desafio extremamente pertinente por se tratar de assunto tão delicado. O setor privado não sabe mais que o público. Nosso compromisso é com o Estado brasileiro e com aquilo que possa representar o bem comum”, acrescentou o presidente do Hospital Albert Einstein, Claudio Lottenberg.
 
 
Foto: Ramede Felix
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