9 de junho de 2015

Santas Casas e filantrópicos de SP lutam por direito à saúde da população

Terá início, a partir do próximo dia 29, um movimento nacional em prol da saúde em todo o país, organizado pela Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), com apoio de suas federações estaduais e os 50 maiores hospitais filantrópicos do país. Como o tema “Acesso à Saúde – Meu Direito é um Dever do Governo”, a campanha pretende alertar os brasileiros para a condição financeira precária das instituições filantrópicas. A Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do estado de São Paulo (Fehosp) apoia a ação.
 
Para marcar o início do movimento, ações municipais estão programadas em todo o país. Nesta data, gestores os hospitais locais vão esclarecer para autoridades e representantes dos vários setores da sociedade as dificuldades enfrentadas pela rede de atendimento e as consequências de um provável colapso do sistema para o SUS.
 
“Precisamos primeiro envolver os municípios, entidades de classe, Ministério Público, conselhos, sindicatos, organizações sociais, imprensa, profissionais da saúde, pacientes e voluntários locais para, por fim, buscar o apoio do congresso nacional”, explicou Edson Rogatti, presidente da Fehosp e da CMB.
 
Dessa maneira, as instituições filantrópicas estão convidando lideranças e a imprensa das cidades para apresentar números, explicar as formas de financiamento e discutir medidas em busca de uma solução para o problema que atinge todas as regiões do país. Esses encontros acontecerão simultaneamente em todos os municípios.
 
“Estamos certos de que a divulgação dessa realidade e a mobilização em torno do tema são indispensáveis para que medidas urgentes que garantam o direito à saúde dos cidadãos sejam tomadas. Este é o objetivo principal do nosso movimento”, finaliza Rogatti.
 

David Uip afirma que judicialização não pode inviabilizar a saúde

“A Saúde não é como as outras áreas. Precisamos de investimentos e parcerias para que os projetos tenham continuidade”, declarou David Uip, secretário de Estado da Saúde de São Paulo, durante almoço-debate promovido pelo Grupo Lide Empresarial. O evento aconteceu em 8 de junho no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo, e contou com a participação do presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr. O secretário discorreu sobre temas como dengue, Aids, programa Mais Médicos, projetos na área da Saúde e repasse de recursos.
 
Questionado sobre o repasse de recursos, o secretário afirmou que o Estado deixou de receber 1,7 bilhão de reais no ano passado. “É um dinheiro que faz falta. Nem o ressarcimento do atendimento da alta complexidade foi repassado. Então, de forma republicana, apelamos ao governo federal para sensibilizá-los da necessidade desse repasse”. O orçamento da Saúde passou de R$ 103,27 bilhões para R$ 91,5 bilhões. 
 
Segundo ele, o corte de R$ 11,7 bilhões – o segundo maior corte no orçamento de 2015 – não pode comprometer o funcionamento do sistema. “O orçamento da secretaria estadual conta com R$ 20 bilhões anuais, sendo 70% já comprometidos com folha de pagamento. Não temos prevenção, saneamento, nem vacinação suficientes para evitar que o paciente vá para o hospital. Hoje, mais de 80% dos pacientes na fila de um pronto-socorro não precisa estar ali. Os casos que não são graves são os que geram filas", explicou.
 
Sobre a judicialização, que garante direitos de atendimento de saúde específicos, conseguidos pela Justiça, Uip pondera que o recurso não pode inviabilizar a Saúde. "Chegamos a ter que oferecer 69 tipos de fraldas. Tivemos uma ação judicial de R$ 20 milhões para comprar remédios que vão atender 37 pessoas. Entendo o lado do juiz, mas ninguém pergunta se o Estado tem essa verba para cobrir todas as ações judiciais concedidas. Em 2014, foram gastos 540 milhões de reais nesses processos e estimamos 700 milhões de reais neste ano.
 
Uip relatou ainda o aumento nos casos de dengue,hepatites e DSTs. “Vivemos uma epidemia de sífilis, de Aids, gonorreia, hepatites B e C, porque as pessoas não estão se prevenindo. São quase sete novos casos de sífilis em São Paulo por dia”, afirmou. 
 
“A morbidade da dengue, por exemplo, é muito alta e a letalidade é baixa em São Paulo. O Estado registrou 170 mil casos, sendo 169 mortes, em diversas cidades do interior e bairros da capital paulista, em sua maior parte registrada entre a população idosa, mas a taxa percentual ainda é considerada baixa perto do número de casos que o Estado registrou. O mosquito invadiu São Paulo por condições climáticas há uns cinco anos e a população não estava protegida por anticorpos”. Segundo o secretário, 80% dos criadouros estão em domicílios, o que torna o combate ao mosquito uma operação complexa.

Fiocruz amplia parceria com Instituto Pasteur e USP

O presidente do Instituto Pasteur, de Paris, Christian Bréchot, estima que em até três anos estarão em funcionamento as duas unidades brasileiras da organização, uma em São Paulo e outra no Rio. Em 8 de junho ele assinou parceria com Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Universidade de São Paulo (USP) para instalar as "plataformas técnico-científico-educacionais", com laboratórios e polos de pesquisa de modo a aproveitar as competências de cada instituição.
 
Referência mundial em pesquisa científica desde o século 19 – seus pesquisadores foram os primeiros a isolar o vírus HIV, em 1983 -, o Pasteur contará com a capacidade em medicina aplicada da Fiocruz e a excelência em educação da USP. Hoje, o instituto está em 26 países, mas só dois na América do Sul: Uruguai e Guiana Francesa. "Estamos vindo para o Brasil porque é um país com muitos desafios, mas também muita força nas áreas da saúde pública e pesquisa. Nossa estratégia sempre pressupôs não ficar só na França", disse.
 
As áreas preferenciais das pesquisas no Brasil serão doenças como dengue, malária, chikungunya e leishmaniose. Além de Rio e São Paulo, equipes deverão ser alocadas na unidade da Fiocruz em Porto Velho (RO).
 
As instalações na USP deverão estar funcionando em um ano, calcula o vice-reitor, Vahan Agopyan. Ficarão em uma área de cinco mil metros quadrados no câmpus do Butantã, e já estão em fase de desenvolvimento de projeto.
 
"Esse é um momento histórico. Três instituições de perfis distintos e complementares estão se unindo. É importante conseguirmos projetos conjuntos de longo prazo", afirmou o vice-reitor. O acordo estimula que pesquisadores brasileiros e franceses estreitem laços que alarguem seus
Estudos.
 
Segundo o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, o plano de negócios que colocará em prática o braço brasileiro do Instituto Pasteur estará pronto até o fim do ano, e a iniciativa, que tem como objetivo final a melhoria da saúde da população brasileira, contará com apoio de agências de fomento federais e estaduais, como a Fapesp, a Faperj e a Finep, e também do Ministério da Saúde. Além das doenças infecciosas, a bioinformática e as neurociências estarão no foco.
 
A Fiocruz é a única instituição brasileira associada à rede de centros de pesquisa do Instituto Pasteur e já existe uma colaboração nas áreas de imunologia e entomologia. As duas instituições têm ações de cooperação há um século. O sanitarista Oswaldo Cruz, criador do Instituto Soroterápico Federal (que futuramente levaria seu nome) em 1900, estudou no Pasteur, aberto 12 anos antes.
 

Número de casos de câncer cresceu 75% em relação aos anos 90

O total de casos novos de câncer atingiu 14,9 milhões no mundo, em 2013, com alta de 75,6% em comparação a 1990. Já a proporção de mortes por câncer evoluiu de 12%, em 1990, para 15%, em 2013, quando a doença vitimou 8,2 milhões de pessoas. Os dados constam do estudo Fardo Global do Câncer 2013, publicado por um grupo de pesquisadores no Journal of the American Medical Association, no fim de maio, com dados relativos ao período de 1990 a 2013. Foram pesquisados 28 tipos principais da doença em 188 países.
 
O estudo comprova o aumento do número de casos novos de câncer em todo o mundo e também no Brasil, bem como o número de óbitos. Em função do envelhecimento populacional, a maior incidência de tumores ocorre nas pessoas mais idosas. "Como as pessoas estão vivendo mais e as causas de óbitos anteriores, por doenças infecciosas, vêm caindo, devido a tratamentos mais efetivos e a campanhas de vacinação, o número de óbitos por câncer subiu bastante", disse à Agência Brasil o professor da Escola de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Itamar Santos. Ele integrou o grupo de pesquisadores liderados pela Universidade de Washington, ao lado do também professor da USP Paulo Andrade Lotufo.
 
Em termos globais, o câncer é a doença que mais mata no mundo, depois das doenças coronarianas. Santos advertiu, entretanto, que como os tratamentos contra o câncer têm evoluído também, "é de se esperar que o número de óbitos não acompanhe o ritmo do número de casos diagnosticados". Ele destacou que, além disso, existem métodos de diagnóstico muito sensíveis, que "a medicina ainda está aprendendo a usar". Essa é uma razão também para que o número de casos novos aumente mais que o de mortes, indicou.
 
Somando homens e mulheres, o tipo de câncer que mais mata no mundo é o de pulmão. Em 2013, foram 1,64 milhão de vítimas. No Brasil, foram em torno de 29 mil mortes, contra 15,6 mil, em 1990. Entre as mulheres, o câncer de pulmão matou 485 mil pessoas no mundo, em 2013. Em seguida, veio o câncer de mama, com 464 mil mortes.
 
Entre os homens, o câncer de próstata foi o que mais vitimou no mundo, em 2013, com 292,7 mil mortes. No Brasil, foram 17,7 mil vítimas, aparecendo em segundo lugar, após 18,7 mil casos de óbitos por câncer de pulmão.
 
Itamar Santos disse que, no caso específico do câncer de próstata, há instituições internacionais de renome que não recomendam o rastreamento por indivíduo, a não ser que ele apresente sintomas da doença. "E populacionalmente, a evidência que existe é que não compensa fazer esse rastreamento, porque o benefício que se tem do tratamento não compensa os riscos". O problema, sustentou, é fazer isso em pessoas assintomáticas, só baseado na idade. Ele reconheceu, por outro lado, que essa posição acarreta muita discussão em todo o mundo.
 
A incidência de câncer de próstata no Brasil cresceu 414% entre 1990 e 2013, enquanto a mortalidade por esse tipo de doença aumentou 177%. O pesquisador reiterou que o número de mortes quase triplicou porque "a idade média da população aumentou, e também pelo fato de se ter mais acesso a exames diagnósticos, que facilitam saber a causa de óbitos". O número de casos novos multiplicou-se por cinco no período investigado.
 
Itamar Santos salientou que, quando se fala em câncer, está se abordando várias doenças diferentes, e para cada uma delas há uma estratégia de tratamento e, por isso, prefere não falar em prevenção. "Tem que ter uma base científica por trás", disse ele. Quanto ao câncer de pulmão, o pesquisador lembrou que a estratégia é a cessação do tabagismo. "É um fator de risco tão forte que não há outra coisa para diminuir o número de casos". Para o câncer de mama, existe um programa de rastreamento bem estabelecido, com mamografias para mulheres de 50 a 74 anos de idade.
 
A adoção de hábitos de vida saudáveis ajuda a reduzir o aparecimento de casos novos de câncer e a realização de exames e detecção precoce da doença diminuem sensivelmente a mortalidade, afirmou. Para ele, os governos poderiam contribuir com o estabelecimento de políticas públicas para cessação do tabagismo, para diminuir o número de fumantes, por exemplo, ou estimulando a adoção de hábitos de vida saudável e mesmo disponibilizando acesso "para as condições em que vale a pena fazer o rastreamento".

Hospital São Paulo disponibiliza tratamento para degeneração macular

A degeneração macular está entre as causas mais importantes de baixa visual e cegueira, a partir dos 60 anos de idade. Os tratamentos, apesar de disponíveis para a forma exsudativa, ainda estão sendo pesquisados seus efeitos e ainda possuem um custo alto para a maioria da população. Uma das drogas disponíveis no Brasil é o Lucentis.
 
O medicamento Fovista está em desenvolvimento para aumentar a eficiência dos tratamentos atuais e sendo testado em 22 países, em mais de 248 centros, incluindo Estados Unidos, Inglaterra, etc. Ainda não está disponível em nenhum país, a não ser nos protocolos de pesquisa.
 
O departamento de Oftalmologia da Escola Paulista de Medicina (EPM) da Universidade federal de São Paulo (Unifesp), da qual o Hospital São Paulo é ligado, está realizando trabalho científico com administração intravítrea de Fovista em combinação com o Lucentis em pacientes com degeneração macular relacionada à idade.
 
O protocolo, aprovado pelos Comitês de Ética, avalia o possível efeito terapêutico maior do medicamento Lucentis, com o uso de Fovista. Os pacientes serão tratados com Fovista ativo ou simulação, combinado com Lucentis a cada mês, durante o primeiro ano, e cada dois meses no segundo ano. Todos os exames bem como os tratamentos recebidos são gratuitos e realizados dentro dos princípios éticos da pesquisa clínica no Brasil. Os pacientes interessados devem se comunicar por e-mail (pesquisaclinica.oftalmo@gmail.com), telefone (11) 5572-6443 ou fax  (11) 5539-1592. Nessa fase são aceitos apenas pacientes que não tenham recebido ainda nenhum tratamento com injeção intravítrea em nenhum dos olhos.
 
Os bons resultados desta pesquisa deverão levar ao uso também em pacientes previamente tratados no futuro. Pesquisador responsável pelo estudo é o professor Rubens Belfort Jr., professor titular de Oftalmologia Escola Paulista de Medicina (Unifesp)-Hospital São Paulo.
 

ABHH apoia Junho Vermelho para incentivar doação de sangue

A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) apoia o “Movimento Eu Dou Sangue Pelo Brasil” em prol da doação regular e voluntária de sangue no Estado de São Paulo e, consequentemente, no Brasil como forma de salvar vidas e garantir a manutenção da saúde das pessoas que necessitam de transfusões. Como gancho ao movimento, o Dia Mundial do Doador de Sangue é datado em 14 de junho. 
 
A doação de sangue é um procedimento simples e apesar das campanhas de conscientização quanto ao ato de doar voluntariamente e, em especial, por repetição, o número de doadores de sangue está abaixo do esperado no Brasil. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a média mundial de doadores de sangue está entre 3% e 5% em relação à população de todo o país. A média brasileira é de 1,9% nos últimos cinco anos; destes, 40% o fizeram pelo menos duas vezes ao ano.
Em 2014, foram coletadas cerca de 3,6 milhões de bolsas de sangue, quantidade responsável por 3.127.957 transfusões ambulatoriais e hospitalares. São Paulo é o Estado com o melhor índice de doações em todo o país, correspondendo a 25% do total. Todavia, segue muito abaixo do padrão internacional.
 
“Hoje, a doação é segura não só para o doador, mas também para o paciente. Uma das conquistas da ABHH é a implementação do NAT, um exame que aumenta a segurança das transfusões de sangue, porque é capaz de detectar a presença do vírus do HIV (Imunodeficiência Humana); HCV (Hepatite C) e HBV (Hepatite B) no organismo em um curto período de tempo, existente entre o dia da contaminação por vírus e o momento de sua manifestação no organismo (janela imunológica) e que garante a segurança do paciente que irá receber o sangue para tratamento”, explica Dimas Tadeu Covas, presidente da ABHH. 
 
Com a chegada do inverno, o número de doações cai ainda mais. “A queda de temperatura, o aumento das infecções respiratórias e outras enfermidades fazem com que as doações diminuam em média 30%. Além disso, com o período de férias há um aumento no número de acidentes nas estradas, o que pressiona ainda mais os estoques dos hemocentros. Não há um material substituto. Em caso de cirurgias ou tratamentos, só se pode contar com a solidariedade dos doadores”, observa Diana Berezin, criadora da campanha, em 2011 em São Paulo, com sua irmã Debi Aronis. Três anos depois, a iniciativa foi estendida para todo o território nacional. “Somente quem vive a dificuldade de conseguir sangue sabe a importância das doações. Depois de sentir na pele o que é isso, decidimos disseminar e promover a conscientização para que esse se torne um hábito na vida do brasileiro”, explica Debi.
 
Para lembrar a data, os principais monumentos do país estão com a cor vermelha, como o Viaduto do Chá, Biblioteca Mario de Andrade, Monumento às Bandeiras, Estátua do Borba Gato, Câmara dos Vereadores, Sala São Paulo, Fonte do Parque do Ibirapuera, ambos em São Paulo, Ministério da Saúde, no Distrito Federal, Memorial de Curitiba, no Paraná, entre outros. 
 
 
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