11 de novembro de 2015
Fórum organizado pelo IEPAS debateu certificação digital de laudos
O setor de laboratórios e o próprio órgão regulador (Anvisa) possuem muitas dúvidas sobre como irão implantar a certificação digital de laudos, que passa a valer a partir de janeiro de 2016, segundo determinação da Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 30/2015. O texto diz que todos os laudos liberados devem ter sua autenticidade e assinatura comprovadas de forma digital.
Para debater o tema, o setor se reuniu, em 4 de novembro, no Hotel Maksoud Plaza, capital paulista, em evento realizado pela FEHOESP, Abramed e organizado pelo IEPAS. O encontro recebeu 113 participantes e contou com a presença de representantes da própria Anvisa, de empresas que desenvolvem sistemas e dos estabelecimentos de saúde.
O diretor da FEHOESP e vice-presidente do SINDHOSP, Luiz Fernando Ferrari Neto, deu as boas-vindas aos presentes destacando a mobilização das entidades laboratoriais. “Temos aqui a representação de pelo menos 70% dos produtores de laudos laboratoriais no Brasil”.
Yussif Ali Mere Junior, presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, e Cláudia Cohn, presidente da Abramed, também participaram da abertura do fórum. Estiveram presentes, ainda, José Carlos Barbério e Marcelo Gratão, respectivamente presidente e gestor do IEPAS, e a superintendente jurídica da FEHOESP e SINDHOSP, Eriete Teixeira.
Proferindo palestra sobre certificação digital e a RDC 30, José Carlos Moutinho, diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa, afirmou que “a certificação digital é uma questão extremamente necessária em alguns aspectos”.
O dirigente explicou também que os serviços devem respeitar o prazo de 180 dias para implementação das normas da resolução. “Como é uma lei, já está em vigor, e não temos competência para dar mais prazo”, informou.
Na sequência, Luiz Gastão Rosenfeld, coordenador da câmara técnica da ABRAMED, fez uma síntese das posições e dúvidas do setor, destacando que os laudos laboratoriais estão sendo tratados como documentos jurídicos. “Na realidade, o laudo é um documento sigiloso entre o laboratório, o médico e o paciente”, disse.
Ao final do evento, um talk show coordenado pelo diretor da SBPC/ML, Wilson Shcolnik, trouxe as visões sobre o tema por parte tanto do setor laboratorial como das vigilâncias sanitárias nos níveis federal, estadual e regional.
Segundo Monica Grau, diretora do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo – CVS/SP, a RDC 30 é muito nova e possui ainda pouco conhecimento técnico por parte do órgão. “Esta medida nos causou surpresa. É uma situação que devemos conversar muito internamente para desenvolvermos como vamos cobrar isso”, afirmou.
A diretora lembrou que, dentro dos quadros da vigilância, existem hoje apenas dois profissionais de Tecnologia da Informação para todo o Estado, ainda assim para cuidar dos sistemas internos do órgão.
José Carlos Moutinho, da Anvisa, afirmou que será definido um cronograma para a capacitação de seus próprios órgãos de vigilância sanitária em todo o país. Além disso, se comprometeu a receber mais uma vez as entidades do setor para conversar a respeito do cumprimento da resolução, tirando possíveis dúvidas e discutindo caminhos para sua implementação.
São Camilo Pompeia é recertificado pela JCI
A Unidade Pompeia da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo se submeteu novamente ao processo de avaliação da Joint Commission Internacional (JCI) e foi recertificada por uma das mais conceituadas acreditadoras do mundo. Esta é a segunda vez que a Instituição recebe o selo. A primeira conquista foi em 2011.
“A recertificação mostra que, ao longo dos anos, nos mantivemos alinhados com os mais rigorosos processos internos e prestamos um atendimento seguro e de qualidade aos nossos pacientes. É muito gratificante ter esse trabalho reconhecido por meio de uma acreditação tão importante no mercado hospitalar”, explica o gerente médico do Hospital São Camilo Pompeia, Leonardo Aldigueri Rodriguez.
Além do certificado da Joint Commission Internacional, a Unidade Pompeia possui outro relevante selo internacional: certificado Diamante da QMentum, daAccreditation Canada. A Instituição foi a primeira da América Latina e a nona do mundo a atingir esse nível de qualidade.
Cinco fatos alarmantes e pouco conhecidos sobre o diabetes
Dia 14 de novembro é o Dia Mundial do Diabetes, data que serve como alerta para a importância dos exames de rotina, de prevenção e do tratamento correto da doença. Os dados estatísticos são alarmantes: segundo o Ministério da Saúde, o diabetes atinge 9 milhões de brasileiros (6,2% da população adulta), e é a causa mais frequente de amputações não traumáticas de membros inferiores, ou seja, amputações que não são decorrentes de acidentes. Cerca de 70% das cirurgias para retirada de membros no Brasil têm como causa o diabetes mal controlado (55 mil amputações anuais). Além disso, a doença ainda pode causar infarto, problemas renais e cegueira – sendo que a maioria dessas complicações poderiam ser evitadas com diagnóstico precoce e adoção de hábitos mais saudáveis.
Você saberia identificar sinais do seu próprio organismo relacionado a altos níveis de açúcar? Os pés, por exemplo, pode ser um grande indicador de como está a o nível de glicose no sangue. A endocrinologista Andressa Heimbecher Soares, especialista do Portal Minha Vida, explica estes e alguns pontos relacionados ao diabetes que não são comentados frequentemente. Confira!
Uso excessivo de medicamentos corticoides pode favorecer o diabetes
Doenças comuns como asma, artrite e rinite alérgica, são tratadas com medicamentos à base de corticoide. O grande problema é que a compra desses medicamentos é permitida sem a necessidade de prescrição médica – permitindo que muitos pacientes se automediquem, sem acompanhamento de um médico e com possíveis doses excessivas.
“Além do acúmulo de gordura na região central do corpo, como o abdome, o tratamento à base de corticoide também eleva os níveis de glicose no sangue, podendo provocar diabetes mellitus. Apesar do diabetes ser reversível na maioria dos casos, após a suspensão da droga, alguns pacientes podem permanecer com alterações de glicemia para o resto da vida”, afirma a endocrinologista Andressa Heimbecher Soares, especialista do Portal Minha Vida.
Seus pés podem indicar complicações do diabetes
O diabetes pode ocasionar a perda da sensibilidade, geralmente nos pés e mãos, chamada neuropatia em bota ou em luva. Este sintoma, portanto, pode ser um alerta inclusive para quem ainda não foi diagnosticado com o diabetes. Com a perda da sensibilidade, o diabético passa a não sentir pequenos machucados nos pés, como aqueles causados por um sapato apertado ou a costura de uma meia. “Por isso os pés podem ser um grande indicador e devem ser analisados diariamente por quem tem a doença, pois pequenos machucados podem se agravar devido à dificuldade de cicatrização ocasionada pelo diabetes”, explica a endocrinologista.
Essa perda de sensibilidade ocorre, pois, o diabetes é uma doença que afeta os vasos sanguíneos, tanto os grandes quanto os pequenos. “Nossos nervos, que podem ser entendidos como pequenos fios elétricos responsáveis por transmitir informações de calor, dor, frio ou pressão para o nosso cérebro, precisam receber sangue com oxigênio para funcionarem bem”, exemplifica Andressa.
No caso do diabetes, existe uma alteração no oxigênio que chega aos nervos por meio de pequenos vasos sanguíneos que, somada à formação de um processo inflamatório, levam ao mau funcionamento dos nervos. A especialista ainda ressalta que em outros casos, – menos frequentes – pode ocorrer aumento de sensibilidade, acarretando dor ou queimação em determinadas regiões do corpo.
Seis em cada dez diabéticos tipo 2 desenvolverão a retinopatia diabética (complicação que pode levar à cegueira) ao longo da vida
Segundo pesquisa realizada recentemente pela Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV), 60% dos pacientes do diabetes tipo 2 não sabem que o diabetes pode causar perda da visão e 62% não fazem acompanhamento com um especialista em retina. No entanto, a retinopatia diabética, causada pelo acúmulo de açúcar nos vasos sanguíneos que irrigam a retina, é a principal causa de cegueira na população adulta entre 19 e 60 anos.
Dentre os sintomas estão: visão embaçada, visão dupla, dificuldade para ler, perda de visão periférica, sensação de pressão nos olhos, perda repentina da visão e “moscas” ou flashes flutuantes. Por isso, é muito importante que o diabético faça exames oftalmológicos constantes.
A combinação de diabetes com cigarro multiplica em até 5 vezes o risco de infarto*
As substâncias presentes no cigarro ajudam a criar acúmulos de gordura nas artérias, bloqueando a circulação. “Consequentemente, o fluxo sanguíneo fica mais e mais lento, até o momento em que a artéria fica bloqueada”, esclarece a endocrinologista Andressa Heimbecher Soares. Além disso, fumar também contribui para a hipertensão no paciente com diabetes.
Diabéticos devem acompanhar o exame Hemoglobina Glicada além do teste convencional de glicose, comum nos exames de “check-up” anual
Segundo a Dra. Andressa, o teste convencional de glicose fornece apenas uma “foto”, o nível de glicose naquele momento. Já o exame hemoglobina glicada funciona como um “filme” e aponta a média da glicose dos últimos 3 meses, fornecendo um diagnóstico muito mais preciso sobre o comportamento da substância no organismo. “Muitos não fazem ideia do que se trata, mas o acesso a esses dados proporciona um maior controle e consciência da situação e do nível em que se encontra o diabetes, aumentando assim as chances de um tratamento eficaz que proporcione o controle da doença”, explica a especialista do Portal Minha Vida.