2 de dezembro de 2021

SindHosp alerta para enfrentamento à nova cepa

O SindHosp está acompanhando a progressão da Covid-19 no estado e emite aos hospitais, clínicas e laboratórios privados de São Paulo alerta sobre a importância da identificação e assistência a pacientes com a nova cepa Ômicron.

 

Na última semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a Ômicron como variante de preocupação em razão do alto número de mutações. A nova cepa apresenta 50 mutações, o dobro da variante Delta, sendo que mais de 30 dessas 50 mutações ocorrem na proteína “spike” – alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19, o que apresenta risco global muito alto e, portanto, maior probabilidade de escape das vacinas.

 

Diante da importância atribuída pela OMS à essa variante, é preciso redobrar a atenção sobre o rastreamento genético das variantes que estão circulando e causando casos de Covid-19, o que permitirá obter dados sobre o perfil da variante Ômicron quanto a capacidade de contágio e características da infecção. Uma etapa importante do rastreamento tem início ainda durante a triagem que deve ser realizada a partir de criteriosa anamnese epidemiológica, que investigue se o paciente esteve no exterior, especialmente em países da África do Sul, Europa, Ásia e Oceania, onde já houve casos comprovados através de genética da nova variante. Quanto maior o volume de informações disponíveis sobre a circulação e as características da variante Ômicron, maior será o grau de preparação dos hospitais para manejarem o contágio e assistirem de forma adequada os pacientes.

 

O quadro clínico que tem sido atribuído à nova variante até o momento é leve e, na maioria dos casos anunciados apresenta sintomas como cansaço, dores no corpo e enxaqueca. Porém por se tratar de uma situação ainda nova, é importante que a caracterização do caso seja adequadamente conduzida pelos serviços de saúde.

 

A recomendação do SindHosp é que toda as informações de natureza clínica e laboratorial coletadas pelos hospitais e serviços sejam comunicadas por meio dos canais formais de maneira rápida às autoridades sanitárias para que possam auxiliar na estratégia de manejo da nova variante do vírus.

 

O SindHosp está ao seu lado nessa luta contra a Covid-19.

Presidente do SindHosp, Francisco Balestrin, apresenta compilado das 20 pesquisas Covid-19

Clique aqui e baixe o copilado da pesquisa

 

Em coletiva de imprensa, o SindHosp -Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo informou que está orientando os serviços de saúde- hospitais, clínicas e laboratórios- para que redobrem atenção na anamnese epidemiológica de pacientes suspeitos com Covid-19. Importante incluir no questionário perguntas para saber se o infectado esteve no exterior e em quais cidades circulou no país. Toda informação deve ser comunicada imediatamente às autoridades sanitárias para que possa auxiliar na estratégia de contenção da nova cepa do vírus.

Destacou o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, que os hospitais privados respondem por 60% do atendimento do SUS no estado e os planos de saúde- por meio dos hospitais- atendem 37% da população paulista. “Lembro que o primeiro vírus da Covid-19 foi detectado no Brasil pelo Hospital Albert Einstein, que atendeu o paciente vindo da Itália. E neste momento também foi no Einstein detectada a nova cepa em dois pacientes vindos da África do Sul”, alerta o médico.

 

Aumento de testes

O SindHosp levantou também uma importante questão para o mapeamento da nova cepa. Para Balestrin, aumentar a testagem aumenta a chance de se identificar eventuais mudanças genéticas e a identificação da nova variante.

 

Dirceu Barbano, diretor científico do SindHosp, participou da coletiva e apresentou reflexões sobre resultados da pesquisa

 

Hospitais estão preparados para uma nova onda?

O aparato dos hospitais para o atendimento de pacientes com Covid-19 foi desmobilizado em decorrência da queda de internações e a desocupação dos leitos clínicos e de UTI no estado de São Paulo. Na última pesquisa SindHosp realizada em novembro 2021 (de número 20), apenas 14,71% dos leitos clínicos encontravam-se ocupados enquanto a ocupação da UTI para o paciente Covid-19 estava em 20,5%.

“No entanto, os mais de 18 meses da Covid-19 permitiram acumular um aprendizado da pandemia com o treinamento de profissionais e a aquisição de equipamentos o que nos deixa mais ágeis e preparados para enfrentar uma nova situação”, destaca Balestrin.

“A UTI Covid-19 necessita de equipamentos especiais e uma equipe altamente especializada. Caso haja uma nova onda, teremos que ter um prazo para mobilizar novamente toda a estrutura. Por este motivo, ainda acreditamos ser muito importante a manutenção de medidas sanitárias como o uso de máscaras em ambientes fechados, a lavagem de mãos e se evitar aglomerações, sendo imprescindível a vacinação em massa. Soma-se ainda a necessidade da implantação de barreiras sanitárias nos portos e aeroportos, com critérios específicos, para se evitar o alastramento da nova cepa”, destaca.

 

A trajetória das 20 pesquisas SindHosp aponta desafios

A experiência do SindHosp com as 20 pesquisas Covid-19 levantou os problemas enfrentados no combate à pandemia, apontou tendências e orientou gestores públicos e privados e a população sobre os movimentos da pandemia. “E esta experiência nos prepara e nos avaliza para novos enfrentamentos”, enfatiza o presidente do SindHosp.

Entre os principais problemas apontados pelos hospitais no combate à pandemia destacam nas pesquisas a falta de médicos (78% dos hospitais apontam falta de médicos nas pesquisas de março e abril de 2021); 61% apontam aumentos abusivos de preços de EPIs (fevereiro 2021); 58% apontaram a dificuldade de reposição de estoques de materiais e medicamentos; 81% dos hospitais apontam a falta de profissionais de saúde como problema em praticamente todas as pesquisas.

“Não há sistema de saúde que suporte uma demanda exagerada de pacientes Covid-19 de uma só vez. Para se evitar o colapso da rede de saúde, o poder público precisa criar uma ampla estratégia, com integração da atenção primária dos setores público e privado para o enfrentamento ao vírus, usando preferencialmente, estratégias de prevenção”, frisa o médico.

Balestrin comparou os principais indicadores do levantamento

 

Baixe o comparativo da pesquisa

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