Foram criadas 92.962 vagas nas atividades do setor de hospitais, clínicas e laboratórios no Brasil, no último semestre, totalizando o contingente de 2.412.193 trabalhadores segundo o Boletim Econômico da FEHOESP- Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, que avaliou dados do CAGED do Ministério do Trabalho.
Somam-se a estes profissionais em sistema CLT, cerca de 5 milhões de colaboradores indiretos que o segmento contrata no Brasil. Entre as atividades, destaca-se a criação de 68.982 postos de trabalho na atividade “atendimento hospitalar” e também a geração de 16.867 vagas na “atividade de atenção à saúde humana”, que inclui práticas integrativas e complementares em saúde humana, no período em questão, em relação a dezembro de 2019.
O Estado de São Paulo registrou, em junho de 2020, o contingente de 797.371 trabalhadores no setor. No acumulado do ano, foram abertos 35.238 postos de trabalho no estado, destacando-se a abertura de 20.878 vagas na atividade de “atendimento hospitalar” e de 5.791 na atividade de atenção à saúde humana.
No entanto, segundo o presidente da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr, tais números refletem o efeito da pandemia, período em que os hospitais tiveram que contratar mais para atender a demanda dos pacientes Covid. Ele acredita que o número de empregos deve cair nos próximos meses como reflexo da queda do movimento e do faturamento de laboratórios e clínicas, especialmente, cujos pacientes se afastaram dos serviços de saúde temerosos de se contaminar com o coronavírus. “Muitos exames preventivos deixaram de ser feitos nesse período e o setor de diagnóstico foi um dos mais prejudicados”, avalia.
Reforma tributária pode trazer desemprego
“Os grandes heróis da pandemia podem ficar desempregados”, destaca o presidente do SINDHOSP- Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, Francisco Balestrin. Para ele, a reforma tributária do governo, que está em debate no Congresso Nacional, traz a unificação PIS/COFINS, criando o CBS, um imposto único que para o setor saúde representa um aumento de 70% no valor do imposto. “Nosso maior custo, cerca de 45%, é com a mão de obra. Não temos como gerar créditos para abatimento tributário e a consequência imediata será o desemprego, o aumento de custos dos serviços e planos de saúde, a migração de pessoas para o SUS impactando o orçamento público e a diminuição dos investimentos privados em saúde, já que a iniciativa privada responde hoje por 55% dos investimentos em saúde enquanto o setor público aplica apenas 45%”, revela.
Pandemia levou à criação de 40 mil leitos no país
No mesmo semestre foram criados 32.568 novos leitos no sistema SUS e 8.307 no sistema não SUS em todo o Brasil. Nesse contexto se destaca a criação, no SUS, de 8.517 leitos de UTI adulto II e 247 leitos de UTI pediátrica, ambos para Covid-19. Quanto aos leitos não SUS no país (privados e beneficentes) destacam-se 10.600 novos leitos de UTI adulto II e 461 de UTI pediátrica, ambos para o tratamento da Covid-19.
No Estado de São Paulo, para o atendimento do sistema SUS, em junho de 2020, foram contabilizados 67.572 leitos, o que representou a abertura de 7.773 leitos, se comparados com dezembro de 2019, destacando-se a criação de 2.052 leitos de UTI adulto II para o combate da pandemia da Covid-19. Para o atendimento do sistema não SUS, no mesmo Estado, também em junho de 2020, foram contabilizados 48.640 leitos, representando a abertura de 2.601 em relação a dezembro de 2019, entre realocações de leitos complementares e 2.943 novos UTI adulto II para assistência à Covid-19.
Fonte: Assessoria de Imprensa – SindHosp/FEHOESP