Revelado por pesquisa SindHosp, o aumento de internações por dengue na rede privada de saúde do Estado de São Paulo repercutiu em diversos veículos de imprensa do Brasil, incluindo rádios, TVs, jornais e portais de internet. Segundo o levantamento, mais de 60% dos hospitais particulares paulistas registraram elevação de casos da doença em seus leitos.
Os resultados mostram que o aumento ocorreu tanto nos leitos clínicos como nas unidades de terapia intensiva (UTI). Ainda de acordo com a pesquisa, 77% dos pacientes ficaram internados por quatro dias nas UTI. Os dados foram divulgados por pelos menos 45 veículos nacionais e locais, incluindo TV Globo, Globo News, Portal G1, Rádio CBN e jornal Valor Econômico, SBT, Rádio Jovem Pan e Jovem Pan News TV, Folha de São Paulo e Uol, Rádios Bandeirantes e Band News FM, Record News e jornal Diário de S. Paulo.
Evolução do cenário
Intitulado “Evolução do Cenário – Pacientes diagnosticados com Dengue, Covid-19 e outras doenças prevalentes”, o trabalho elaborado pelo Núcleo de Inteligência e Conteúdo (NIC) do SindHosp mostrou, ainda, que casos com suspeita de dengue atendidos nos pronto-socorros e serviços de urgência subiram 60% e que o número de pacientes positivos para dengue cresceu. Os pacientes com resultado positivo para dengue tinham, em média, 30 a 50 anos, segundo mais da metade dos hospitais consultados.
A pesquisa foi realizada no início de abril com 95 hospitais do serviço privado no Estado de São Paulo, permitindo a comparação com pesquisa anterior, realizada entre fevereiro e março. Em contraposição aos dados de dengue, os hospitais particulares paulistas registram uma queda nos novos atendimentos e internações por Covid em relação à pesquisa anterior, quando 18% dos hospitais indicavam aumento de dengue e 71% de dengue e Covid.
Temperatura e repelente
Segundo Francisco Balestrin, presidente da Fehoesp (Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo) e do SindHosp, a pesquisa apontou o aumento de dengue e a queda de Covid no início de abril. “As altas temperaturas e a falta de repelentes para todos provavelmente contribuíram para o crescimento da dengue nos hospitais”, disse Balestrin. “Registramos filas de espera e demora no atendimento por conta da alta demanda de pacientes. Tivemos um conjunto grande de pessoas que se encaminharam para os hospitais para confirmar o diagnóstico da doença e, portanto, houve uma pressão nos atendimentos de prontos-socorros, ambulatórios, consultórios, mas você não tem uma pressão de internação, não há lotação de leitos”.
Sintomas e Tratamento
Os principais sintomas da dengue são febre alta, dores nas articulações e manchas no corpo. O tratamento é feito com remédios que aliviam os sintomas, no entanto, o uso de AAS e alguns anti-inflamatórios não são indicados para a doença. Por enquanto, a vacina contra a dengue na rede pública de saúde está disponível somente para crianças de 10 a 14 anos.