A proposta em estudo no governo de regular serviços hospitalares e ambulatoriais para conter reajustes de planos de saúde surpreendeu a categoria da saúde. Reportagem divulgada na segunda-feira (23) pelo jornal O Estado de S. Paulo mostrou um relatório elaborado pela Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, propondo a criação de regras para prestadores de serviços de saúde como uma estratégia para reduzir os custos da área.
“Em nenhum momento fomos consultados sobre isso”, afirma o vice-presidente do SINDHOSP e diretor da FEHOESP e coordenador do Comitê de Laboratórios da Federação, Luiz Fernando Ferrari Neto. “Nossos representados hoje trabalham com a dificuldade no repasse de custos e correções monetárias.”
A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e de Medicina Laboratorial, por meio de nota, também manifestou seu repúdio. “Os laboratórios não têm reajustes há oito anos”, afirmou a presidente da entidade, Paula Távora. "Há um discurso antigo de que exames são feitos e não são retirados, o que provaria que eles são desnecessários. Mas é preciso lembrar que, com avanços da tecnologia, muitas vezes pacientes têm acesso a laudos por internet", observou.
A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que reúne empresas na área de patologia clínica, anatomia patológica e de radiologia reforça o discurso e garante que, nos casos de reajustes concedidos, eles ocorrem abaixo da inflação médica.
A Abramed contesta ainda afirmações de representantes de planos de saúde de que, muitas tecnologias são incorporadas na saúde suplementar sem que haja uma avaliação do custo benefício. A associação argumenta que tecnologia é uma ferramenta importante para se alcançar diagnóstico precoce e um tratamento mais eficiente e observa que todas tecnologias, antes de serem liberadas no País são avaliadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e somente passam a ser consideradas como de oferta obrigatória nos planos depois de autorização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).