15 de janeiro de 2014

ANS esclarece prazo sobre queixa contra plano de saúde

A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) esclareceu que não houve ampliação de prazo para solução de queixas de beneficiários de planos de saúde.
 
O anúncio divulgado pela ANS foi a respeito da adoção da metodologia de solução de conflitos entre clientes e operadoras, que já era praticada para as queixas sobre cobertura assistencial (como recusa de atendimento, descumprimento de prazos máximos para procedimentos), agora também para os casos de reclamações sobre os assuntos não assistenciais (como reajuste, quebra de contrato).
 
Com isso, a partir de 19 de março de 2014, todas as reclamações do tipo não assistencial feitas aos canais de atendimento da ANS serão enviadas para as operadoras de planos de saúde, que terão dez dias úteis para resolver a dificuldade do cliente. No caso de queixas de natureza assistencial, o prazo para as operadoras resolverem o problema continua sendo de cinco dias.

SBU critica aval a novo tratamento para próstata aumentada

A Sociedade Brasileira de Urologia questiona o parecer aprovado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) que dá sinal verde para o uso de uma técnica menos invasiva para tratar o aumento benigno da próstata (hiperplasia).
 
Para a entidade, faltam estudos que comprovem a eficácia e a segurança da técnica. Assim, ela deveria ser mantida com caráter experimental, usada apenas dentro de protocolos de pesquisa.
 
"É um tratamento que pode dar um bom resultado no futuro. Só discordamos de se dizer que é uma nova opção de tratamento. Não temos estudo de longo prazo, não sabemos o que vai acontecer com esse tratamento", afirma Carlos Corradi, presidente da sociedade de urologia.
 
Para ele, se largamente usada sem o respaldo científico adequado, a técnica pode trazer malefícios aos pacientes. O CFM afirma que o parecer está mantido e que chamou a entidade que reúne os urologistas para debater o tema.
 
A embolização das artérias da próstata consiste no uso de um pequeno tubo que, guiado por aparelho que emite raio X, entra pela virilha e passa por vasos sanguíneos até a próstata. No local, é liberada uma substância que obstrui parte do fluxo de sangue, levando à diminuição da próstata.
 
A técnica vem sendo usada desde 2008 por médicos do Hospital das Clínicas de São Paulo, dentro de protocolos de pesquisa. Os dados obtidos desde então foram apresentados pelo grupo paulista ao CFM, para que a técnica fosse chancelada e tivesse o uso ampliado para outros centros do Brasil.
 
O parecer aprovado pelo conselho, no final do ano passado, reconheceu benefícios nessa técnica e aprovou seu uso desde que cumpridos determinados requisitos.
 
Alguns deles são a necessidade de acompanhamento dos resultados pelo CFM por cinco anos, a obrigatoriedade de que o procedimento seja feito apenas por médico com capacitação e credenciamento específicos para a embolização e a definição de que a técnica não deve ser a primeira opção de tratamento.
 
Segundo o parecer, deve haver a avaliação do paciente por um urologista, mas o procedimento deve ser feito por médico com formação em radiologia intervencionista.
 
A técnica deverá ser liberada em definitivo por resolução do CFM a ser aprovada até março.
 
Miguel Srougi, professor titular de urologia da USP e um dos envolvidos no desenvolvimento da técnica, diz que há bons resultados até aqui.
 
"Temos dados clínicos mostrando que os doentes passam pelo procedimento sem complicações, que eles melhoram. Não temos interesse em promover um método que seja falso." Segundo Srougi, as críticas vêm de "indivíduos que ignoram os dados científicos" recolhidos pelo grupo de São Paulo. 

Pacientes com câncer devem ter cuidados redobrados com saúde bucal

Apesar de importantes para o tratamento do câncer, a quimioterapia e a radioterapia podem desencadear alguns sintomas que, quando não tratados, prejudicam a saúde da boca e, até mesmo, o tratamento da doença. Cada pessoa reage de maneira diferente à quimioterapia e à radioterapia, mas alguns efeitos colaterais são mais comuns, como o aumento da sensibilidade da gengiva, dos dentes e da mucosa. 
 
Entre as queixas mais frequentes estão a perda de paladar e o surgimento de mucosite (feridas), xerostomia (boca seca), candidose (infecção por fungos popularmente conhecida como sapinho) e cárie de radiação. Estes sintomas podem ser temporários ou permanentes, dependendo do local e tipo de tumor, assim como da dose das medicações utilizadas.
 
É importante destacar que é possível prevenir e controlar estes problemas, e a principal ferramenta para isto é a manutenção rigorosa da higiene bucal. O paciente também precisa de cuidados odontológicos antes, durante e após o tratamento.
 
De acordo com o  cirurgião-dentista e diretor do ambulatório de Odontologia do HSPE (Hospital do Servidor Público Estadual) Cassiano Silveira consultas periódicas com o dentista são sempre essenciais.
 
— No caso do paciente oncológico, essa necessidade se acentua ainda mais. Estas pessoas deverão receber cuidados odontológicos especiais por toda a vida.
 
Veja algumas regras essenciais para a manutenção da saúde bucal dos pacientes em tratamentos com quimioterapia e radioterapia:
 
— Cuide detalhadamente da higiene, passando fio dental e escovando cuidadosamente os dentes, gengiva e língua após as refeições. Neste processo, indica-se o uso de escovas com cerdas macias e creme dental com flúor;
 
— Quem faz uso de dentaduras deve certificar-se de que o aparelho está bem ajustado à boca e não causando feridas. Ela deve ser limpa diariamente, com auxílio de uma escova de dente. Se possível, diminua o tempo de uso do objeto; nos momentos em que não estiver sendo utilizada, mantenha a dentadura seca ou submersa em água misturada a uma colher de café de água sanitária;
 
— Mantenha a boca úmida. Além de beber água frequentemente, mascar chicletes sem açúcar e utilizar saliva artificial podem ajudar; 
 
—  Evite o uso de enxaguantes bucais com álcool e de palitos de dente;
 
— Não consuma bebidas alcoólicas ou produtos derivados do tabaco (cigarro, charuto, cachimbo e fumo para mascar);
 
— Consulte um dentista regularmente.
 

Diabetes provoca 80% das doenças da retina em hospital estadual

Um levantamento realizado pelo Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo, na capital paulista, constatou que cerca de 80% dos tratamentos para doenças da retina tratados no local são originados pelo diabetes não controlado.
 
A retinopatia diabética é uma das principais causas de cegueira no mundo, assim como o glaucoma, entre outras doenças degenerativas da visão. Os especialistas do hospital enfatizam que, mesmo após cirurgias e tratamentos, a doença pode voltar mais agressiva, caso o diabético não adote hábitos saudáveis de vida e não controle seu níveis glicêmicos.
 
A retina é um tecido do olho responsável pela formação das imagens e objetos visualizados. O diabetes mal controlado pode causar alterações na retina com complicações que levam à cegueira temporária ou permanente. Quando o diabetes esta descompensado, ocorrem os edemas maculares, popularmente conhecidos como inchaço da retina.
 
Segundo o oftalmologista André Rodrigues de Castro, do Hospital de Transplantes, "a doença é silenciosa e o paciente não sente dor. Só consegue perceber quando está com dificuldades para enxergar e, em alguns casos, chega ao especialista quase cego”.
 
O edema muitas vezes pode ser curado com o rígido controle do diabetes associado aos novos tratamentos a base de injeções intraoculares. O diabético precisa manter sua medicação em dia, além de manter uma rotina de exercícios físicos diários, horários regulares para alimentação (com orientação de um profissional nutricionista), eliminar excesso de doces, refrigerantes, frituras e gorduras de origem animal. É necessário também que diminua o sal, utilize alimentos diet, controle o peso e evite cigarros e bebidas alcoólicas sempre.
O diagnóstico para a retinopatia diabética é realizado com exames oftalmológicos de fundo de olho chamado mapeamento da retina. Além disso, podem ser solicitados exames como tomografia de coerência ótica, além do exame angiofluoresceinografia da retina.
 
O tratamento consiste em injeções intraoculares de medicamentos como anti-inflamatórios, agentes anti-VEGF (que agem atenuando o edema da retina), aplicações de laser e nos casos mais graves cirurgias (vitrectomia). Os casos mais leves podem ser vistos uma vez por ano, e os casos mais avançados precisam ser avaliados entre dois e três meses.
 
— O ideal é que o paciente já realize os exames de fundo de olho logo após o diagnóstico de diabetes e que mantenha essa rotina anual de consultas ao oftalmologista, além de manter controlados seus níveis de glicemia para prevenir o aparecimento da doença.
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