31 de janeiro de 2014

Usuário poderá chamar Samu pelo Facebook

O Ministério da Saúde anunciou a criação de um aplicativo que vai permitir que as ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) sejam chamadas por meio do Facebook. A novidade foi apresentada durante visita do ministro Alexandre Padilha à Campus Party, feira de tecnologia realizada em São Paulo.
 
O aplicativo permitirá ainda que o usuário acompanhe no celular ou tablet o trajeto do veículo até o local do chamado. Para que isso seja possível, a tecnologia integrará os aplicativos Facebook e Waze. Segundo o Ministério da Saúde, o serviço deverá diminuir o tempo de espera por atendimento.
 
Ao solicitar a ambulância, o usuário deverá preencher informações de saúde como doenças existentes e se tem convênio médico. Também será possível avisar, por meio do Facebook, parentes e amigos sobre o chamado.
 
A tecnologia será usada em fase de testes no Carnaval de Salvador e durante os eventos da Copa do Mundo. O ministério não informou quando a tecnologia estará disponível para todo o País.

Programa no HC-SP incorpora espiritualidade ao tratamento médico

Médicos devem estar preparados para lidar com a religião e espiritualidade dos pacientes, independentemente de suas crenças pessoais. É o que acredita o psiquiatra Frederico Camelo Leão,  pesquisador do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
 
Leão coordena o Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade (ProSER), iniciativa que busca compreender a relação entre esses três fatores a partir de atividades de pesquisa, ensino e assistência terapêutica. Segundo o médico, a complexidade do ser humano e a saúde mental vão muito além das questões neuroquímicas — e é essa premissa que guia o programa.
 
A ideia não é que a espiritualidade e a religiosidade entrem como uma alternativa ao tratamento médico. "É uma forma complementar, dentro da visão de que a busca da saúde é mais do que apenas tomar remédios", explica o psiquiatra à Agência USP de Notícias.
 
Leão conta que trabalhos científicos na área indicam que práticas como meditação, orações ou a dedicação a uma denominação religiosa podem estar associadas a melhoras na defesa imunológica e na longevidade. Ao frequentar um templo ou igreja, por exemplo, a pessoa, além de trabalhar sua espiritualidade, tem também suporte social, ou seja, frequenta um lugar onde pode compartilhar experiências e obter apoio, o que traz benefícios à saúde, podendo, inclusive, inibir ímpetos suicidas.
 
Atividades
 
Os pacientes em tratamento no instituto são convidados pela equipe do ProSER a responder um questionário para mapear seu perfil espiritual/religioso. Depois, há uma discussão e a equipe sugere o encaminhamento a alguma das atividades promovidas pelo programa, como meditação, oficina de contos, ioga e psicoterapia transpessoal.
 
O trabalho feito pelo ProSER não envolve práticas religiosas, mas tem a parceria do Comitê de Assistência Religiosa (Care) do Hospital das Clínicas. O programa faz a intermediação com esse comitê quando o paciente deseja receber a visita de um representante religioso, como um rabino ou pastor.
 
Segundo o coordenador, é difícil dizer se a melhora do paciente tem relação direta com a abordagem espiritual. No entanto, os depoimentos dos pacientes revelam, em geral, que se sentiram mais humanizados.
 
Menos resistência
 
Embora ainda exista resistência por parte da comunidade científica ao lidar com questões que envolvam religião e espiritualidade, Leão enxerga um grande crescimento na produção científica na área, que encontra espaço nas revistas de impacto. Um exemplo é a Revista de Psiquiatria Clínica, que publicou em 2007 uma edição especial dedicada ao assunto e mantém atualmente uma seção chamada Série Mente-Cérebro, que abrange trabalhos na área.
 
Esse avanço se deve, em parte, à decisão da Associação de Psiquiatria Americana que, em 1995, atualizou o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), incluindo problemas espirituais e religiosos como uma nova categoria diagnóstica, ou seja, eles deixavam de ser classificados como transtornos mentais. 
 
 

Governo cria política de atendimento de pessoas com doenças raras

O Sistema Único de Saúde (SUS) vai incorporar 15 novos exames para diagnosticar doenças raras e credenciar hospitais e instituições para atendimento de pacientes portadores dessas enfermidades.
 
A política foi criada após pedidos de organizações não-governamentais e instituições de pesquisas, que discutiam o assunto com o governo desde 2012. A norma vale a partir da publicação no "Diário Oficial da União", o que deve acontecer nos próximos dias, de acordo com o Ministério da Saúde.
 
Segundo José Eduardo Fogolin, coordenador de média e alta complexidade da pasta, os exames vão abranger uma grande parte das 8 mil doenças raras já estudadas.
 
Fogolin explica ainda que o SUS vai dividi-las em quatro eixos: três abrangem doenças genéticas (anomalias congênitas, deficiência intelectual/cognitiva e doença metabólica) e um enfermidades não-genéticas, dividido em infecciosas, inflamatórias e autoimunes.
 
Rede de atendimento
 
O técnico do Ministério da Saúde explica que no Brasil existem atualmente 240 serviços que promovem ações de diagnóstico e assistência que poderão se credenciar ao SUS imediatamente após a divulgação da portaria. Essas instituições vão receber verbas destinadas aos exames e às equipes que trabalham no tratamento dos pacientes.
 
De acordo com o governo, será repassado mensalmente R$ 11,6 mil para custeio da equipe de serviço especializado (com, no mínimo, um médico, enfermeiro e técnico de enfermagem) e R$ 41,4 mil para equipes do serviço de referência, que conta com geneticista, neurologista, pediatra, clínico geral, psicólogo ou outros profissionais.
 
"Atualmente, pessoas com doenças raras são atendidas, principalmente, em hospitais universitários. [Com a política] o número de instituições vai aumentar", explicou ele.
 
O SUS conta com 26 protocolos clínicos para doenças raras que são a "porta de entrada" para a assistência na saúde pública. Além disso, há oferta de medicamentos para 11 enfermidades, como a deficiência de hormônio do crescimento (hipopituitarismo), fibrose cística e hipotiroidismo congênito.
 
Doenças raras no Brasil
 
De acordo com levantamento feito pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), divulgado em 2013, há cerca de 13 milhões de pessoas com doenças raras no país. Estima-se que haja 8 mil distúrbios já diagnosticados, sendo 80% deles de origem genética. Outros se desenvolveram como infecções bacterianas e virais, alergias ou têm causas degenerativas. A maioria (75%) se manifesta ainda na infância dos pacientes.
 
O conceito de doença rara utilizado pelo Ministério da Saúde é o mesmo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ou seja, disturbios que afetam até 65 pessoas em cada 100 mil indivíduos (1,3 para cada duas mil pessoas).

Nintendo anuncia incursão no mercado de e-health

O crescimento do mercado de aplicativos para o setor de saúde está despertando interesse de players no mínimo inusitados. Durante apresentação para acionistas feita esta semana em Tóquio, no Japão, o presidente da fabricante de consoles e jogos de videogame Nintendo, Satoru Iwata, anunciou que a companhia pretende lançar uma plataforma interativa entre 2015 e 2016 para e-saúde.
 
Mais conhecida pelo herói bigodudo Mário, a empresa – que vem passando por uma grave crise em seu nicho de atuação tradicional – deve entrar no mercado inédito com uma plataforma ainda sem nome ou formato definido. Segundo Iwata, o foco da empresa nos próximos dez anos estará em melhorar a qualidade de vida dos usuários domésticos através do entretenimento. “A palavra-chave é saúde”, disse, completando que “a Nintendo está desenvolvendo algo completamente novo e não-vestível para monitorar sua saúde”.
 
O executivo parece descartar um acessório de vestuário inteligente ou um óculos de realidade aumentada, como o Google Glass (que tem sido cada vez mais utilizado para fins médicos e de pesquisa). No entanto, o produto pode ser uma evolução do Vitality Sensor, acessório para o console Wii anunciado há alguns anos e que prometia monitorar os sinais vitais do jogador. O produto nunca foi lançado.
 
Iwata disse que dará mais detalhes sobre a nova plataforma ainda em 2014.
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