17 de março de 2014

Atendimento à pessoa com doença renal crônica é ampliado no SUS

Foi publicada uma portaria do Ministério da Saúde que amplia o atendimento à pessoa com doença renal crônica. O problema se caracteriza pelo mau funcionamento dos rins. Hoje, o atendimento é realizado em Serviços de Nefrologia.
 
Presentes em unidades de saúde ou hospitais, esses serviços atendem usuários do SUS dependentes da realização de diálise, processo de filtragem do sangue feito quando os rins param de funcionar.
 
O coordenador de Média e Alta Complexidade do Ministério da Saúde, José Eduardo Fogolin, explica as complicações que sofrem as pessoas com doença renal crônica.
 
— O paciente para de urinar. Acontecem algumas outras alterações, como o acumulo de líquido. Esse líquido causa o inchaço, que acontece na pele ou em outros órgãos do corpo. Com a disfunção dos rins, o cálcio também causa problema no processo ósseo. Então pode ocorrer fraturas, mineralização óssea e outras alterações neurológicas, por exemplo. O paciente pode ter letargia, lentidão, náusea, vômito, entre outros efeitos.
 
Com a nova portaria do Ministério da Saúde, a população que sofre de complicações vai poder realizar a diálise e também contar com os serviços das Unidades Especializadas em Doenças Renais Crônicas. As unidades podem ser instaladas em um ambulatório ou consultório e vão oferecer acompanhamento com equipes formadas por médico nefrologista, psicólogo, assistente social e nutricionista.
 
Atualmente, o país tem cerca de 90 mil pacientes com doença renal crônica em tratamento.

Material de hemodiálise deverá ser descartável para quem tem hepatite

Uma resolução da Anvisa já publicada proíbe o reuso de um material que faz parte do procedimento de hemodiálise em pacientes com hepatite B e C. Antes da nova regra, isso só era feito no caso de pacientes com HIV. A medida tem o objetivo de tornar o procedimento mais seguro.
 
A hemodiálise é o tratamento indicado para pessoas que perderam a função dos rins que permite a filtragem do sangue, como em um rim artificial. O material que passará a ser descartado depois de cada uso entre os pacientes com hepatite é o dialisador, filtro que livra o sangue das impurezas. As clínicas terão um ano para se adequar às novas normas.
 
O médico Daniel Rinaldi dos Santos, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) explica que, durante a hemodiálise, o sangue sai do paciente e, por meio de um tubo – chamado de linha de sangue – chega ao dialisador. Lá, o sangue recebe uma solução líquida para tirar suas impurezas e é filtrado. Em seguida, o sangue já purificado retorna para o paciente por meio de outra linha de sangue.
 
Outra mudança determinada pela Anvisa é que as linhas de sangue passarão a ser descartáveis para todos os pacientes. A adequação a essa norma poderá ser feita em até três anos.
 
Hoje em dia, o material utilizado na hemodiálise de um paciente é, depois do procedimento, lavado, processado, esterilizado e guardado para uso posterior do próprio paciente. “É muito pouco provável que haja contaminação, pois esse material é processado de forma separada nas clínicas. Mas as mudanças são um grande avanço porque realmente vai tornar o procedimento muito mais seguro não só para o paciente, mas também para o funcionário”, diz Santos.

São Camilo inaugura centro de simulação de R$ 5,5 mi

Humanização e segurança do paciente são apontadas como as base do primeiro Centro de Simulação da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, inaugurado recentemente. O espaço de 490 m², destinado ao treinamento de até 120 profissionais simultaneamente, possui seis salas de aula com equipamentos que incluem manequins computadorizados – que reagem aos procedimentos durante o atendimento. Foram investidos R$ 5,5 milhões na estrutura.
 
Ariadne da Silva Fonseca, coordenadora do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, diz que o centro possui cenários compostos por equipamentos que lembram as unidades da rede, onde são prestados os cuidados aos pacientes, famílias e comunidade. As salas são adaptáveis e, a cada treinamento, o espaço é alterado para tornar a simulação mais realista.
 
Após o atendimento, os profissionais participam do ‘debriefing’, momento de reflexão sobre as atuações individuais em que são abordados pontos fortes e fragilidades, com proposição de melhorias em planos de trabalho individuais ou em equipe.
 
Fábio Peterlini, diretor de práticas assistenciais da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, diz que a qualidade assistencial está relacionada ao desenvolvimento contínuo das habilidades dos profissionais, o que justifica o investimento no Centro.
 
Cursos
 
O Centro de Simulação da Rede São Camilo oferece treinamentos técnicos e comportamentais para profissionais de diferentes áreas de atuação, como médicos, enfermeiros e atendentes. Entre os cursos técnicos, há três que são fundamentais para a conquista de certificações internacionais: Basic Life Support – BLS (Suporte Básico de Vida), Advanced Cardiovascular Life Support – ACLS (Suporte de Vida – Cardiovascular Avançado) e Pediatric Advanced Life Support – PALS (Suporte de Vida Avançado – Pediatria).
 
Além desses, há outros treinamentos voltados para profissionais da área da Saúde, como simulação de emergências médicas, intubação difícil e punção venosa, e também cursos destinados a profissionais da área administrativa, como o poder da imagem nas relações de trabalho, como lidar com o estresse e habilidades sociais no atendimento ao público.

ANS: queixas não assistenciais terão mediação de conflito

Entra em vigor medida que, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), agiliza a solução de problemas do beneficiário de plano de saúde. A partir de 19 de março as reclamações registradas nos canais de atendimento da Agência referentes a questões não assistenciais passarão a ser tratadas por meio de mediação de conflitos.
 
A mediação de conflitos para queixas de natureza assistencial foi instituída pela ANS em 2010 e vem apresentado alto índice de solução em prol do consumidor. Em 2013, o percentual chegou a 85,5%, o que significa que de cada cinco reclamações, quatro foram resolvidas pela Notificação de Investigação Preliminar (NIP), que agora passa a se chamar Notificação de Intermediação Preliminar. Diante de tais resultados, a medida será ampliada e o modelo passará a ser aplicado também para as reclamações de beneficiários sobre temas como reajustes indevidos, quebra de contratos e alteração e rede credenciada.
 
“Estamos ampliando um modelo testado e bem-sucedido para o tratamento de queixas de outra natureza, sempre com o foco no melhor atendimento ao consumidor”, ressalta, em comunicado, o diretor de Fiscalização da ANS, Bruno Sobral.
 
ANS afirma que, em caso de dificuldades de atendimento pelo plano de saúde, é importante que o beneficiário, primeiro, entre em contato com sua operadora para buscar a solução. Caso não consiga resolver, deve entrar em contato com a Agência, de posse do número de protocolo da queixa registrada na operadora. Isso agilizará a identificação da solicitação e a solução do conflito. O registro da reclamação pode ser feito pelos dos canais de relacionamento da Agência: Disque ANS – 0800 701 9656; Central de Atendimento ao Consumidor no portal de internet; ou nos Núcleos de atendimento presencial existentes em 12 cidades nas cinco Regiões do Brasil.
 
Acompanhamento de demandas
 
Também a partir do dia 19 de março, o beneficiário poderá acompanhar o andamento de sua demanda pelo portal da ANS. Basta informar um endereço de e-mail para recebimento da senha de acesso no momento do registro da queixa.
 
Para acompanhar o andamento da queixa, é preciso acessar o Espaço do Consumidor no portal da ANS na internet. Na seção Acompanhamento de Solicitações, ele terá acesso a todos os documentos referentes à demanda, como os pareceres da Agência e as respostas da operadora.
 
As operadoras serão notificadas diretamente pelo portal da ANS, em espaço próprio, onde poderão acompanhar essas demandas específicas e anexar a resposta dentro do tempo determinado.
 
O prazo para a operadora adotar as medidas necessárias é de até 5 dias úteis no caso da NIP assistencial e de até 10 dias úteis para a NIP não assistencial.
 
A não resolução do conflito nesta etapa de mediação resultará em abertura de processo administrativo sancionador.
error: Conteúdo protegido
Scroll to Top