22 de setembro de 2014

Laboratórios deixam de exigir jejum para exame de sangue

Laboratórios do país começam, aos poucos, a não exigir mais jejum dos pacientes para a realização da maioria dos exames laboratoriais.
 
O assunto foi tema de debate no Congresso Brasileiro de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial, na semana passada, no Rio.
 
Em São Paulo, a rede Delboni Auriemo começou a fazer uma campanha para informar funcionários, médicos e pacientes sobre a coleta sem restringir a alimentação.
 
De acordo com o patologista clínico Luiz Gastão Rosenfeld, diretor de relações institucionais do Delboni, o avanço dos equipamentos, dos reagentes químicos e das análises afastou a interferência da alimentação.
 
“Ficou, porém, uma cultura do jejum. Médicos e pacientes já pensam em restringir a alimentação para fazer qualquer exame. Estamos treinando funcionários para instituir essa mudança.”
 
Ele afirma que 5% dos exames no Delboni ainda requerem jejum, como os de glicose e triglicérides (tipo de gordura), cujos valores mudam após a refeição.
 
Já os exames de colesterol total, HDL (colesterol “bom”), de LDL (colesterol “ruim”) dosado diretamente (e não calculado através de uma fórmula que usa os triglicérides), o hemograma e grande parte dos hormônios não exigem mais a restrição.
 
“A necessidade do jejum deve ser avaliada para cada exame. O que não pode é deixar as pessoas de jejum por 12 horas para coisas inúteis”, diz. Segundo Rosenfeld, a ideia é expandir a mudança para toda a rede Dasa, da qual o Delboni faz parte.
 
Em Brasília, o laboratório Exame segue esse mesmo padrão desde 2009, quando a instituição começou a discutir a necessidade do jejum com os médicos da cidade.
 
“O laboratório ficava sobrecarregado de manhã e vazio depois. Exames de urgência são colhidos sem jejum e sem prejuízo”, diz Adilia Segura, diretora médica de análises clínicas. “Reunimos os maiores laboratórios para padronizar o atendimento. Dá trabalho explicar a mudança, mas é uma tendência.”
 
Estudos têm questionado a necessidade do jejum para medir o colesterol. Isso porque a maior parte dele é produzida pelo corpo e pouco muda com a alimentação, com exceção dos triglicérides.
 
Gianfranco Zampieri, coordenador da patologia clínica do Salomão Zoppi Diagnósticos, afirma que para a maioria dos exames, incluindo o colesterol, o jejum é de fato desnecessário por causa das novas metodologias.
 
“É uma tradição, e acabamos exigindo para garantir que não haverá interferências.” Segundo ele, seria preciso estabelecer valores de normalidade para diferentes períodos após as refeições para criar uma nova padronização e não errar o diagnóstico.
 
Ainda que nem todos os laboratórios tenham eliminado o jejum, muitos estão diminuindo o período para 3h ou 4h dependendo do exame. É o caso do CDB, do Fleury e do Laboratório Sabin.
 
Mas Rafael Munerato, diretor médico do Delboni, lembra que, apesar das mudanças nos laboratórios, continua prevalecendo a exigência do médico.

Estresse na infância pode agravar depressão na vida adulta

Crianças e adolescentes que sofrem traumas físicos e emocionais correm mais risco de desenvolver quadros graves de depressão quando se tornam adultos. Foi o que constatou uma pesquisa realizada na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). É o efeito do que os especialistas chamam de estresse precoce, termo que engloba traumas de abusos físicos, sexuais e emocionais ou até mesmo negligência emocional durante a infância e a adolescência.
 
O estudo, coordenado pelo psiquiatra e professor da faculdade Mario Juruena, identificou registros permanentes no cérebro dos indivíduos que passaram por estresse precoce, uma forma de identificar no cérebro a causa e efeito deste tipo de depressão.
 
De acordo com Juruena, de cada quatro adultos analisados com depressão, três apresentavam histórico de estresse precoce. "Isso é importante, pois a psiquiatria clínica não costuma analisar estes tipos de situações", explicou.
 
Juruena afirma que pessoas com predisposição genética ou biológica à depressão podem ter o quadro agravado por causa do estresse precoce. O resultado seria a combinação genética com as situações que o indivíduo viveu. Isso significa que se um indivíduo tem o gene da depressão e vive durante a infância em um ambiente pouco afetivo ou com vivência de traumas, o gene pode ser ativado e o indivíduo vir a desenvolver a depressão na vida adulta.
 
De uma maneira simplificada, a relação poderia ser explicada a partir de dois exemplo: se a vulnerabilidade biológica de uma pessoa é 10, mas a criança vive num ambiente bom e afetivo, ela terá predisposição de 10. Já se a vulnerabilidade biológica é 5, mas o estresse precoce também é 5, a predisposição chega a 25. Claro que o quadro não se reduz ou se explica simplesmente por uma conta de multiplicação, mas é um bom exemplo para mostrar como prognóstico pode ser agravado e a possibilidade de depressão aumentada.
 
Estresse precoce
 
O estresse precoce é ocasionado por situações de abuso sexual, agressão física e emocional, palavras ditas que ferem a autoestima das crianças. Além destes casos mais extremos há ainda o estresse precoce causado pela negligência emocional ou física, quando a criança não recebe atenção afetiva dos pais.
 
"Precisamos lembrar que o Brasil é um dos campeões mundiais em adolescentes que sofreram abuso sexual. As consequências deste problema são amplas e incluem um agravamento dos quadros de depressão na vida adulta. A depressão é a doença mais incapacitante, de acordo com a Organização Mundial de Saúde", afirma Juruema.
 
No estudo, os pesquisadores buscaram avaliar casos de depressão atípica ou melancólica em adultos com dificuldade de resposta ao tratamento. "No tratamento da depressão, só 50% dos casos se recuperam. É um índice muito baixo. Neste estudo, conseguimos mostrar que a depressão tem também uma raiz no histórico do desenvolvimento das crianças", concluiu.

Encontro do GRHosp é nesta quarta-feira (24)

Será realizada, na manhã desta quarta-feira, dia 24, a partir das 8h30, no auditório do SINDHOSP, em São Paulo, a reunião mensal do Grupo de Recursos Humanos do Sindicato (GRHosp). Sob a coordenação do consultor de Gestão Empresarial, Nelson Alvarez, no encontro serão debatidos os principais temas que afetam a atividades cotidianas dos profissionais de RH e das empresas de saúde.

Confira os assuntos da pauta da reunião e participe! 

• Eleições 2014

• PLS 37/12 – incentivos fiscais a empresas para capacitação de pessoal: projeto restabelece os efeitos da lei 6.297/1975

• Radar CORHALE – Página internet – HTTP://corhale.org.br , Artigos a publicar e Assinatura

• PL 6.931/13 – fundo de aposentadoria a partir do FGTS

• PL 6.986/13 – empresas terceirizadas funcionem aos domingos

• Súmula 444 – feriado trabalhado 12×36

• MTE – ferramenta “Empregador WEB” – seguro desemprego

• Uso de celular na empresa

• Sindicato dos Enfermeiros – negociações 2014

• Assuntos diversos e troca de informações entre os participantes

Reunião da Comissão de RH do SINDHOSP
Dia: 24 de setembro de 2014
Horário: 8h30 
Local: Auditório do SINDHOSP – Rua 24 de Maio, 208, 13º andar, República – São Paulo

 

 

error: Conteúdo protegido
Scroll to Top