8 de setembro de 2016

Investimento federal em saúde deverá cair novamente em 2017

Haverá menos dinheiro para a saúde em 2017. Como primeiro ato após ser empossado, o presidente Michel Temer encaminhou ao Congresso sua proposta de Orçamento para 2017. O valor de recursos para a saúde deverá cair – o governo prevê inflação de 7,2% neste ano, e o documento propõe reajuste abaixo disso, de 6,9%. O valor destinado à saúde deverá pular dos R$ 112 bilhões previstos em 2016 para R$ 120 bilhões. Apesar do aumento em termos absolutos, essa projeção levaria a um corte de recursos.

 

Com o anúncio, o gasto federal com saúde acumulará três anos consecutivos de queda. Em 2015, apesar de o Orçamento ser maior, gastou-se menos com a área que em 2014 – R$ 106 bilhões em comparação aos R$ 108 bilhões do ano anterior. Espera-se que o mesmo aconteça em 2016. Em fevereiro, o governo bloqueou R$ 2,5 bilhões do orçamento destinado para a saúde, como forma de controlar os gastos da União. O valor já era menor que o programado para o ano anterior – em 2015, o governo previra gastos de até R$ 121 bilhões (e gastou R$ 106 bilhões).

 

O encolhimento do PIB, que ocorreu em 2015 e se repetirá em 2016, não facilita explicar o recuo, porque o gasto com saúde no Brasil em relação ao tamanho da economia já é menor que o ideal e inferior ao de alguns países em desenvolvimento.

 

O  gasto público com saúde, no Brasil, é de responsabilidade das três esferas de governo – da União, dos estados e dos municípios. Em 2014, essas três esferas, juntas, investiram em saúde o equivalente a 3,8% do PIB. Essa taxa de investimento posiciona o Brasil na rabeira de outros países da América Latina, como Colômbia e Equador – neles, o investimento público em saúde correspondeu, respectivamente, a 5,4% e 4,5% do PIB em 2014. O investimento público brasileiro também fica aquém daquele feito por países onde existem sistemas de saúde universais semelhantes ao do Brasil. O sistema brasileiro recebe menos investimentos que o da França e do Reino Unido.

 

A tendência de cortes preocupa. A Constituição brasileira garante que todo cidadão tem direito à saúde. Por isso o Brasil conta com um sistema de saúde público e universal. Mas os recursos públicos destinados à área vêm sendo insuficientes para cumprir a promessa constitucional (também porque, graças à tendência da judicialização, cidadãos com bons advogados conseguem obrigar o SUS a bancar tratamentos caros).

 

Em 2014, segundo os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil gastou US$ 947,40 para custear a saúde de cada cidadão durante o ano todo. Menos da metade desse valor – 46% – foi financiado pela esfera pública. Os outros 54% correspondem a gasto privado. “Não é o bastante para garantir saúde para todos”, diz Mauro Ribeiro, vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), referindo-se ao gasto do setor público. “Historicamente, o sistema brasileiro é subfinanciado.”

 

A comparação com outros países é limitada – segundo a economista especializada em saúde Maria Cristina Amorim, professora da PUC-SP, os tipos de gastos em saúde variam a cada país, porque varia o perfil epidemiológico das populações (os tipos de doenças mais comuns entre elas) e o preço pago por equipamentos médicos. Ainda assim, os cortes no Orçamento brasileiro preocupam porque a pressão sobre o sistema público de saúde deverá aumentar ao longo do próximo ano: “A taxa de desemprego aumentou”, diz Maria Cristina. “Com isso, aumentou também o número de pessoas que deixou de usar planos de saúde – e que passa a recorrer ao sistema público.” Até o final do ano, segundo cálculos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), cerca de 2 milhões de brasileiros deixarão de usar a saúde suplementar – e terão de recorrer ao SUS.  Em 2017, a saúde brasileira ainda terá de lidar com problemas recorrentes – como a epidemia de dengue – e com males novos – como as epidemias de zika e chikungunya. A demanda pelo sistema público vai crescer.

 

O desafio dos governos federal, estaduais e municipais está em descobrir como equilibrar as contas públicas e incentivar o investimento complementar do setor privado. “Simplesmente não há dinheiro [nos governos]”, diz o economista Paulo Furquim, coordenador do Centro de Estudos em Negócios da faculdade Insper. “A queda na saúde é relativamente menor que em outros setores, e esse é o lado cheio do copo. O lado vazio do copo é que esse montante, mesmo sendo um setor que foi menos afetado que os outros, ainda é insuficiente diante da demanda crescente por atendimento em saúde pública”, afirma. Segundo Furquim, o Brasil gasta com saúde o equivalente a 10% do Orçamento da União. “Não é pouco”, diz Furquim. É um percentual semelhante ao destinado por países como França e Alemanha. Ainda assim, vem se mostrando insuficiente para as necessidades da população.

 

Ministro defende receituário para frear ações sobre saúde na Justiça

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, defendeu um "receituário" para os casos de judicialização da saúde –as ações na Justiça que demandam o custeio de remédios e tratamentos.
 
Segundo sua proposta, médicos informariam nesse documento itens como qual é a doença do paciente e por que não são adequadas as terapias já disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde). Assim, o CRM, registro profissional do médico, ficaria vinculado ao processo. A declaração foi feita em debate sobre judicialização na medicina promovido pela Folha e pela Academia Nacional de Medicina.
 
Os gastos do poder público com ações judiciais na área são crescentes. Segundo o Ministério da Saúde, só no âmbito federal o total saltou de R$ 122,6 milhões para uma projeção de R$ 1,6 bilhão em 2016. Somando o desembolso de Estados e municípios, a pasta estima que o valor chegue a R$ 7 bilhões neste ano. "A nossa preocupação é que a judicialização não produz novos recursos", disse o ministro. "Ela desloca recursos de uma atenção a saúde prevista no orçamento para outra, e aquela deixará de ser feita."
 
De acordo com o ministro, apenas quatro dos dez medicamentos mais demandados na Justiça têm registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
 
Em sua fala, Barros anunciou uma parceria com o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para tratar do tema. O ministério financiará um banco de dados com notas técnicas e jurisprudência para dar subsídios a juízes que recebam as ações. A consulta às informações será opcional, destacou Arnaldo Hossepian, procurador de Justiça e supervisor do Fórum Nacional da Saúde do CNJ. "A iniciativa está longe de querer tisnar a autonomia do juiz", disse.
 
Resolução do conselho aprovada no último dia 2 regulamentou a formação de comitês estaduais de saúde nos tribunais, também com o objetivo de dar subsídios aos magistrados.
 
Diretor da Amil, Antonio Jorge Kropf afirmou que o recurso à Justiça pode ser um bom remédio, mas tem que quer usado "por quem precisa e na dose certa" para não sair do controle. Opinião semelhante manifestou o advogado Carlos Henningsen, presidente da comissão jurídica da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar). "São valores relevantes que poderiam estar sendo investidos em políticas de saúde."
 
Em sua fala, o presidente da Associação Nacional de Medicina, Francisco Sampaio afirmou que a entidade não é contra a judicialização, que garante direitos, mas defendeu que ela seja feita de maneira racional. Ele lembrou ainda que grande parte dos que recorrem ao Judiciário são as pessoas "mais esclarecidas".
 
Hossepian, do CNJ, afirmou que não são apenas os que têm recursos que entram na Justiça e citou quadrilhas de "mercadores da ilusão", que usam pessoas mais pobres para obter lucro com os processos. "Há tem inúmeros hipossuficientes utilizados como massa de manobra para alimentar grandes máfias que se utilizam deles, que sequer vão buscar os medicamentos pois nem sabem onde é para retirar", afirmou.

Lista de remédio de baixo custo é atualizada

A Anvisa ampliou a lista de medicamentos de baixo risco. São medicamentos que passam apenas pelo processo de notificação simplificada na Anvisa antes de chegarem ao mercado. A medida está na resolução RDC 107/16, publicada no dia 6 de setembro no Diário Oficial da União. 
 
A norma traz uma tabela atualizada com todos os medicamentos que se enquadram na categoria de baixo risco com informações sobre concentração, indicação, modo de uso e advertência, entre outros. 
 
A medida foi aprovada no mês de agosto pela Agência. A atualização inclui mais 37 medicamentos na lista de baixo risco sujeitos a notificação simplificada.  
 
Quando enquadrados nesta categoria, as empresas são dispensadas do protocolo do processo de registro e recebem da agência a autorização para fabricar e comercializar os medicamentos listados por meio de um procedimento eletrônico que confere maior agilidade ao processo de liberação de medicamentos para o mercado: a notificação simplificada.  
 
O que são medicamentos de baixo risco 
A categoria dos medicamentos de baixo risco foi criada há dez anos por meio da Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa RDC 199/2006, publicada no ano de 2006.  
 
A norma original, que ainda está vigente, a RDC 199/2006, define em seu Anexo I que a Anvisa faria uma Instrução Normativa (IN) listando e nominando os medicamentos que poderiam ser enquadrados como de baixo risco e que estariam sujeitos a notificação. 
 
A primeira revisão do Anexo I da RDC 199/2006 se deu com a publicação pela Anvisa da Instrução Normativa – IN 3/2009. Naquela ocasião a lista trazia 75 medicamentos. 
 
A resolução RDC 107/16 publicada hoje revoga a IN 3/2009 e amplia a lista de 75 medicamentos em mais 37 produtos. O que totaliza 112 medicamentos de baixo risco. 
 
A classificação de baixo risco é dada a medicamentos dos quais a Anvisa já conhece o perfil de segurança e eficácia e o menor impacto na saúde de quem o utiliza. 
 
Estão na lista da nova RDC, entre os 112 itens, medicamentos anteriormente classificados como genéricos, similares e específicos. Como exemplo, podemos citar a Simeticona, usada para alívio dos sintomas relacionados ao excesso de gases intestinais, em diferentes concentrações e formas farmacêuticas: comprimido, comprimido mastigável, cápsula gelatinosa e emulsão oral. 
 
Confira a lista AQUI

Sírio-Libanês lança hotsite para prevenção de doenças cardiovasculares

Como parte da campanha "Setembro Vermelho", voltada à conscientização, prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares, o Hospital Sírio-Libanês lançou o movimento "Cuide do seu coração" (cuidedoseucoracao.org.br). "Nosso objetivo é impactar o maior número possível de pessoas e motivá-las em relação a hábitos de vida e alimentação saudável, bem como à realização periódica de avaliação médica, como forma de combater as doenças cardiovasculares", afirma o Dr. Roberto Kalil Filho, diretor do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês.
 
O hotsite da ação tem receitas saudáveis para o coração (entradas, pratos principais e sobremesas) e vídeos sobre exercícios físicos (recomendações, exemplos práticos e dicas). Os vídeos de alimentação são rápidos, com apenas 40 segundos, e com receitas fáceis de fazer. Profissionais da equipe do Centro de Cardiologia do hospital participam dos filmes sobre exercícios, explicando as formas de prevenção e os principais vilões cardiovasculares, como o cigarro, as bebidas alcóolicas e a obesidade.
 
Um simulador de risco cardíaco aponta, por meio de um quiz interativo, como está a saúde do coração. Também é possível informar-se sobre quais as principais doenças cardiovasculares (como o infarto, derrame e doença arterial periférica) e seus sintomas. Durante todo o mês, os perfis do Hospital Sírio-Libanês nas redes sociais – Facebook, Google+, Linkedin e Youtube – divulgarão mensagens sobre o "Setembro Vermelho". Outra novidade é a possibilidade de personalização do avatar do Facebook para aumentar a amplitude da campanha e ajudar mais pessoas.
 
Hospital "se veste" de vermelho
 
Ao longo do mês de setembro, a fachada do edifício histórico do hospital está iluminada de vermelho, um dos símbolos da ação. Os pontos de referência nas cidades recebem essa iluminação, que é uma das marcas do movimento que envolve diversas instituições e profissionais de saúde de todo o país. A campanha antecipa as comemorações do Dia Mundial do Coração, que ocorrem no dia 29 de setembro.
 
Números
 
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo, sendo responsáveis pela morte de 17,3 milhões de pessoas a cada ano, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Apenas no Brasil, até o mês de agosto, 231 mil pessoas foram vítimas de doenças relacionadas ao coração.
 

Publicada nova versão do leiaute do eSocial

O Comitê Gestor do eSocial publicou, em 6 de setembro, no Diário Oficial da União, a Resolução nº5/2016 que dispõe sobre a versão 2.2 do Leiaute do eSocial – Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas.
 
A nova versão traz o aprimoramento de pontos importantes como a adaptação aos órgãos públicos, adequação a alterações legislativas e a normas tributárias, trabalhistas e previdenciárias. Para tanto, houve amplo debate interno e externo, especialmente com empresas piloto do Sped e com entidades representativas dos diversos segmentos econômicos, representadas pelo Grupo de Trabalho Confederativo constituído para esse fim.
 
Assim, com o objetivo de facilitar o acompanhamento das alterações pelos desenvolvedores, acompanha a documentação, um documento detalhando todas as alterações efetuadas.
 
Com a publicação dessa nova versão, foi definida uma nova forma de consolidação da documentação do eSocial, a qual passa a ser publicada em dois conjuntos distintos:
 
1) Leiautes do eSocial e seus anexos (tabelas e regras de validação);
2) Manual de Orientação do eSocial.
 
Ambos serão vinculados a uma mesma versão básica, porém com a flexibilidade de se lançar versões independentes, ora para ajuste de pequenas correções nos leiautes, se necessário, ora para inserção de maior detalhamento do manual. Com essa separação, espera-se proporcionar maior agilidade na atualização da documentação do eSocial.

Rastreamento de câncer no útero tem novas diretrizes

Está disponível a 2ª edição das Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero. A publicação, que substitui a 1ª edição de 2011, passou por um amplo processo de revisão e atualização baseada em evidências coordenado pela Rede Colaborativa para a Qualificação do Diagnóstico e Tratamento das Lesões Precursoras do Câncer do Colo do Útero e por uma consulta pública.
 
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o objetivo das novas diretrizes é auxiliar os profissionais da saúde em suas práticas assistenciais, além de apoiar os gestores nas iniciativas em relação à organização e estruturação da linha de cuidados para prevenção e detecção precoce do câncer do colo do útero e faz parte das ações de Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer. 
 
A publicação pode ser acessada AQUI

Novos modelos são desafios para a saúde suplementar

Em meio a um cenário ao mesmo tempo crítico e desafiante, com os problemas econômicos se refletindo na saúde suplementar, suprimindo negócios, investimentos e a capacidade de inclusão dos que desejam ter plano de saúde, as perspectivas de desenvolvimento do setor ainda são promissoras? Para tentar responder essa questão e buscar soluções para os problemas enfrentados pelo setor atualmente, foi realizado nos dias 1º e 2 de setembro, em São Paulo, o 21º Congresso da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) e o 12 º Congresso do Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo (Sinog). 
 
O presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr, o diretor das duas entidades, Luiz Fernando Ferrari Neto, o presidente e o gestor do IEPAS, respectivamente, José Carlos Barbério e Marcelo Gratão, participaram do evento.
 
Na abertura, o presidente do Grupo Amil, do Edson de Godoy Bueno, falou sobre o futuro do setor. O presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), José Carlos Abrahão, afirmou estar preocupado com a sustentabilidade do segmento, mas que o órgão regulador não pode abrir mão da obrigação fiscalizatória e, tampouco, atuar sozinha. Segundo ele, é importante a melhoria na gestão das operadoras, a redução do desperdício, o investimento em ações de prevenção de doenças e promoção da saúde e a união dos atores da saúde, entre outras medidas. “O setor só sobreviverá se houver um diálogo franco e objetivo entre os participantes, e se pensarmos que todos nós dependemos do setor de saúde público e privado.” 
 
Segundo ele, em um período de um ano houve a redução de 1,7 milhão de vidas. E previu que este número pode chegar a 2 milhões até o fim de 2016, considerando que nos últimos dois meses a perda foi, em média, de 100 mil vidas/mês. “Perdas que no mutualismo impactarão de forma significativa”, acrescentou.
 
Amitabh Chandra, professor na escola de governo de Harvard e membro do Comitê de Assessores sobre Política de Saúde no Congresso Americano, abordou a discussão sobre copagamento e expansão de acesso, citando exemplos bem-sucedidos nos Estados Unidos. Para ele, o pagamento in bundled ou por pacotes, talvez seja uma grande oportunidade para este setor. “Transformando o DRG (sigla em inglês para Grupo de Diagnósticos Relacionados) nesta forma de pagamento. Porém, precisamos de credibilidade científica para este formato”, sugeriu. Além disso, comentou sobre o impacto dos novos medicamentos sobre os custos e das negociações que estão sendo feitas na tentativa de baixar esses valores.
 
Como retomar o crescimento dos planos de saúde foi o tema do debate que reuniu os presidentes do Sindicato Nacional das Empresas de Medicina de Grupo (Sinamge), Cadri Massuda, e da FenaSaúde, Solange Beatriz Mendes; o superintendente do Instituto Brasileiro de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), Luiz Augusto Ferreira Carneiro, e a sócia da PWC, Eliane Kihara.
 
“Esse cenário de desemprego e a falta de renda dos brasileiros foi a gota d’água nesse copo que já estava cheio”, lembrou Solange na abertura do debate, que conclamou os representantes do setor para todos construírem um modelo de plano acessível, como proposto pelo Ministério da Saúde. “Precisamos discutir como dar maior acesso à população ao plano privado.”
 
Assim como os planos acessíveis, outros novos modelos de produtos fomentaram o debate, como coparticipação e franquia. 
O superintendente do IESS esclareceu que o instituto defende um modelo de franquia anual, no qual o beneficiário paga pela maioria dos serviços até chegar ao valor da franquia, mas não haveria valor específico para serviços preventivos. “O desafio é estabelecer quais procedimentos de prevenção e promoção à saúde, com comprovação de custo-efetividade, ficariam isentos da cobrança da franquia anual”, explicou.
 
Para Cadri Massuda, presidente do Sinamge, uma opção para diminuir os custos é o modelo do médico de família, como produto de rede restrita e regionalizada. “Com esse modelo de atendimento, apenas 5% a 10% dos pacientes têm necessidades reais para serem encaminhados a um especialista.”
 
Recuperação do mercado
O jornalista, âncora do programa CBN Brasil e comentarista econômico da Globonews e do Jornal da Globo, Carlos Alberto Sardenberg, abordou o cenário econômico brasileiro. Apontou as tendências do mercado, que o pior da crise já passou e que todos indicadores apontam para a recuperação do mercado e que essas conclusões também são compartilhadas pelas principais consultorias econômicas. “Precisamos voltar a crescer para voltarmos a ter o que tínhamos em 2011. O que temos hoje com a Petrobras é a maior perda de valor de uma empresa que se tem conhecimento na história mundial. E isso não se apaga assim. Mas os números da economia começam a mostrar uma luz. É um crescimento de 0,3%. É pouco mas é um registro positivo após meses de queda. Já podemos dizer que a economia parou de piorar.”
 
Apresentou, ainda, pesquisas que demonstram as boas expectativas; o índice de confiança de empresários e consumidores, que aumentou, e a adequada agenda econômica do novo governo. Entretanto, ponderou que, diante da necessidade de aprovação de medidas impopulares no Congresso Nacional, as projeções podem mudar.
 
No segundo dia de evento, o secretário de Saúde do Estado de São Paulo, David Uip, falou da situação dramática vivida pelo Estado na área da saúde, que, apesar de atender pacientes de todas as regiões do país, não recebe a devida contrapartida financeira. Além disso, destacou alguns fatores que ampliam ainda mais as dificuldades como o desperdício, gastos em torno de R$ 1,2 bilhão com a judicialização e atuação da máfia das OPME. Complementou dizendo que 20 santas casas fecham no país a cada dia.
 
“Não tem quem vai conseguir me convencer a construir mais hospitais no Estado de São Paulo. Hospital funciona assim: maravilhoso, você faz um grande investimento e, no dia seguinte, você paga a conta. E o custeio representa o valor da construção de um hospital por ano. Então, não dá para assumir mais obrigações, tanto de investimentos quanto de custeio.”  
 
Ele explicou,

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