19 de maio de 2017

A sociedade contemporânea exige cada vez mais comportamentos éticos de empresas e governo. Na área da saúde, a ética é premissa, especialmente por lidar com a vida humana. Neste ambiente, como se relacionar com os clientes pode ser a chave da transparência, da boa qualidade e do sucesso nos negócios.

Este foi o mote do debate da tarde do 11º Congresso de Gestão de Laboratórios Clínicos. “Não temos regulação para isso, mas há certas práticas que, de um modo geral, estabelecem códigos de ética que temos de manter nas relações profissionais com os agentes públicos e também com o setor privado. Afinal, devemos lembrar que as entidades de classe ou de negócios têm um papel extraordinário na liderança de práticas, e cada organização deve consolidar esses valores ao oferecer seus serviços à população”, disse Antonio Fonseca, do Conselho de Ética do Instituto Ética Saúde.

Para ele, “negócio sustentável tem de ser ético também em qualquer parte do mundo, porque não adianta evoluir tecnologicamente e continuar com as mesmas práticas de anos atrás”.

“Usar ferramentas de compliance, desmistificar o tema a partir de discussões com todos os envolvidos no processo da prestação de serviços traz a cultura do complice para toda a equipe”, afirmou o conpliance offcer da Siemens, André Luiz Rocha de Figueiredo.

Opinião reiterada presidente executiva do Laboratório Sabin, Lídia Abdalla. “Sempre tivemos a preocupação de ser transparentes, para minimizar as situações de desconfortos. Nossa ideologia é reflexo das estratégias e práticas do que acreditamos e passamos isso para os nossos colaboradores e clientes.”

“Sempre há caminhos e práticas para melhorar”, garantiu Sandro Leal, superintendente de Regulação da Fenasaúde. Ele citou como exemplo a Sunshine act, lei que promove a transparência entre fabricantes entre fabricantes e profissionais da saúde.

 

Por Fabiane de Sá
Fotos: Leandro Godoi

Storytelling é a arte de contar histórias, de forma que a narrativa seja envolvente e desperte o interesse nos espectadores do início ao fim. “Como as pessoas têm o hábito de gostar de boas histórias, esse é um excelente recurso para prender a atenção delas”, explicou Marcelo Bandeira, storytelling, da Story Company, no último painel 11º Congresso Brasileiro de Gestão em Laboratórios Clínicos.

Nesse contexto, Bandeira ressaltou a importância e o quanto o storytelling na saúde pode trazer inúmeros benefícios. “Seja para explicar um procedimento, um exame ou um tratamento, esse recurso contribui para prender a atenção dos pacientes e fazer com que eles entendam claramente os seus problemas e as suas devidas soluções”, contou.

Além disso, essa técnica, segundo contador de histórias, pode tornar uma consulta complicada e chata em uma verdadeira e interessante aula, em que os pacientes terão a oportunidade de descobrir quais são os seus problemas e quais as melhores formas de resolvê-los.

No entanto, Bandeira alerta: “É fundamental utilizar o storytelling de forma ética. Divulgar as melhores verdades de cada história para não induzir ao erro. Não se pode negligenciar o poder do storytelling.

Ele finalizou lembrando que “a verdade é universal e cabe a cada profissional saber divulgar as melhores histórias”.

Por Fabiane de Sá
Fotos: Leandro Godoi

 

Filósofo e escritor, Luiz Felipe Pondé fez a palestra magna de encerramento dos Congressos Brasileiros de Gestão em Saúde, dia 18 de maio, na capital paulista. O evento ocupou o principal auditório da Feira Hospitalar 2017, realizada no Expo Center Norte.

Com a presença tanto de participantes dos congressos do IEPAS quanto de visitantes da feira, já que foi aberto a todos os interessados, o evento abordou o tema “Cuidar ou curar: os limites que a medicina impõe à dignidade humana”.

Após ser apresentado pelo presidente da FEHOESP, Yussif Ali Mere Junior, o palestrante iniciou sua apresentação destacando que discutir os limites dos tratamentos é uma nova realidade, à qual todos nós devemos nos adaptar. “O ser humano é um ser que teme a morte, existe um horror em relação a isso”, justificou.

Pondé, que também tem formação médica, relembrou de como encarava o tema em seus tempos de graduação, “uma coisa que sempre me chamou atenção nas aulas de medicina”.

A partir disso, ressaltou que “o conceito de liberdade humana vai estar cada vez mais associado com viver mais. O envelhecimento foi se tornando uma ferida à dignidade humana”.

Refletindo sobre diversos outros aspectos, sempre do ponto de vista histórico e da própria ambivalência que o tema permite, Pondé encerrou com a certeza de que este é um dos grandes dilemas do homem. “Isso não tem cura, no ponto em que estamos, devíamos ter ferramentas para interromper a vida, mas as pessoas sofrem com isso”, concluiu.

Confira, na próxima edição da Revista FEHOESP 360, a cobertura completa deste e de outros eventos realizados durante a Feira Hospitalar 2017.

 

Fonte: Da Redação
Fotos: Leandro Godoi