Falta de tratamento para câncer ainda mata no Brasil

Congresso reuniu especialistas para abordar o tema

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No mês em que é celebrado o “Outubro Rosa”, o Instituto do Câncer do Hospital Mãe de Deus reuniu profissionais da saúde e da comunicação para um debate com especialistas sobre o futuro do câncer no Brasil. O encontro, que aconteceu entre os dias 9 e 10 de outubro em Porto Alegre, trouxe dados alarmantes: atualmente, cerca de 5 mil mulheres morrem no País por falta de tratamento para o câncer de mama. De acordo com Carlos Barrios, gestor do Instituto, ainda assim é possível vencer a doença: “o tratamento tem melhorado significativamente e a qualidade de vida do paciente melhora, mas a oferta é desigual nas redes pública e privada de saúde. Precisamos de uma participação global para chamar a atenção a este problema, trabalhar em conjunto para inverter essa realidade e se preparar para o futuro”.
 
Segundo dados apresentados no segundo Congresso Multidisciplinar de Oncologia, o câncer hoje é a doença que mata mais no mundo, superando AIDS, Malária e Tuberculose juntas e perdendo somente para a doença cardiovascular, primeira causa de morte no Brasil. O futuro também preocupa: em dez a quinze anos o câncer vai ser a principal causa de morte no Brasil com aproximadamente 27 a 30 milhões de novos casos no mundo e de 15 a 17 milhões de mortes pela doença. “Estamos introduzindo fatores de risco na sociedade, estilos característicos da própria sociedade com ações como obesidade, sedentarismo, uso de drogas”, explicou Barrios. “Se não agirmos agora, como será esses próximos anos que nós esperam? O fundamental é agir preventivamente”, completou.
 
Para o médico oncologista Stephen Stefani as estratégias de tratamento são personalizadas de acordo com sua genética e desenvolvimento do câncer, para isso, ele defende a medicina personalizada e imunoterapia. "Cada indivíduo pode ter mutações específicas e vai responder diferente aos cuidados. Com a medicina personalizada, torna-se possível obter informações mais sofisticadas sobre como um tumor age em cada um”, afirmou. "A imunoterapia tinha sido abandonada por apresentar alta toxicidade, mas novos imunoterápicos têm apresentado prognósticos melhores”.
 
Outra bandeira defendida foi a importância do atendimento multidisciplinar nos cuidados com o paciente. Segundo o cirurgião oncológico e coordenador do fórum, Márcio Boff, “há enormes benefícios da participação efetiva de profissionais de múltiplas especialidades médicas assim como nutricionistas, cardiologistas, fisioterapeutas, cirurgiões dentistas, fonoaudiólogos, psicólogos, entre outros. O principal resultado que todos pacientes estão em busca é a cura, mas estamos falando de tratamento. Para isto, temos que estar pensando em múltiplas situações, para prever e amenizar o impacto das terapias, oferecendo assim o melhor tratamento e a adequação para a melhor qualidade de vida”, concluiu.
 
A cobertura completa do evento você acompanha na próxima edição do Jornal do SINDHOSP.
 

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