Lide Saúde e Jovem Pan debatem “O Brasil que Queremos”

Jornalistas relatam real situação do país e possibilidades para o futuro

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Em evento realizado em 10 de agosto, no Grand Hyatt São Paulo, e promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) e pela Jovem Pan, os jornalistas Denise Campos de Toledo e Reinaldo Azevedo e o historiador Marco Antonio Villa debateram sobre "o Brasil que Queremos".
 
Denise Campos de Toledo destacou as projeções da economia e afirmou que "a cada segunda-feira, quando perguntam os números do relatório Focus" sente-se como a "mensageira do apocalispe". Segundo ela, a expectativa econômica para o país ainda é de piora: "ainda há uma possibilidade de revisão para pior".
 
Denise destacou a falta de confiança não só do consumidor, mas também do empresário na retomada de crescimento econômico. "Trabalhamos ainda com sinalizações muito perigosas."
 
O historiador Villa ressaltou a diferença desta crise com as outras já vividas no país, como a do atentado da Rua Tonelero, que 19 dias depois levou ao suicídio de Vargas. "Aquela crise foi muito grave, muito tensa, mas acabou tendo uma solução. Agora, vivemos uma situação muito complexa. O projeto criminoso de poder não é esta corrupção que marcou a política brasileira e sim de roubar tanto com o projeto".
 
Para ele, o governo que está hoje no poder "não dá mais". "Manter este governo será ruim para o futuro do país. Fora, Dilma. Fora, PT", bradou.
 
O jornalista Reinaldo Azevedo destacou em sua fala a nova consciência no país e elogiou a manifestação de movimentos como Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre e Revoltados On Line. Reinaldo defendeu ainda a iniciativa privada. "[Os movimentos] percebem que o mal do Brasil se chama tamanho do estado. Eu digo que não adianta ter uma lei penal muito severa quando temos um estado do tamanho que ele é. Eu quero que o Brasil passe a trabalhar com a lógica da iniciativa privada".
 
"Por que não ser favorável à privatização da Petrobras? Não precisamos de estado na economia, precisamos de mais estado na saúde, na educação. É preciso que o capital privado diga que representa quem produz", disse.
 
Após exporem seus argumentos, o debate foi aberto para questionamentos dos 488 empresários presentes. Rogério Chequer, do movimento vem Pra Rua questionou-os sobre qual deveria ser a "palavra de ordem" nas manifestações do dia 16 de agosto. O trio da mesa concordou na renúncia da presidente Dilma Rousseff. "Uma decisão mais elegante da presidente seria que ela saísse e o vice assumisse. Essa seria a saída mais tranquila", disse Villa.
 
"[Palavra de ordem] deve ser 'Fora, Dilma'. Renúncia é um ato unilateral. Seria um bom caminho, porque é menos traumático, mas é preciso que haja um desprendimento que a presidente não tem. Dilma tem que saber que Constituição não é boicote e que vocês [manifestantes] não são torturadores", explicou Reinaldo Azevedo.
 
Do ponto de vista econômico, Denise Campos de Toledo ressaltou a importância de uma transição rápida no Governo. "Do ponto de vista econômico, a situação é de irresponsabilidade fiscal. Essa seria uma transição menos traumática para o país. Acho que seria muito melhor para a economia um processo mais rápido".
 
O empresário Marco Leone, Country General Manager da Micro Focus Brasil, questionou sobre o risco de perda de grau de investimento e seu impacto na economia, ao qual Denise respondeu: "o risco aumentou muito". Segundo ela, o governo "não conseguiu cortar na carne como prometeu. (…) O rebaixamento tornaria tudo mais difícil. O Brasil perderia investimentos. Rebaixar seria colocar o Brasil em uma rota ainda mais difícil".
 
Ao fim do debate, o presidente da Alpargatas, Marcio Luiz Simões Utsch elogiou o pensamento de Reinaldo Azevedo e comentou sobre a economia, o apoio ao ministro da Fazneda, Joaquim Levy e os gastos do governo. "Este é um governo, os últimos governos petistas, que não cuidaram da despesa. O bom é ficar soltando dinheiro", disse Reinaldo com um tom irônico. "Temos uma cultura dos empresários ainda muito próxima do estado. Um estado deste tamanho é um estado gastador, um estado perdulário. A gente tem essa cultura do estado que é um buraco sem fundo. Isso precisa acabar", finalizou.
 
Foto: Ricardo Biserra

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