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GT de Gestão e Pessoas discute cuidados com a saúde mental de quem cuida  

A primeira reunião do ano do Grupo Técnico de Gestão de Pessoas do SindHosp debateu uma questão que ganha cada vez mais relevância no dia a dia de hospitais, laboratórios, clínicas e demais estabelecimentos de saúde. Como tema “Cuidando da saúde mental de quem cuida”, o encontro teve a participação especial de dois convidados, além do coordenador do GT de Gestão de Pessoas, o médico Thiago Constancio, que conduziu os trabalhos. Fizeram parte da mesa o médico geriatra Venceslau Coelho e a enfermeira, consultora e executiva em saúde Ivana Siqueira, que compartilharam experiências e apresentaram dados um tanto surpreendentes.

Segundo a coordenadora-geral de GTs do SindHosp, Beatriz Tavares, o encontro partiu da premissa de que a força de uma instituição de saúde reside no bem-estar de seus colaboradores: “A ideia do encontro foi compartilhar ferramentas e conhecimentos para que líderes e gestores possam não apenas prosperar, mas também inspirar suas equipes a alcançar seu máximo potencial”. A reunião contou com público híbrido, incluindo participação presencial na sede do SindHosp e integrantes virtuais.

Tempestade perfeita

O coordenador Thiago Constancio abriu a reunião do GT com dados impactantes sobre a relação entre funcionários e empresas. Entre as constatações mais reveladoras tiradas de trabalhos acadêmicos estão estas:

  • Quase 50% dos funcionários veem seus desempenhos como insustentáveis;
  • Apenas cerca de 50% dos funcionários confiam em suas organizações;
  • 26% dos CEO classificam a escassez de talentos como principal fator prejudicial às perspectivas de negócios;
  • 75% dos líderes de Recursos Humanos reportam que os gestores estão sobrecarregados com crescimento de responsabilidades;
  • 60% dos líderes de Recurso Humanos se mostram incertos sobre o impacto das tendências tecnológicas na gestão de pessoas; e
  • 82% dos líderes de RH dizem que gerentes estão despreparados para liderar essa mudança.

“É a tempestade perfeita”, disse Thiago Constancio. “Há muita pressão e uma profunda crise de confiança no ambiente de trabalho. As empresas precisam se perguntar o que fazer para intervir nesse ambiente”.  Para ele, o cuidado com a saúde mental de quem cuida é relevante e urgente porque não agir significa ter de lidar com a multiplicação de casos de Burnout, crise de ansiedade, depressão e estresse agudo, que impactam na vida e no trabalho das pessoas e nos resultados das empresas.  

Para o coordenador do GT, os estabelecimentos de saúde têm de trabalhar na prevenção do esgotamento profissional (Burnout), caracterizado por exaustão emocional, despersonalização e diminuição da realização pessoal no trabalho; na promoção de “ambientes de trabalho psicologicamente seguros”, onde as pessoas têm segurança para se expressar sem retaliações; e no desenvolvimento de resiliência e bem-estar, necessários para se lidar com pressões e desafios de forma “antifrágil”.

 A chave para enfrentar questões associadas à saúde mental é a empatia, uma habilidade crítica para líderes, caracterizada pela capacidade de se colocar no lugar do outro, sem julgamento, para melhorar a conexão. “Mas existem diferentes níveis de empatia, a cognitiva, a emocional e a compassiva”, explicou Thiago Constancio. “O líder precisa ouvir ativamente seu colaborador, e não só o que quer, refletindo sobre os pontos de vista dele. Na prática, é preciso entender a maneira como o outro pensa, intelectualmente, o que caracteriza a empatia cognitiva. A empatia emocional é aquela que envolve um sentimento compartilhado pelo outro, dando ao líder a oportunidade de estabelecer uma conexão. Por fim, a empatia compassiva pressupõe que o líder tenha compaixão pelo outro, que está sofrendo, e ajude. Ou seja, saia do entendimento do ponto de vista e da conexão emocional para a ação”.  

Mundo frágil e ansioso

O médico Venceslau Coelho tratou das transformações do mundo desde o fim da Guerra Fria até o pós-pandemia. “Existe uma faceta da pandemia que a vacina não resolve, que é justamente a questão da saúde mental, que acentuou doenças como TOC, depressão e ansiedade”. Ele diz que migramos de um “mundo VUCA”, que era “volátil, incerto, complexo e ambíguo”, para um “mundo BANI”, que se tornou “frágil, ansioso, não linear e incompreensível”.

Para enfrentar essa nova realidade, Venceslau Coelho sugere algumas abordagens por parte dos líderes. Segundo ele, para enfrentar a fragilidade, marcada pela falta de consistência das coisas, é preciso investir em capacidade e resiliência. Já a ansiedade, caracterizada pela falta de controle, se enfrenta com empatia e atenção plena. A não linearidade, que tem a ver com resultados desproporcionais e imprevisíveis, as ferramentas passam por contexto e flexibilidade. Por fim, a incompreensibilidade, alimentada pela abundância de informação, pede transparência e intuição. “Essas podem ser muito mais reações do que soluções, mas sugerem a possibilidade de que respostas possam ser encontradas”, diz o antropólogo e futurólogo Jamais Cascio, autor da teoria sobre o “mundo BARNI”.   

A pandemia afetou a qualidade de vida das pessoas, com impactos físico, social, financeiro e emocional. Pesquisas revelam que há casos em que mais de 40% dos colaboradores de uma empresa sofrem ansiedade ou depressão, que são sofrimentos psíquicos muito importantes. “São pessoas com questões emocionais que precisam trabalhar, ser produtivos e eficientes”.  

Os problemas associados a saúde mental costumam se manifestar em quatro quadros cada vez mais comuns: o Burnout, o estresse agudo, a ansiedade e a depressão. Cada um tem suas características, mas o reequilíbrio pode ser obtido por ações similares. “O tratamento de questões psíquicas passa por medidas mais rotineiras, como praticar atividade física, ter um hobby e fazer meditação e yoga, até buscar ajuda profissional, com psicoterapia em um psicólogo ou psiquiatra e uso de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos, entre outros tratamentos”, ensina Venceslau Coelho.

Espaço de acolhimento

A consultora e enfermeira Ivana Siqueira reforçou a importância de se investir em um “ambiente psicologicamente seguro”. Segundo ela, o desafio de gerir “batalhões” de colaboradores é quase intransponível ao se levar em consideração não apenas as mudanças de um mundo pós-pandemia, mas, também, as diferenças em todos os níveis, entre as pessoas, os lugares, as culturas, as funções, os momentos de vida e assim por diante. “Ignorar a complexidade desse desafio não ajuda”, resume Siqueira.

“Diante dos desafios, sentimos sobrecarga emocional e física, responsabilidade e pressão, sentimentos misturados de culpa, raiva e frustração, problemas com sono e negligência com saúde e certo isolamento social”, elenca Ivana Siqueira. “Para lidar com isso, as empresas precisam investir em liderança humanizada, cultura de time, justiça, feedbacks construtivos e monitoramento do estresse”.

Segundo ela, existem caminhos virtuosos a se seguir, sempre buscando ações construtivas e baseadas em fundamentos técnicos. Apesar das diferentes, diz Ivana Siqueira, o líder precisa esclarecer que há lugar para todos, mas cabe a ele saber colocar as pessoas certas nos lugares certos. “Para isso, o gestor precisa conhecer as pessoas, conversar com elas e criar na empresa um espaço de acolhimento e escuta, pautado por comunicação empática, apoio espiritual e grupos terapêuticos”. Na prática, parece simples, mas é complexo, sobretudo considerando que a empresa precisa ser assertiva e ter bons resultados financeiros.  

Cuidando da saúde mental

  1. Não leve tudo tão a sério
  2. Cultive o bem-estar
  3. Faça atividade física sempre
  4. Faça exames de rastreio frequentemente
  5. Consuma menos sal e menos açúcar
  6. Mudanças acontecem na vida, aprenda
  7. Evite tudo aquilo que você não tem controle
  8. Crie laços sociais e faça amigos
  9. Descubra seu hobby
  10. Coma mais frutas e verduras

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suprimentos

Novo Grupo Técnico Suprimentos: participe da primeira reunião

Em 23 de novembro, o SindHosp abre as atividades do Grupo Técnico de Suprimentos, com a participação de Carlos Oyama, conselheiro de Fornecedores de Saúde, e Leandro Antunes, coordenador dos Grupos Técnicos do Sindicato. O diálogo acontecerá virtualmente, nesse primeiro momento, das 15h30 às 17h, sua programação já está definida e as inscrições liberadas, gratuitamente.

Tão logo, toda a categoria do setor de Compras e Cotações dos estabelecimentos de saúde é convidada a participar desta primeira reunião, que revelará ainda a agenda de encontros prevista para 2023.

A missão do SindHosp, nessa nova jornada, é estar lado a lado com os representados no que concerne às relações comerciais com os fornecedores de produtos e serviços. 

Nesse sentido, o objetivo é entender as principais carências, através de um contato mais próximo, para então desenvolver soluções e promover treinamentos para a área de negociação e compras da Saúde.

Como participar do GT Suprimentos

Para participar, basta efetuar inscrição aqui, e ingressar na plataforma Zoom, na data e horário informados.

Programação 

Segue programação temática da reunião de GT Suprimentos:

  • Importância de Suprimentos na Saúde
  • Compras e Cotações Colaborativas
  • Planejamento 2023

Projeto 3Cs

Em paralelo, o GT Suprimentos envolve também um projeto exclusivo em desenvolvimento no Sindicato: o chamado 3Cs – Compra e Cotações Colaborativas

Posteriormente, o 3Cs possibilitará a compra conjunta de itens que são comuns a hospitais, laboratórios, clínicas e outros estabelecimentos de saúde, com alta probabilidade de redução de custos para as instituições participantes. Breve, divulgaremos nos canais digitais mais informações sobre a iniciativa.

Grupos e Câmaras Técnicas do SindHosp

O SindHosp trabalha, atualmente, com oito Grupos Técnicos e duas Câmaras Técnicas, a saber:

  • Gestão de Pessoas
  • Gestão Financeira
  • Inteligência de Dados
  • Legal Regulatório
  • Qualidade Assistencial
  • Saúde Suplementar
  • Segurança e saúde Ocupacional e
  • Suprimentos
  • Câmara Técnica de Instituições de Transição de Cuidados e Saúde Mental

Assim, os representados podem se inscrever em quantos GTs ou Câmaras desejarem, acessando a página disponível na aba ‘Conteúdo’.

Para ficar a par das atualizações da saúde, novas Convenções Coletivas de Trabalho e orientações do SindHosp, veja a aba ‘Notícias’ e siga as nossas redes sociais.

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GT Segurança e Saúde Ocupacional

Articulações da reunião do GT Segurança e Saúde Ocupacional

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Encontro de Grupo Técnico do SindHosp articula, dentre outros assuntos, sobre as dificuldades quanto à nova NR 4, NR 5 e inclusão da CIPA nos casos de notificação de assédio, dentro das organizações.

A reunião de GT de outubro aconteceu no dia 27, às 14h, reunindo profissionais de Segurança e Saúde Ocupacional na sede do sindicato e também virtualmente, através da plataforma Zoom.

Lucinéia Nucci, advogada do escritório de advocacia, Machado Nunes, é a coordenadora dos diálogos mensais, que, desta vez, contou com a ilustre participação do auditor fiscal, Mauro Muller.

Apuração das principais dificuldades quanto à nova NR 4 e à NR 5 

As dificuldades quanto à nova NR 4, que trata da implantação dos Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), abriram a reunião, com a discussão dos seguintes tópicos:

  • Escala de trabalho de técnicos de segurança do trabalho, para garantir o atendimento de turnos que atingem um número de empregados de acordo com o grau de risco;
  • Modalidades de SESMT que as organizações devem constituir (individual, regionalizado ou estadual);
  • Inclusão de trabalhadores terceirizados na soma de números de empregados da contratante, para fins de dimensionamento do SESMT.

O grupo discutiu sobre o uso dos termos “empregado” e “trabalhador” no texto, que dispõe sobre a inclusão de terceirizados no SESMT. Considerando as implicações para as empresas que possuem prestadores de serviço sem vínculos empregatícios, como é o caso do médico PJ.

Referente à NR 5, articularam sobre mapa de risco, eleição com número menor de 50% de participação e eleição de CIPA de terceirizados.

Com vistas a aprofundar o tema, em 28 de outubro, o SindHosp realizou o webinar gratuito “Esclarecimentos sobre impactos das NRs 4 e 5 para os SESMTs e CIPAs dos serviços de saúde”, já disponível em nosso canal no YouTube:

A inclusão da CIPA nos casos de notificação de assédios dentro das organizações – Lei nº 14.457, de 21/09/2022

O At.163 da CLT, que sofreu alteração para acrescentar a prevenção do assédio à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, fez parte das pautas também.

Dentre as mudanças solicitadas na legislação, está a inclusão de regras de conduta a respeito de assédio sexual e de outras formas de violência nas normas internas da empresa, com ampla divulgação do seu conteúdo aos empregados e empregadas. Lucinéia Nucci indicou o uso de cartilhas, nesse caso. “O TSE lançou uma cartilha sobre o tema, chamada Cartilha de prevenção ao assédio moral e sexual, por um ambiente de trabalho mais positivo. O material está disponível para download, no site do TSE, na aba de materiais educativos”.

Outra inclusão, trata da fixação de procedimentos para recebimentos e acompanhamento de denúncias, para apuração dos fatos e, quando for o caso, para aplicação de sansões administrativas aos responsáveis diretos e indiretos, pelos atos de assédio sexual e de violência. Garantindo o anonimato da pessoa denunciante, sem prejuízo dos procedimentos jurídicos cabíveis. 

Nucci alerta que, neste processo de notificação de assédio, importa, acima de tudo, informar os colaboradores quanto ao canal de denúncias, garantindo a segurança do mesmo. E conta que a questão será debatida na próxima reunião da Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP), prevista para novembro/2022. A orientação é aguardar as definições para tomar quaisquer medidas, “pois não há nenhuma obrigatoriedade na legislação para que a CIPA haja, nesse momento, para atender a essas questões de assédio. Além disso, a maioria dos tópicos acrescentados é de responsabilidade da empresa, não da CIPA”, disse.

Presenças

No total, 53 pessoas participaram do encontro, 11 presencialmente: Carlos Eduardo Lima, engenheiro; Carlos Antonio Marrocos Leite, engenheiro Chefe da Engenharia de Segurança do Trabalho do Hospital das Clinicas da F.M.U.S.P; Luiz Ricardo Alves Rodrigues, gestor de Saúde e Segurança do Trabalho; Roger Valentim Abdala, engenheiro de Meio Ambiente, Saúde e Segurança Corporativa; Evandro Sousa, coordenador de Segurança do Trabalho, Saúde e Meio Ambiente; Walcir Marques Neto, engenheiro de Segurança do Trabalho; Osmar Kleber do Nascimento, engenheiro; Carlos Albert Cassiavillani, coordenador de Segurança do Trabalho; Monica Ozeki, gerente do Núcleo de Eventos e Comunicação (NEC) do SindHosp, Leandro Antunes, coordenador dos Grupos Técnicos do SindHosp; e Lucinéia Nucci, advogada do escritório de advocacia Machado Nunes.

Participe da próxima reunião do GT Segurança e Saúde Ocupacional

Participe da reunião de novembro, no dia 25! Você que é representado do SindHosp, pode se inscrever no Grupo Técnico de Segurança e Saúde ocupacional, e demais, aqui.

Seja nas questões jurídicas, ou quaisquer outras demandas dos serviços de saúde, o SindHosp segue promovendo debates e conteúdos em auxílio aos representados. Sempre agindo em prol das constantes melhorias que a saúde paulista solicita. Continue conosco e acompanhe as atualizações do setor, novas convenções coletivas de trabalho e orientações do sindicato, na aba ‘Notícias’ e em nossas redes sociais.

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