Sindhosp

saúde mental

‘Conheça as emoções para lidar com elas’, diz psicóloga no Setembro Amarelo

O SindHosp realizou em sua sede a palestra “Sentir faz parte da vida: emoções no Setembro Amarelo”. Os colaboradores tiveram oportunidade de ouvir a psicóloga Lucielma Silva Leão, da Bentec Consultoria, que explicou a importância de conhecer as emoções para poder lidar com elas, delineando a sua relação com a saúde mental.

Lucielma Leão contou que a campanha “Setembro Amarelo” surgiu nos Estados Unidos a partir da história de Mike Emme, um jovem de 17 anos que cometeu suicídio em 1994. Apaixonado por carros, Mike comprou e reformou um Mustang 1968 amarelo, tornando-se seu símbolo. Após sua morte, amigos e familiares deram início a uma mobilização para conscientizar sobre a importância de falar sobre sentimentos e buscar ajuda, distribuindo fitas e cartões amarelos.

Campanha virou lei

No Brasil, a campanha foi oficialmente criada em 2015 por entidades como o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), com o objetivo de quebrar tabus e incentivar o diálogo sobre saúde mental. Em 2023, tornou-se lei.

As emoções são reações naturais e essenciais que nos ajudam a lidar com o mundo, como mostra a animação “Divertidamente”. “As principais emoções universais são a alegria, a tristeza, o medo, a raiva, o nojo e a surpresa”, explica a psicóloga. “Elas têm funções adaptativas importantes, como é o caso do medo, que nos coloca em alerta diante de perigos e garante nossa sobrevivência”.

A psicóloga Lucielma Leão cita a “Roda das Emoções” como uma ferramenta capaz de ajudar as pessoas a identificar e nomear emoções complexas e suas ramificações, facilitando o autoconhecimento e a regulação emocional. Com base em sua palestra no SindHosp, reunimos dicas para quem quer cuidar melhor da saúde mental.

15 DICAS PARA LIDAR
MELHOR COM AS EMOÇÕES 

  1. Nomeie suas emoções – Identifique e dê nome ao que você está sentindo para entender melhor suas causas.
  2. Aceite seus sentimentos – Permita-se sentir sem julgamento, reconhecendo que emoções são naturais.
  3. Pratique técnicas de respiração – Use a respiração profunda para desacelerar e acalmar o sistema nervoso.
  4. Escreva sobre o que sente – Colocar sentimentos no papel ajuda a organizar pensamentos e aliviar a mente.
  5. Converse com alguém de confiança – Compartilhar emoções pode aliviar o peso e fortalecer o apoio emocional.
  6. Pratique exercícios físicos – A atividade física ajuda a liberar tensões e melhora o bem-estar.
  7. Cuide da alimentação – Uma dieta saudável influencia diretamente o equilíbrio emocional.
  8. Aproveite o contato com a natureza – Estar ao ar livre reduz o estresse e conecta você consigo mesmo.
  9. Desenvolva hobbies e atividades criativas – Essas práticas são fontes de prazer e expressão emocional.
  10. Reserve momentos para si – Dedique tempo para cuidar de você e recarregar as energias.
  11. Procure suporte profissional – Terapia ajuda a identificar padrões e desenvolver estratégias para lidar com emoções difíceis.
  12. Evite repressão emocional – Não negue ou esconda o que sente, pois isso pode gerar problemas físicos e psicológicos.
  13. Aprenda a lidar com a culpa e a autocobrança – Reconheça que errar é humano e faça a autocompaixão parte do seu dia.
  14. Estabeleça uma rotina de autocuidado – Inclua práticas que promovam saúde mental de forma contínua.
  15. Valorize sua saúde emocional tanto quanto a física – Sentir é inevitável, mas cuidar do que sente é escolha fundamental para viver melhor.

‘Conheça as emoções para lidar com elas’, diz psicóloga no Setembro Amarelo Read More »

Setembro amarelo reforça cuidados com a saúde mental

Setembro é um mês dedicado ao cuidado com a saúde mental e à prevenção do suicídio. A campanha Setembro Amarelo joga luz sobre o tema e tem, entre seus objetivos, ajudar a reduzir mortes evitáveis; quebrar tabus e estigmas; disseminar informações, contribuindo com a prevenção, a promoção e estimulando o autocuidado; e ajudar a mobilizar escolas, empresas e a sociedade em geral.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que aproximadamente um bilhão de pessoas vivem no mundo com algum tipo de distúrbio mental. Cerca de 284 milhões são afetadas por transtornos de ansiedade, 264 milhões por depressão e 46 milhões por bipolaridade. Infelizmente, estima-se que apenas 1 em cada 5 pacientes recebam tratamento adequado, em virtude de problemas relacionados ao estigma, custo e falta de acesso, especialmente em países de baixa e média renda.

Com relação ao suicídio, ainda segundo a OMS, mais de 700 mil pessoas são vítimas da morte autoprovocada todos os anos, sendo a maioria associada a casos de depressão. O suicídio é a quarta causa de óbito entre pessoas de 15 a 29 anos no mundo.

Brasil

Levantamento realizado pelo Núcleo de Inteligência e Conteúdo (NIC) do SindHosp mostra que, em 2023, 17 mil brasileiros morreram por causas autoprovocadas, segundo dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM). No período de 2014 a 2023, 134.810 pessoas perderam a vida para o suicídio, sendo 78,5% (105.760) do sexo masculino e 21,5% (29.025), do feminino. Cerca de 67% das mortes ocorreram em pessoas com menos de 50 anos. Na última década, esses óbitos cresceram 59,6% no país, em todas as faixas etárias.

O presidente da FESAÚDE e do SindHosp, Francisco Balestrin, destaca a importância da criação de uma rede de apoio e cuidados. “O suicídio emite alguns sinais de alerta. A OMS calcula que para cada óbito ocorram, em média, 20 tentativas. Familiares, amigos e pessoas próximas podem ficar atentos a alguns sintomas, como demonstrações de desesperança, ideias suicidas, isolamento, perda de emprego, divórcios, crises políticas e econômicas, discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, agressões psicológicas e/ou físicas, entre outras”, ressalta Balestrin. O dirigente lembra que para auxiliar nessas situações é possível buscar ajuda junto ao Centro de Valorização da Vida (CVV), disponível 24 horas no telefone 188, com ligação gratuita; e no SUS, junto às Unidades Básicas de Saúde, Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) e unidades de pronto atendimento dos hospitais, tanto públicos quanto privados.

A prevenção de doenças mentais é uma prioridade de saúde pública global e consta, inclusive, como agenda prioritária no Guia de Ações Municípios Saudáveis – Transformando comunidades, cuidando de pessoas, publicação que a FESAÚDE entregou aos candidatos a prefeito das principais cidades do interior paulista durante a última eleição municipal, e que está disponível para download clicando aqui. 

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirma que cerca de 50% das pessoas experimentarão algum tipo de transtorno mental leve ou moderado ao longo da vida, e 5% apresentarão transtornos graves. Além de campanhas, a prevenção de doenças mentais deve incluir ambientes familiares e comunitários saudáveis, a criação de políticas públicas que suportem a saúde mental nos locais de trabalho, nas escolas e programas de intervenção precoce, especialmente para crianças e adolescentes. “Diálogo e respeito às emoções são os pilares que ajudam na prevenção e estimulam o cuidado contínuo. Que todas as empresas de saúde saibam aproveitar este mês para cuidar daqueles que cuidam das pessoas. Quando o peso da dor é compartilhado, ela passa a ser suportável. Para a saúde mental, o silêncio nunca deve ser opção”, finaliza Francisco Balestrin.

Setembro amarelo reforça cuidados com a saúde mental Read More »

Grupo Técnico discute monitoramento de riscos psicossociais relacionados ao trabalho  

O Grupo Técnico de Segurança e Saúde Ocupacional do SindHosp discutiu o impacto dos riscos psicossociais relacionados ao trabalho em estabelecimentos de saúde. Em sua primeira reunião do ano, o GT SSO mostrou a importância de hospitais, clínicas e laboratórios monitorarem o estado de saúde mental de seus colaboradores, procurando entender aspectos da vida de cada um que vão além do trabalho.   

Coordenador do Hospital Nipo-Brasileiro, o engenheiro e perito Carlos Alberto Cassiavillani apresentou a palestra “Riscos psicossociais – Modelagem de critérios e abordagem para inventario eficaz”. Segundo ele, é importante se considerar que quem movimento uma empresa são as pessoas. “Tudo gira em torno de modelo, organização e gerenciamento. Ou seja, nós mesmos criamos os fatores de risco psicossociais relacionados ao trabalho”, acrescentou.

Saúde mental e DASS 21

Ele também chamou a atenção para a forma como os gestores lidam com as equipes. “É importante que as pessoas sejam vistas como seres pensantes, não simples cumpridores de tarefas. As lideranças precisam de uma visão mais holística, compreendendo que os colaboradores vão trazer para o trabalho problemas de casa. O ser humano reage conforme o estímulo, é inescapável”, ponderou Cassiavillani.

Rastrear sinais e sintomas de depressão, ansiedade e estresse se tornou imperativo para as organizações. “Para isso, temos de ter clareza dos requisitos regulatórios, entender fatores geradores, implementar abordagens e remover as barreiras ao bem-estar”, diz Cassiavillani. Segundo ele, pertencem às categorias de fatores de risco aspectos como bullying, condição de trabalho, justiça, crescimento e desenvolvimento, liderança e expectativas claras, civilidade e respeito e mudanças.  

A psicóloga Juliane Britto, também do Hospital Nipo-Brasileiro, diz que as empresas precisam saber quem são as pessoas sujeitas a riscos psicossociais e onde estão. Segundo ela, o DASS 21, um teste que mensura diferentes níveis de depressão, ansiedade e estresse, pode ser uma ferramenta eficaz. “Precisamos ajudar as pessoas a ser gentis consigo mesmas e priorizar sua saúde emocional”, destacou.

Socorrista mental

O engenheiro Evandro Sousa, coordenador de Segurança e Meio Ambiente da Rede Santa Catarina, também falou sobre saúde mental. Ele apresentou a palestra “Monitoramento de riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)” e apresentou dados reveladores sobre saúde mental e riscos psicossociais no Brasil. Segundo ele, 20% da população brasileira enfrenta transtornos mentais, sendo que 12,6 milhões sofrem depressão e 9,3 milhões lidam com ansiedade. O país também lidera casos de estresse no trabalho e síndrome de burnout. “Cerca de 40% da população brasileira tem risco de desenvolver doenças psicossociais”, alertou Evandro Sousa. “O prejuízo no país por afastamento médico por depressão e ansiedade atingiu dezenas de bilhões de reais”.  

Hoje em dia, a Rede Santa Catarina tem um programa de tabulação de riscos e formou socorristas mentais. Para ele, Evandro Sousa existem regras de ouro quando o assunto é risco psicossomático. “Precisamos trazer à luz todos os dados de maneira estruturada para mobilizar a alta gestão. As ações têm de ir além de programas de segurança, qualidade de vida ou felicidade no trabalho, envolvendo todos os departamentos. O monitoramento começa na medicina, mas não acaba na saúde ocupacional. E os resultados têm de ser compartilhados com as equipes de gestão, que também precisam de atenção”, sustentou Sousa. “Agora, toda vez que houver uma situação especial, as pessoas precisam ter um lugar de escape, ter ferramentas para sair daquela situação”.

Tanques de inflamáveis

Por fim, a coordenadora do GT SSO, a advogada Lucineia Nucci, chamou a atenção para as mudanças na Norma Regulamentadora 20 (NR 20), norma criada pelo Ministério do Trabalho e Emprego que estabelece diretrizes para a segurança e saúde no trabalho em empresas que lidam com inflamáveis e explosivos. A alteração se deu em itens que tratam de tanques de Inflamáveis no Interior de Edifícios pela PORTARIA MTE Nº 60/2025.

FAÇA PARTE das Câmaras e Grupos Técnicos do SindHosp.

Para saber mais, clique aqui.

Grupo Técnico discute monitoramento de riscos psicossociais relacionados ao trabalho   Read More »

Setembro Amarelo: investimento em saúde mental para prevenir suicídios

Núcleo de educação do SindHosp, o SindEduca promoveu em parceria com a consultoria Bentec a palestra “Setembro Amarelo: Se precisar, peça ajuda”, ministrada pela psicóloga e professora Vivian Araújo. Com 20 anos de experiência em psicologia clínica e atuação na saúde básica, ela falou sobre saúde mental e prevenção ao suicídio, destacando a importância de repensar o tema.

Vivian Araújo defendeu três abordagens ao falar de suicídio: a promoção de saúde, a prevenção do suicídio e o que chamou de “pósvenção” – ou seja, os cuidados com as pessoas impactadas pelo suicídio de alguém próximo. “Saúde mental significa estarmos bem conosco, bem com o outro e prontos para lidarmos bem com as adversidades da vida”, definiu a psicóloga. Para ela, as pessoas não precisam achar, nem ficar dizendo, que “está tudo bem”, porque as adversidades existem. “O importante é ter saúde mental para saber lidar com as adversidades e o primeiro passo é assumir que não está tudo bem”, explicou Vivian Araújo.

Causas multifatoriais

A palestrante enfatizou a necessidade de desconstruir mitos culturais sobre saúde mental. “Muita gente acha que ter problema é não ter saúde mental, e não é isso”, explicou. Ela alertou que pedir ajuda não deve ser visto como sinal de fraqueza ou falta de positividade. “Está errada a ideia de que pedir ajuda significa vulnerabilidade”, afirmou Araújo.

O movimento Setembro Amarelo visa à prevenção ao suicídio, uma preocupação global de saúde pública. No Brasil, ocorre um suicídio a cada 38 minutos, totalizando mais de 16 mil mortes por ano. “O Brasil é o país com maior número de ansiosos e o segundo com maior número de deprimidos”, disse Vivian Araújo.

A psicóloga explicou que o suicídio é resultado de uma complexa rede de fatores econômicos, sociais, culturais, biológicos e emocionais. “Não basta olhar só para a pessoa, mas entender os impactos de tudo que a cerca”, destacou. Ela mencionou que fatores externos, como aglomerações e calor, ou mesmo o uso de redes sociais podem influenciar a saúde mental. “O suicídio é a solução encontrada por algumas pessoas para lidar com sofrimentos intoleráveis e intermináveis. Ou seja, nunca é culpa da pessoa”.

Luto próprio

Para cada suicídio, em média, 135 pessoas são impactadas. O luto por suicídio tem características próprio, porque a pessoa não para de se perguntar por que aquilo aconteceu. “É um luto que envolve julgamento, estigma, risco de suicídio, temáticas variadas e busca incessante pelos porquês, podendo variar de intensidade e tempo para cada pessoa”, definiu Vivian Araújo. “O mais difícil é não se culpar, pensando se não poderia ter feito algo”.

Segundo a palestrante, a melhor forma de ajuda é oferecer ajuda sem ser invasivo, contar histórias que viveu com a pessoa que faleceu, colocar-se à disposição para qualquer coisa e respeitar o tempo e a forma das pessoas demonstrarem o luto. “E nunca perguntar coisas como ‘vocês não perceberam nada?’ ou ‘sabe para onde vão os suicidas?’”, enfatizou Vivian Araújo. “Os grupos de apoio são a forma mais comum da pósvenção, pois criam a sensação de pertencimento e mostram que a pessoa não está sozinha, e que há um caminho depois dessa perda”.

  • Depressão;
  • Ansiedade;
  • Falta de foco;
  • Redes sociais;
  • Frustrações;
  • Estresse;
  • Esquizofrenia.

  • Alterações de padrão comportamental;
  • Afastamento social;
  • Desespero/desesperança;
  • Mudanças nos padrões emocionais e de sono;
  • Verbalização de pensamentos de morte.

Clique aqui e tenha acesso ao conteúdo do SindEduca.

Setembro Amarelo: investimento em saúde mental para prevenir suicídios Read More »

GT de Gestão e Pessoas discute cuidados com a saúde mental de quem cuida  

A primeira reunião do ano do Grupo Técnico de Gestão de Pessoas do SindHosp debateu uma questão que ganha cada vez mais relevância no dia a dia de hospitais, laboratórios, clínicas e demais estabelecimentos de saúde. Como tema “Cuidando da saúde mental de quem cuida”, o encontro teve a participação especial de dois convidados, além do coordenador do GT de Gestão de Pessoas, o médico Thiago Constancio, que conduziu os trabalhos. Fizeram parte da mesa o médico geriatra Venceslau Coelho e a enfermeira, consultora e executiva em saúde Ivana Siqueira, que compartilharam experiências e apresentaram dados um tanto surpreendentes.

Segundo a coordenadora-geral de GTs do SindHosp, Beatriz Tavares, o encontro partiu da premissa de que a força de uma instituição de saúde reside no bem-estar de seus colaboradores: “A ideia do encontro foi compartilhar ferramentas e conhecimentos para que líderes e gestores possam não apenas prosperar, mas também inspirar suas equipes a alcançar seu máximo potencial”. A reunião contou com público híbrido, incluindo participação presencial na sede do SindHosp e integrantes virtuais.

Tempestade perfeita

O coordenador Thiago Constancio abriu a reunião do GT com dados impactantes sobre a relação entre funcionários e empresas. Entre as constatações mais reveladoras tiradas de trabalhos acadêmicos estão estas:

  • Quase 50% dos funcionários veem seus desempenhos como insustentáveis;
  • Apenas cerca de 50% dos funcionários confiam em suas organizações;
  • 26% dos CEO classificam a escassez de talentos como principal fator prejudicial às perspectivas de negócios;
  • 75% dos líderes de Recursos Humanos reportam que os gestores estão sobrecarregados com crescimento de responsabilidades;
  • 60% dos líderes de Recurso Humanos se mostram incertos sobre o impacto das tendências tecnológicas na gestão de pessoas; e
  • 82% dos líderes de RH dizem que gerentes estão despreparados para liderar essa mudança.

“É a tempestade perfeita”, disse Thiago Constancio. “Há muita pressão e uma profunda crise de confiança no ambiente de trabalho. As empresas precisam se perguntar o que fazer para intervir nesse ambiente”.  Para ele, o cuidado com a saúde mental de quem cuida é relevante e urgente porque não agir significa ter de lidar com a multiplicação de casos de Burnout, crise de ansiedade, depressão e estresse agudo, que impactam na vida e no trabalho das pessoas e nos resultados das empresas.  

Para o coordenador do GT, os estabelecimentos de saúde têm de trabalhar na prevenção do esgotamento profissional (Burnout), caracterizado por exaustão emocional, despersonalização e diminuição da realização pessoal no trabalho; na promoção de “ambientes de trabalho psicologicamente seguros”, onde as pessoas têm segurança para se expressar sem retaliações; e no desenvolvimento de resiliência e bem-estar, necessários para se lidar com pressões e desafios de forma “antifrágil”.

 A chave para enfrentar questões associadas à saúde mental é a empatia, uma habilidade crítica para líderes, caracterizada pela capacidade de se colocar no lugar do outro, sem julgamento, para melhorar a conexão. “Mas existem diferentes níveis de empatia, a cognitiva, a emocional e a compassiva”, explicou Thiago Constancio. “O líder precisa ouvir ativamente seu colaborador, e não só o que quer, refletindo sobre os pontos de vista dele. Na prática, é preciso entender a maneira como o outro pensa, intelectualmente, o que caracteriza a empatia cognitiva. A empatia emocional é aquela que envolve um sentimento compartilhado pelo outro, dando ao líder a oportunidade de estabelecer uma conexão. Por fim, a empatia compassiva pressupõe que o líder tenha compaixão pelo outro, que está sofrendo, e ajude. Ou seja, saia do entendimento do ponto de vista e da conexão emocional para a ação”.  

Mundo frágil e ansioso

O médico Venceslau Coelho tratou das transformações do mundo desde o fim da Guerra Fria até o pós-pandemia. “Existe uma faceta da pandemia que a vacina não resolve, que é justamente a questão da saúde mental, que acentuou doenças como TOC, depressão e ansiedade”. Ele diz que migramos de um “mundo VUCA”, que era “volátil, incerto, complexo e ambíguo”, para um “mundo BANI”, que se tornou “frágil, ansioso, não linear e incompreensível”.

Para enfrentar essa nova realidade, Venceslau Coelho sugere algumas abordagens por parte dos líderes. Segundo ele, para enfrentar a fragilidade, marcada pela falta de consistência das coisas, é preciso investir em capacidade e resiliência. Já a ansiedade, caracterizada pela falta de controle, se enfrenta com empatia e atenção plena. A não linearidade, que tem a ver com resultados desproporcionais e imprevisíveis, as ferramentas passam por contexto e flexibilidade. Por fim, a incompreensibilidade, alimentada pela abundância de informação, pede transparência e intuição. “Essas podem ser muito mais reações do que soluções, mas sugerem a possibilidade de que respostas possam ser encontradas”, diz o antropólogo e futurólogo Jamais Cascio, autor da teoria sobre o “mundo BARNI”.   

A pandemia afetou a qualidade de vida das pessoas, com impactos físico, social, financeiro e emocional. Pesquisas revelam que há casos em que mais de 40% dos colaboradores de uma empresa sofrem ansiedade ou depressão, que são sofrimentos psíquicos muito importantes. “São pessoas com questões emocionais que precisam trabalhar, ser produtivos e eficientes”.  

Os problemas associados a saúde mental costumam se manifestar em quatro quadros cada vez mais comuns: o Burnout, o estresse agudo, a ansiedade e a depressão. Cada um tem suas características, mas o reequilíbrio pode ser obtido por ações similares. “O tratamento de questões psíquicas passa por medidas mais rotineiras, como praticar atividade física, ter um hobby e fazer meditação e yoga, até buscar ajuda profissional, com psicoterapia em um psicólogo ou psiquiatra e uso de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos, entre outros tratamentos”, ensina Venceslau Coelho.

Espaço de acolhimento

A consultora e enfermeira Ivana Siqueira reforçou a importância de se investir em um “ambiente psicologicamente seguro”. Segundo ela, o desafio de gerir “batalhões” de colaboradores é quase intransponível ao se levar em consideração não apenas as mudanças de um mundo pós-pandemia, mas, também, as diferenças em todos os níveis, entre as pessoas, os lugares, as culturas, as funções, os momentos de vida e assim por diante. “Ignorar a complexidade desse desafio não ajuda”, resume Siqueira.

“Diante dos desafios, sentimos sobrecarga emocional e física, responsabilidade e pressão, sentimentos misturados de culpa, raiva e frustração, problemas com sono e negligência com saúde e certo isolamento social”, elenca Ivana Siqueira. “Para lidar com isso, as empresas precisam investir em liderança humanizada, cultura de time, justiça, feedbacks construtivos e monitoramento do estresse”.

Segundo ela, existem caminhos virtuosos a se seguir, sempre buscando ações construtivas e baseadas em fundamentos técnicos. Apesar das diferentes, diz Ivana Siqueira, o líder precisa esclarecer que há lugar para todos, mas cabe a ele saber colocar as pessoas certas nos lugares certos. “Para isso, o gestor precisa conhecer as pessoas, conversar com elas e criar na empresa um espaço de acolhimento e escuta, pautado por comunicação empática, apoio espiritual e grupos terapêuticos”. Na prática, parece simples, mas é complexo, sobretudo considerando que a empresa precisa ser assertiva e ter bons resultados financeiros.  

Cuidando da saúde mental

  1. Não leve tudo tão a sério
  2. Cultive o bem-estar
  3. Faça atividade física sempre
  4. Faça exames de rastreio frequentemente
  5. Consuma menos sal e menos açúcar
  6. Mudanças acontecem na vida, aprenda
  7. Evite tudo aquilo que você não tem controle
  8. Crie laços sociais e faça amigos
  9. Descubra seu hobby
  10. Coma mais frutas e verduras

GT de Gestão e Pessoas discute cuidados com a saúde mental de quem cuida   Read More »

setembro amarelo

Setembro Amarelo: pesquisa do Datafolha constata que metade da população brasileira já sofreu de esgotamento mental

Neste mês de setembro, dedicado à promoção da saúde mental e prevenção ao suicídio, uma pesquisa do Instituto Datafolha constatou que metade dos brasileiros afirmam que eles mesmos ou alguém da família já passou por extremo esgotamento mental, o qual não cessava mesmo após um dia de descanso.  

A pesquisa, intitulada de Saúde Mental dos Brasileiros 2022, ouviu pessoas em 130 municípios e contou com mais de 2 mil respondentes, entre 2 e 13 de agosto de 2022.

Cerca de 53% dos participantes disseram que passaram ou convivem com alguém que passou por um “período de cansaço e desequilíbrio emocional extremos, seguidos de uma sensação de desgaste físico e mental que perdurou por mais de um dia”.

Dentre os pontos destacados na apuração, está a predominância de jovens entre 16 e 24 anos (63%) e do gênero feminino (57%) em situação de estresse e cansaço recorrente e o impacto negativo do uso indiscriminado das redes sociais na saúde mental.

Essa pesquisa do Datafolha integra a Campanha “Bem Me Quer, Bem Me Quero: Cuidar da Saúde Mental é um Exercício Diário”, atinente ao Setembro Amarelo, realizada pela Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata).

Impactos da Covid-19 na saúde mental dos brasileiros

A pandemia de Covid-19 desponta como um dos principais gatilhos que justificam os altos índices, inclusive entre os profissionais da saúde. Em janeiro deste ano, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) divulgou um estudo liderado pela Universidade do Chile e Universidade da Columbia (nos Estados Unidos) apontando que cerca de 14,7% e 22% dos trabalhadores de saúde entrevistados em 2020 apresentaram sintomas que levaram à suspeita de um episódio depressivo.

Ainda segundo a pesquisa do Datafolha, hoje, 34% dos brasileiros declaram ter passado por problemas psicológicos durante a pandemia de Covid-19. 

O número no ano passado chegou a 44%, e os motivos da queda estão certamente ligados à percepção de atenuação da pandemia e melhora na esfera econômica, entretanto, ainda estamos falando de um terço da população do país.

Sinais do sofrimento emocional

O SindHosp acredita que agir ao menor sinal de sofrimento emocional é uma postura necessária e eficaz para salvar vidas, por isso, convida a um exercício de percepção e ação contra a depressão. 

O Ministério da Saúde está promovendo a campanha “Você importa. Escolha a vida!” na qual elenca os principais sinais e frases de alerta e orienta como iniciar uma conversa com pessoas em situação de risco. 

São sinais listados pelo MS:

– Publicações das redes sociais com conteúdo negativista ou participação em grupos virtuais que incentivem o suicídio ou outros comportamentos associados;

– Isolamento e distanciamento da família, dos amigos e dos grupos sociais, particularmente importante se a pessoa apresentava uma vida social ativa;

perigosamente, beber descontroladamente, brigas constantes, agressividade, impulsividade, etc.);

– Ausência ou abandono de planos para o futuro;

– Atitudes perigosas que não necessariamente podem estar associadas ao desejo de morte e atitudes para-suicidas (dirigir perigosamente, beber descontroladamente, brigas constantes, agressividade, impulsividade, etc.);

– Forma desinteressada como a pessoa está lidando com algum evento estressor (acidente, desemprego, falência, separação dos pais, morte de alguém querido);

– Despedidas (“acho que no próximo natal não estarei aqui com vocês”, ligações com conotação de despedida, distribuir os bens pessoais);

– Colocar os assuntos em ordem, fazer um testamento, dar ou devolver os bens;

– Queixas contínuas de sintomas como desconforto, angustia, falta de prazer ou sentido de vida e, finalmente;

– Qualquer doença psiquiátrica não tratada (quadros psicóticos, transtornos alimentares e os transtornos afetivos de humor).

Frases de alerta

– “Tenho vontade de dormir e não acordar mais”;

– “Sou um peso para as outras pessoas”;

– “Estou cansado e sem razão de viver”;

– “Não há mais prazer em se viver”;

– “Tudo seria mais fácil se eu não existisse”;

– “Sou um fracasso”;

– “Essa é a última chance”;

– “Não sou amado ou querido por ninguém”;

– “Eu não estarei aqui no próximo ano”.

Clique aqui e fique a par das demais orientações da campanha.

Onde procurar ajuda

Se notar qualquer sinal de sofrimento mental entre colegas de trabalho, amigos ou familiares, não ignore! Inicie uma conversa e procure ajudar. Caso esteja passando por momentos difíceis, saiba que você não está sozinho, peça ajuda:

CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde);

UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro; Hospitais;

Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita).

Para continuar a par das atualizações do setor, eventos apoiados ou promovidos pelo SindHosp e convenções coletivas firmadas, acesse a aba ‘Notícias e siga as nossas redes sociais.

Setembro Amarelo: pesquisa do Datafolha constata que metade da população brasileira já sofreu de esgotamento mental Read More »

ranking de suicídio no brasil

Brasil Lidera Ranking De Suicídio e Depressão Na América Latina

O Brasil está em primeiro lugar no ranking latino-americano da depressão e em quinta posição no mundial. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A saúde mental é negligenciada pelo país e os números de suicídios tendem a aumentar proporcionalmente às taxas de ansiedade e depressão. 

Dados da OMS

Segundo dados da OMS, a cada 45 minutos há um suicídio no Brasil, ou seja, 32 pessoas de suicidam por dia no país. Em todo o mundo, a cada 40 segundos há um suicídio e a cada 3 há uma tentativa.

Alta de suicídios entre idosos

Um dos alertas do Ministério da Saúde é a alta taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos. Nessa faixa etária, foram registradas média de 8,9 mortes por 100 mil nos últimos seis anos. A média nacional é 5,5 por 100 mil. Também chama atenção o alto índice entre jovens, principalmente homens, e indígenas. 

Esse diagnóstico é inédito e vai orientar a expansão e qualificação da assistência em saúde mental no país.

Características das vítimas mais frequentes

As pesquisas mostraram que entre 2011 e 2016 houve 62.804 mortes por suicídio, a maioria (62%) por enforcamento. Os homens concretizaram o ato mais do que as mulheres, correspondendo a 79% do total de óbitos registrados. 

Os solteiros, viúvos e divorciados, foram os que mais morreram por suicídio (60,4%). 

Na comparação entre raça/cor, a maior incidência é na população indígena. A taxa de mortalidade entre os índios é quase três vezes maior (15,2) do que o registrado entre os brancos (5,9) e negros (4,7).

Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é maior entre os homens, cuja taxa é de 9 mortes por 100 mil habitantes. Entre as mulheres, o índice é quase quatro vezes menor (2,4 por 100 mil). Na população indígena, a faixa etária de 10 a 19 anos concentra 44,8% dos óbitos.

Sobre as tentativas de suicídio no Brasil

O documento apresenta ainda que, entre os anos de 2011 e 2016, ocorreram 48.204 tentativas de suicídio. Ao contrário da mortalidade, foram as mulheres que atentaram mais contra própria vida, 69% do total registrado. Entre elas, 1/3 fez isso mais de uma vez. 

Por raça/cor, a população branca (53,2%) registrou maior taxa. Do total de tentativas no sexo masculino, 31,1% tinham entre 20 e 29 anos. Além disso, 58% dos homens e mulheres que tentaram suicídio utilizaram substâncias que provocaram envenenamento ou intoxicação.

Fatores de risco

Entre os fatores de risco para o suicídio estão transtornos mentais, como:

  • depressão;
  • alcoolismo;
  • esquizofrenia; 
  • questões sociodemográficas, como isolamento social;
  • psicológicos, como perdas recentes;
  • e condições clínicas incapacitantes, como lesões desfigurantes, dor crônica e neoplasias malignas. 

No entanto, tais aspectos não podem ser considerados isoladamente e cada caso deve ser tratado no Sistema Único de Saúde conforme um projeto terapêutico individual e personalizado. 

*Fonte: Ministério da Saúde

Continue acompanhando as notícias da saúde e orientações do SindHosp, na aba ‘Notícias’.

Até breve!

Brasil Lidera Ranking De Suicídio e Depressão Na América Latina Read More »

error: Conteúdo protegido
Scroll to Top