Metade dos paulistas espera 6 meses por exame e 58% pegam remédio do SUS
Metade dos residentes do Estado de São Paulo aguarda até seis meses para marcar ou realizar consultas, exames, procedimentos ou cirurgias pelo SUS (Sistema Único de Saúde). E 29% esperam de seis meses a mais de um ano para ter acesso aos mesmos serviços. Por outro lado, 58% têm acesso fácil a medicamentos gratuitos.
Os dados são da pesquisa "Opinião dos paulistas sobre o atendimento público na área de saúde" encomendada pela APM (Associação Paulista de Medicina) e pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) ao Datafolha.
Ainda de acordo com a pesquisa, 21% esperam até um mês para ter acessos aos serviços citados; 15% de seis meses a um ano e 14% por mais de um ano.
Ao todo, 37% dos residentes do Estado que procuram o SUS esperam pela marcação e realização de consultas, exames, procedimentos como quimioterapia, radioterapia e hemodiálise e cirurgias.
A pesquisa foi realizada com 812 pessoas maiores de 16 anos, das classes A, B, C e D, residentes do Estado de São Paulo, entre os dias 3 e 10 de junho. Destas, 53% de cidades do interior e 47% da região metropolitana.
Fácil x difícil
A pesquisa pediu aos entrevistados que avaliassem o acesso a nove serviços do SUS.
O acesso a cirurgias no SUS foi considerado fácil para 33%, pouco acima dos 32% que consideraram muito difícil. Já 30% dos entrevistados disseram que o acesso a cirurgias é difícil. Os outros 3% afirmaram que era fácil.
O acesso ao atendimento médico no SUS e em casa foi considerado fácil para 39%. Outros 18% consideraram o acesso muito difícil e 29% responderam que era difícil. Do total, 2% indicaram na pesquisa era muito fácil.
Entre os entrevistados, o acesso a consultas médicas foi considerado fácil por 43% dos entrevistados. Outros 15% apontaram que era muito difícil e 2%, muito fácil. Ser atendido no pronto-socorro foi considerado fácil para 46% dos entrevistados da pesquisa, difícil para 38%, muito difícil para 14% e muito fácil para 2%.
Fazer um procedimento no SUS foi considerado fácil para 48%, muito difícil para 22%, difícil para 21% e muito fácil para apenas 1%. Já a internação hospitalar foi considerada fácil para 46%, difícil por 30%, muito difícil para 20% e muito fácil para 4%.
Remédios gratuitos
Na pesquisa "Opinião dos paulistas sobre o atendimento público na área de saúde", encomendada pela APM (Associação Paulista de Medicina) e pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) ao Datafolha, o acesso ao atendimento em postos de saúde foi tido como fácil para 50%, difícil para 34%, muito difícil para 13% e muito fácil para 2%. Enquanto fazer exames de laboratório foi considerado fácil para 50%, difícil para 34%, muito difícil para 14% e muito fácil para 2%.
Quando o questionamento se deu em relação à distribuição gratuita de remédios, 58% responderam que faziam uso e que era fácil pegar remédios no SUS, contra 27% que indicaram ser difícil, 9% muito difícil e 6%, fácil.
A maioria dos entrevistados deu nota média aos serviços oferecidos pelo SUS em geral. Questionados para darem notas de zero (péssimo) a dez (excelente), 66% deram notas de zero a sete. Destes, 24% deram notas de zero a quatro e 42%, de cinco a sete. Do total, 33% deram notas de oito a dez.
Dos serviços utilizados, 38% disseram usar as Unidades Básicas de Saúde ou postos de saúde; 35% prontos-socorros, 15% as UPAS (Unidades de Pronto-Atendimento) ou AMAs (Atendimento Médico Ambulatorial), 10% os hospitais e 1% o Programa Saúde da Família.
Ainda segundo o levantamento, 94% dos residentes no Estado de São Paulo buscaram acesso nos últimos dois anos a algum serviço do SUS, enquanto no mesmo período a procura foi de 92% entre a população brasileira.
Os postos de saúde ainda são os pontos mais procurados, por 83% dos entrevistados, sendo que 77% afirmaram ter feito uso de fato do serviço. As consultas médicas foram buscadas por 80% e 72% utilizaram o serviço.
Entre os serviços menos procurados nos últimos dois anos, as cirurgias lideram com 27% de procura e 20% de uso; atendimento na rede pública com 19% de procura e 13% de uso e procedimentos com 10% de procura e 7% de uso.