12 de agosto de 2014

Metade dos paulistas espera 6 meses por exame e 58% pegam remédio do SUS

Metade dos residentes do Estado de São Paulo aguarda até seis meses para marcar ou realizar consultas, exames, procedimentos ou cirurgias pelo SUS (Sistema Único de Saúde). E 29% esperam de seis meses a mais de um ano para ter acesso aos mesmos serviços. Por outro lado, 58% têm acesso fácil a medicamentos gratuitos.
 
Os dados são da pesquisa "Opinião dos paulistas sobre o atendimento público na área de saúde" encomendada pela APM (Associação Paulista de Medicina) e pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) ao Datafolha.
 
Ainda de acordo com a pesquisa, 21% esperam até um mês para ter acessos aos serviços citados; 15% de seis meses a um ano e 14% por mais de um ano.
 
Ao todo, 37% dos residentes do Estado que procuram o SUS esperam pela marcação e realização de consultas, exames, procedimentos como quimioterapia, radioterapia e hemodiálise e cirurgias.
 
A pesquisa foi realizada com 812 pessoas maiores de 16 anos, das classes A, B, C e D, residentes do Estado de São Paulo, entre os dias 3 e 10 de junho. Destas, 53% de cidades do interior e 47% da região metropolitana.
 
Fácil x difícil
 
A pesquisa pediu aos entrevistados que avaliassem o acesso a nove serviços do SUS.
 
O acesso a cirurgias no SUS foi considerado fácil para 33%, pouco acima dos 32% que consideraram muito difícil. Já 30% dos entrevistados disseram que o acesso a cirurgias é difícil. Os outros 3% afirmaram que era fácil.
 
O acesso ao atendimento médico no SUS e em casa foi considerado fácil para 39%. Outros 18% consideraram o acesso muito difícil e 29% responderam que era difícil. Do total, 2% indicaram na pesquisa era muito fácil. 
 
Entre os entrevistados, o acesso a consultas médicas foi considerado fácil por 43% dos entrevistados. Outros 15% apontaram que era muito difícil e 2%, muito fácil. Ser atendido no pronto-socorro foi considerado fácil para 46% dos entrevistados da pesquisa, difícil para 38%, muito difícil para 14% e muito fácil para 2%.
 
Fazer um procedimento no SUS foi considerado fácil para 48%, muito difícil para 22%, difícil para 21% e muito fácil para apenas 1%. Já a internação hospitalar foi considerada fácil para 46%, difícil por 30%, muito difícil para 20% e muito fácil para 4%.
 
Remédios gratuitos
 
Na pesquisa "Opinião dos paulistas sobre o atendimento público na área de saúde", encomendada pela APM (Associação Paulista de Medicina) e pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) ao Datafolha, o acesso ao atendimento em postos de saúde foi tido como fácil para 50%, difícil para 34%, muito difícil para 13% e muito fácil para 2%. Enquanto fazer exames de laboratório foi considerado fácil para 50%, difícil para 34%, muito difícil para 14% e muito fácil para 2%.
 
Quando o questionamento se deu em relação à distribuição gratuita de remédios, 58% responderam que faziam uso e que era fácil pegar remédios no SUS, contra 27% que indicaram ser difícil, 9% muito difícil e 6%, fácil.
 
A maioria dos entrevistados deu nota média aos serviços oferecidos pelo SUS em geral. Questionados para darem notas de zero (péssimo) a dez (excelente), 66% deram notas de zero a sete. Destes, 24% deram notas de zero a quatro e 42%, de cinco a sete. Do total, 33% deram notas de oito a dez.
 
Dos serviços utilizados, 38% disseram usar as Unidades Básicas de Saúde ou postos de saúde; 35% prontos-socorros, 15% as UPAS (Unidades de Pronto-Atendimento) ou AMAs (Atendimento Médico Ambulatorial), 10% os hospitais e 1% o Programa Saúde da Família.
 
Ainda segundo o levantamento, 94% dos residentes no Estado de São Paulo buscaram acesso nos últimos dois anos a algum serviço do SUS, enquanto no mesmo período a procura foi de 92% entre a população brasileira.
 
Os postos de saúde ainda são os pontos mais procurados, por 83% dos entrevistados, sendo que 77% afirmaram ter feito uso de fato do serviço. As consultas médicas foram buscadas por 80% e 72% utilizaram o serviço.
 
Entre os serviços menos procurados nos últimos dois anos, as cirurgias lideram com 27% de procura e 20% de uso; atendimento na rede pública com 19% de procura e 13% de uso e procedimentos com 10% de procura e 7% de uso.
 

Comitê da OMS aprova uso de medicação experimental contra ebola

O Comitê de Ética da Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou, em reunião, o uso de tratamentos não homologados para lutar contra a febre hemorrágica do ebola.
 
"Diante das circunstâncias da epidemia e sob certas condições, o comitê concluiu que é ético oferecer tratamentos –cuja eficácia ainda não foi demonstrada, assim como os efeitos colaterais– como potencial tratamento ou de caráter preventivo", afirma a nota da OMS.
 
Até o momento não existe nenhum tratamento licenciado ou vacina contra o vírus ebola.
 
O uso do medicamento experimental ZMapp em dois americanos e um padre espanhol –que faleceu nesta terça-feira em Madri– infectados com o vírus quando trabalhavam na África provocou um intenso debate ético.
 
O medicamento, do qual existe pouca quantidade, parece apresentar resultados promissores nos dois americanos, embora não tenha salvado o espanhol.
 
A droga experimental deve ser enviada a dois médicos da Libéria depois que as autoridades dos Estados Unidos aprovaram sua exportação, segundo o governo disse na terça-feira.
 
A empresa americana Mapp Biopharmaceutical, que produz o medicamento, informou na segunda-feira que enviou o estoque para o oeste da África.
 
"É provável que o número de doses disponíveis para um estudo mais aprofundado ou para implantação no final de 2014 continuará a ser insuficiente para atender a demanda", disse o comunicado.
 
Em suas conclusões, os especialistas consideraram que as circunstâncias são excepcionais e que o uso de remédios que ainda estão em desenvolvimento nos laboratórios pode ser justificada, sempre e quando seguir critérios éticos.
 
"Surtos de ebola pode ser contidos por meio de intervenções disponíveis, como a detecção precoce e isolamento, rastreamento de contato e monitoramento, e adesão a procedimentos rigorosos de controle de infecção", disse o Comitê. "No entanto, um tratamento ou vacina seria um trunfo poderoso para combater o vírus."
 
EPIDEMIA
 
Médicos de todo o mundo participaram nos debates da OMS sobre o uso de tratamentos não homologados.
 
O comitê condicionou o uso dos tratamentos a uma "transparência absoluta sobre os cuidados, a um consentimento informado, à liberdade de escolha, à confidencialidade, ao respeito das pessoas e a preservação da dignidade e a implicação das comunidades".
 
Também estabeleceu "a obrigação moral de obter e compartilhar as informações sobre segurança e eficácia das intervenções", que devem ser objeto de avaliação constante.
 
A África Ocidental vive o maior surto de ebola desde que a doença foi descoberta em 1976, com a grande maioria das vítimas registradas em três países: Guiné, Libéria e Serra Leoa.
 
O número de mortes provocadas pelo vírus ebola superou a barreira de mil, com 1.013 óbitos e 1.848 casos registrados, segundo o balanço mais recente da OMS, divulgado nesta terça, que não conta com a morte do missionário espanhol.
 
Entre 7 e 9 de agosto, 11 novos casos e sete mortes foram registrados na Guiné, 45 novos casos e 29 mortes na Libéria, assim como 13 novos casos e um óbito em Serra Leoa.
 
Nenhum caso foi registrado no período na Nigéria, o quarto país afetado pelo vírus, embora o governo tenha anunciado na segunda que o número de casos subiu de sete para dez, com duas mortes registradas.
 
A nova epidemia da doença na África Ocidental levou a OMS a decretar uma emergência de saúde pública mundial.

Equilíbrio de custos é desafio das instituições

Como fazer uma gestão de custos eficiente? Para o professor Afonso Matos, diretor-presidente da Planisa, esta é uma missão que não se esgota em simplesmente na preparação das planilhas de custo. “A efetiva gestão depende da capacidade da organização em envolver os seus gestores e, principalmente aqueles profissionais que estão na linha de frente da prestação dos serviços. Não restam dúvidas de que são os profissionais que prestam os serviços os que mais conhecem os custos de sua operação. Cabe aos profissionais de custos motivá-los e propiciar informações para permitir a eficiente gestão dos custos de sua organização de saúde”, afirmou.
 
Afonso Matos é o palestrante confirmado para o terceiro painel, no dia 21 de agosto, do 24º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, que será realizado de 20 a 22 de agosto, em Brasília, com o tema “A importância da gestão de custos para uma boa contratualização”. 
 
O professor explicou que o equilíbrio entre os custos dos serviços e a adequada remuneração dos profissionais tem como ponto de partida a conquista da confiança entre as partes. “Uma vez vencida esta etapa e com a existência de informações adequadas e transparentes estão criadas as condições para o avanço nos entendimentos”.  Ele defende que as partes envolvidas elaborem seus preços de venda respaldadas em adequados instrumentos de apuração de custos e que se estabeleça um clima de equilíbrio nas negociações. Já a abertura de planilhas, exigência de alguns profissionais, como recurso de negociação expõe demasiadamente a estrutura das empresas, “sendo desnecessária em um ambiente de confiança mútua”.
 
Quanto às normas que regem a contratualização – tanto na saúde pública, quanto na suplementar – engessam as negociações e dificultam avanços, segundo Matos. “A Agência Nacional de Saúde Suplementar fez um esforço para superar essas barreiras, contudo os resultados não viabilizaram ainda uma mudança efetiva. É preciso perseverar e voltarmos à mesa de negociações”, ressaltou.
 

Disponibilidade de leitos no país está aquém do índice da OMS

A disponibilidade de leitos por mil habitantes no Brasil está aquém da orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os últimos levantamentos datam de 2009, mas mostram que a oferta corresponde a uma média de 2,4 leitos – considerando a oferta de leitos disponíveis pelo SUS (2,1 para 1000 habitantes) e os dos hospitais privados (2,6/ 1000 beneficiários de planos de saúde). O índice – apresentado no Painel Saúde em Números, relatório semestral elaborada pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) -, não atinge o índice preconizado pela OMS, de 3 a 5 leitos para cada mil habitantes.
 
Em países como Japão e Alemanha, por exemplo, a média é de 13,7 e 8,2 leitos para 1000 habitantes, respectivamente – enquanto os Estados Unidos oferecem 3 leitos/ 1000 hab. O levantamento ainda mostra que o Brasil também se mantém abaixo em termos de número médio de leitos por hospitais, com 71 leitos por hospital – ante 161, nos Estados Unidos e 119, no Japão.
 
O Painel Saúde em Números, da Anahp, consolida em um único documento dados de diversas fontes, tais como Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério da Saúde, Organização Mundial de Saúde (OMS) e Sistema Integrado de Indicadores Hospitalares Anahp (SINHA). 
 
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