Debate sobre o futuro da saúde suplementar

Na noite de quarta-feira (27/08) foi realizado, com apoio institucional do SINDHOSP e da FEHOESP, o debate “Quais as perspectivas dará as operadoras de planos de saúde?”, no 19º Semestre de Debates GVSaúde, realizado na sede da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo.
 
O moderador do debate foi Walter Cintra Ferreira Junior, médico e mestre em Administração de Empresas, que abriu o evento destacando o crescimento do setor: “a receita bruta das operadoras de saúde chegou a R$ 110 bilhões em 2013”, afirmou.
 
Em seguida o professor da FGV nas Escolas de Administração (EAESP) e Direito (Direito GV), Arthur Barrionuevo Filho, apresentou o tema “Poder de mercado e eficiência em fusões e aquisições nos setores de saúde suplementar”.
 
Ele discorreu sobre sua experiência como ex-Conselheiro do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), ressaltando a importância de as empresas serem eficientes. Segundo o professor, no caso da saúde, são três os principais fatores levados em consideração pelo órgão do governo federal para decidir sobre fusões e aquisições: A) definição de quem é a concorrência; B) faixa da população atendida pela empresa e; C) região geográfica de atendimento, geralmente determinada por município. A partir desses dados, verifica-se se há concentração de mercado.
 
Barrionuevo afirma que, em médio prazo, o número de operadoras de saúde deve ser reduzido, concentrando-se nos principais players do mercado.
 
A segunda palestra foi proferida por Marcelo Marques Moreira Filho, do Grupo Notre Dame Intermédica e sócio da Setter Investimentos e Participações Ltda. Ele foi membro do conselho de administração da Diagnósticos da América (DASA).
 
O executivo ressaltou que o Brasil é o segundo maior mercado em todo o mundo para planos de saúde, perdendo apenas para os Estados Unidos. “Chegamos a 50 milhões de usuários de planos no País, o que representa um quarto da população”, afirma. 
 
Segundo Moreira, os principais entraves para o setor são a escassez de médicos e  pressão constante dos custos, que estão acima da inflação: “a inflação médica em 2013 ficou em 17%, muito acima da inflação oficial, que foi de aproximadamente 6%”, conta.
 
Para finalizar a palestra, o executivo mostrou um caso de sucesso, provando a redução de custos com a utilização da medicina preventiva, ação realizada pela Notre Dame Intermédica.