29 de abril de 2015

Nova vacina imuniza crianças contra quatro vírus da gripe

A primeira vacina que imuniza crianças de 6 meses a 3 anos contra os quatro tipos de vírus da gripe acaba de chegar ao Brasil. O imunizante age contra dois vírus Influenza A e duas cepas B, ampliando a proteção contra a gripe. Atualmente, as vacinas usadas em crianças nessa faixa etária são trivalentes, agindo contra apenas uma das cepas B.
 
De acordo com a médica Sheila Homsani, diretora da Divisão de Vacinas da Sanofi Pasteur, ampliar a proteção a crianças de até 3 anos contra a gripe é importante até para a proteção dos adultos. Ela explica que, quando a mãe é vacinada, a criança adquire proteção nos primeiros seis meses de vida. Depois, ela fica suscetível a ter gripe e também se transforma num foco potencial de transmissão. "Os pequenos costumam colocar na boca brinquedos que depois podem ser usados por outras crianças. Além disso, eles estão sempre em contato próximo com os pais, irmãos e avós, por isso é importante que estejam imunizados."
 
As cepas B constituem de 20% a 25% das cepas de vírus da gripe em circulação e, em alguns períodos, chegam a ser responsáveis por 50% dos casos confirmados de influenza. "Dados de vigilância na Europa, por exemplo, apontam que os vírus influenza B são responsáveis por até 40% dos casos de gripe", disse a médica.
 
A vacina quadrivalente foi aprovada nos Estados Unidos em 2013. Inicialmente as doses estarão disponível no Brasil em clínicas privadas e empresas com interesse em imunizar seus funcionários.

Carlyle fica com 8% da Rede DOr por R$ 1,7 bi

O fundo de private equity americano Carlyle fechou na segunda-feira, dia 27, um investimento de R$ 1,75 bilhão na maior rede de hospitais do país, a D'Or, controlada pelo cardiologista e empresário Jorge Moll e que tem o banco BTG Pactual como sócio.
 
O investimento, na forma de aumento de capital, dará ao fundo americano uma fatia de 8,3% da rende de hospitais. Moll e BTG serão diluídos nessa proporção. Assim, o BTG ficará com 23,6% da rede e a família Moll, com 68,1%.
 
O fechamento da transação foi pelo Valor PRO, serviço de informação em tempo real do jornal Valor Econômico Valor. Trata-se da maior transação de investimento estrangeiro direto no país neste ano até agora.
 
Já com os novos recursos em caixa, a Rede D'Or foi avaliada em R$ 19,5 bilhões. Os planos são de levar a Rede D'Or para a bolsa entre 2016 e 2017, segundo fonte próxima à empresa.
 
O Valor apurou que Moll e BTG negociam ainda a venda de uma fatia de suas ações, algo a ser fechado em cerca de 30 dias. Um consórcio de fundos soberanos é o mais forte candidato a levar essas ações. Em conjunto, Moll e BTG poderiam vender entre R$ 1,5 bilhão e R$ 3 bilhões.
 
O fechamento da transação é o passaporte de Jorge Moll para o hall de bilionários do país. Seus 68,1% em ações valem mais de R$ 13 bilhões.
 
A transação fechada ontem marca uma valorização espetacular da Rede D'Or. Há apenas cinco anos o BTG investiu R$ 600 milhões na compra de debêntures conversíveis em ações da empresa que lhe deram direito a aproximadamente 28% da Rede D'Or.
 
Agora, a fatia de 23,6% que ficou com o banco vale R$ 4,6 bilhões. Antes disso, o banco já havia ganho R$ 400 milhões na venda dos laboratórios Labs D'Or para o Fleury – operação fechada em 2010.
 
O processo da venda anunciada ontem não foi aberto a vários concorrentes. Embora outros investidores financeiros e estratégicos tenham demonstrado interesse, a conversa se concentrou no Carlyle. Este, apurou o Valor, está disposto a aumentar sua fatia de 8,3% na Rede D'Or se o preço for interessante.
 
O relacionamento do fundo com o BTG contribuiu para isso, assim como fato de Heráclito Gomes, ex-presidente da Qualicorp, ser hoje presidente da Rede D'Or. O Carlyle controlou a Qualicorp, o que deu ao fundo um conhecimento da área de saúde no país.
 
A Rede D'Or tem um ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) estimado para este ano de R$ 1,5 bilhão, o que por si só lhe dá uma boa capacidade de expansão. No ano passado, o lucro líquido consolidado foi de R$ 320 milhões, com crescimento de 53,2% em relação a 2013. A receita líquida avançou 21%, para R$ 4,9 bilhões.
 
O capital do investimento na Rede D'Or virá dos fundos Carlyle Partners VI e Carlyle South American Buyout, incluindo R$ 700 milhões do recém-fechado Fundo Brasil de Internacionalização de Empresas FIP II (FBIE II), um fundo local assessorado pelo Carlyle e pelo Banco do Brasil.
 
A Rede D'Or informou que os recursos provenientes da transação serão usados para sustentar seus planos de crescimento, incluindo a construção de novos hospitais, a ampliação de instalações já existentes e o financiamento de novas aquisições.
A entrada do Carlyle no capital da rede de hospitais só se tornou possível com a lei federal publicada em janeiro deste ano que extinguiu a proibição de entrada de capital estrangeiro na área de saúde.
 
A lei é fruto da Medida Provisória 656, uma grande colcha de retalhos. O texto original encaminhado pelo governo ao Senado já continha itens tão diversos quanto prorrogação de benefícios a construtoras do programa Minha Casa, Minha Vida e benefícios para a indústria brasileira. Mas outros 32 temas, inclusive a questão do capital estrangeiro na saúde, foram incorporados à MP pelo senador Romero Jucá (PMDB), relator da medida na comissão mista no Congresso.
 

30% dos recursos da saúde são desperdiçados

Aconteceu na terça-feira 28/04 o primeiro dia dos debates da QualiHosp 2015 Congresso Internacional de Qualidade em Serviços e Sistemas de Saúde, no Centro de Convenções Rebouças. O tema central do evento é “Quanto custa a (falta de) Qualidade?”.
 
No período da manhã, Ana Maria Malik, coordenadora do Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da Fundação Getúlio Vargas da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV-EAESP), que realizou o evento, teve o papel de mediadora da mesa-redonda “Custos, Qualidade e Eficiência: Visão Internacional”. A palestrante Jean D. Moody-Williams, representante do Quality Improvement Group (QIG) do Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo federal dos Estados Unidos, apresentou as principais mudanças que estão acontecendo no sistema de saúde do país – chamado de ObamaCare. Segundo ela, são três as metas a serem alcançadas: melhor atendimento; pessoas mais saudáveis e menos custos.
 
Narottam Puri, do Fortis Healthcare Limited, falou sobre os desafios de ter um sistema de saúde em seu país, a Índia, que tem mais de 1,2 bilhão de habitantes. Para ele, os desafios da saúde são os mesmos em todo o mundo: custos crescentes da assistência; mudança nos padrões de morbidade; pandemias; mais expectativas dos consumidores, visto que estes têm mais acesso a informação; carência de profissionais e; principalmente, envelhecimento populacional. “Em média, 25% do total dos gastos de saúde de uma pessoa são realizados em seu último ano de vida”, afirmou.
 
Para Maureen Lewis, da Georgetown University (EUA), a palavra-chave é mudança. “Há uma forte pressão para mudarmos o modelo dos serviços de assistência. Antes, a ênfase do serviço era no cuidado a episódios agudos de doença. Hoje, a ênfase deve ser no cuidado contínuo”, afirmou a pesquisadora.
 
Na tarde do dia 28, a mesa redonda do QualiHosp teve como tema “Eficiência na Atenção à Saúde”. O moderador Álvaro Escrivão Junior, professor da FGV-EAESP, passou a fala a Michelle Mello, diretora-adjunta de desenvolvimento setorial da Agência Nacional de Saúde (ANS). Michelle apresentou as principais ações da ANS, e apontou a natureza “hospitalocêntrica” do sistema de saúde brasileiro. “Cerca de 30% dos pacientes internados poderiam ser atendidos em outro perfil de serviço”, afirmou.
 
Adriano Massuda, secretário de saúde de Curitiba, discorreu sobre as mudanças realizadas na cidade durante o mandato do atual prefeito, Gustavo Fruet. Massuda afirmou que o modelo de atenção à saúde foi organizado com “foco no acesso, humanização, integralidade e resolutividade, tendo a atenção primária à saúde como principal porta de entrada e ordenadora do sistema”. 
 
Ary Ribeiro, superintendente de serviços ambulatoriais e comercial do Hospital do Coração, afirmou “o hospital deve deixar de ser o centro do sistema de saúde, o local onde todo o cuidado ao paciente é prestado, e passar a ser o ‘coração’ do sistema, responsável por prover a assistência em situações que demandam tecnologia e cuidados intensivos”.
 
O SINDHOSP apoiou a realização do evento e seu presidente, Yussif Ali Mere Jr., compôs a mesa que celebrou a abertura dos congressos. A reportagem completa sobre o evento poderá ser lida na edição de maio do “Jornal do SINDHOSP”.
 
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