3 de outubro de 2016

Anvisa alerta para risco de superbactéria

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai divulgar um alerta sobre a confirmação da presença no Brasil de bactérias portadoras do gene mcr-1, capaz de torná-las imunes à colistina, uma classe de antibióticos considerada como a última arma para combater bactérias multirresistentes.
 
O comunicado de risco será encaminhado para todos os hospitais com leitos de unidade de terapia intensiva.
 
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No documento, a Anvisa reforça a necessidade de equipes de saúde ficarem atentas para o risco, lista quais medidas são necessárias para diagnóstico e quais providências devem ser adotadas no caso de confirmação da presença de bactérias portadoras desse gene.
 
Foram confirmados no Brasil até o momento três pacientes contaminados pela bactéria Escherichia colii, portadora da mutação – dois casos em São Paulo e um no Rio Grande do Norte. Há ainda outros três casos em análise, no Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo.
 
"Estamos preocupados. Uma das últimas armas que temos para combater infecções multirresistentes pode tornar-se também inútil", afirmou a gerente da área de Vigilância e Monitoramento da Anvisa, Magda Machado de Miranda.
 
"Ficaríamos sem opção terapêutica", completou. Magda aponta ainda outro risco envolvendo o gene mcr-1. "Seu poder de transmissão é muito alto. Há possibilidade de ele se transferir de uma espécie bacteriana para outra."
 
O coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde de São Paulo, Marcos Boulos, afirmou que, entre os casos confirmados no Estado, um foi detectado no Hospital das Clínicas, em março.
 
"O achado é muito importante. É preciso agora reforçar o alerta para que profissionais e instituições redobrem os cuidados para identificação de controle de casos suspeitos", completou.
 
Pelo mundo
O gene mcr-1 foi descoberto na China. Países da Europa, África e Ásia já confirmaram a presença de bactérias com essa mutação. "O gene não significa, por si só, que a bactéria será multirresistente", explicou o gerente de tecnologia e serviços de saúde, Diogo Soares.
 
Ele compara o gene mcr-1 a uma armadura, que pode ser usada para proteger a bactéria do ataque de antibióticos. "A ferramenta está disponível. Basta agora que a bactéria faça uso da nova proteção."

Hospitais discutem tecnologia e inovação

Em sua segunda edição, o Hospital Innovation Show (HIS) foi realizado nos dias 27 e 28 de setembro, no São Paulo Expo, capital paulista.
 
O evento contou com extensa programação, dividida em quatro palcos simultâneos e que abordou diversos aspectos da gestão nos hospitais, em temas como tecnologia, recursos humanos, inovação e novas formas de financiamento.
 
No primeiro dia, painéis dedicados à utilização das inovações tecnológicas a serviço da saúde trouxeram especialistas do Brasil e do mundo, durante a 3ª Missão Anual de TI em Saúde. 
 
Exemplo foi o pesquisador e consultor Guilherme Hummel, que falou sobre o conceito de ConnectedCare na saúde. “A palavra-chave é conectividade. Nós precisamos enfrentar essa realidade”, afirmou, lembrando que cada vez mais as pessoas que não se conectam por sistemas ou ferramentas estarão à margem das inovações no setor. “Fala-se muito em infraestrutura, mas muito pouco em ‘infoestrutura’”, sugeriu.
 
Os painéis contaram ainda com nomes como José Luis Bruzadin, diretor de Saúde da Intel para a América Latina, e a norte-americana Alexandra Ehrlich, consultora líder em Soluções da Oracle.
 
O gestor do Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde – IEPAS, Marcelo Gratão, também participou do evento.
 
Modelos de remuneração
No dia 28, um dos destaques do HIS ficou para a discussão sobre a necessidade de aperfeiçoamento dos modelos de pagamento, durante o 4º Simpósio Internacional de Pagamento por Performance.
 
Amplamente analisado pelos participantes, o modelo de pagamento por performance, segundo eles, deve ser introduzido de maneira formal no sistema brasileiro combinado com o fee-for-service. Para isso, no entanto, é fundamental estabelecer métricas, definir quem de fato será avaliado e permitir incentivos expressivos para motivar os envolvidos.  
 
Outra discussão foi em torno do papel do governo na criação de modelos de remuneração diferenciados e sobre como transitar do fee-for-service para pagamentos por performance e outros, com a participação de gestores de diferentes esferas de governo relacionadas à saúde. 
 
"Temos um Grupo de Trabalho na agência para debater novos modelos de pagamento e mostramos que existem alternativas e cases de sucesso. Nosso papel é fornecer instrumentos e informações, dando acesso aos demais atores do setor para que essa mudança ocorra", explicou Martha Oliveira, diretora de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS.
 
Foto Leandro Godoi
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