Folha de S. Paulo reúne profissionais para discutir “A Saúde do Brasil”

Diretoria da FEHOESP e do SINDHOSP participaram do evento

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Durante a manhã dos dias 11 e 12 de maio, o jornal Folha de S. Paulo debateu com gestores, especialistas e políticos os principais problemas da saúde. No fórum denominado “A Saúde do Brasil”, foram abordados temas como o subfinanciamento do setor, a carência de profissionais e da formação médica, a falta de investimentos e os desafios da saúde pública e privada no Brasil. O presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr, junto com o diretor da federação e vice-presidente do sindicato, Luiz Fernando Ferrari Neto, participaram do evento.
 
Em seu primeiro dia, o seminário se focou na sustentabilidade e nos custos, com um panorama atual e futuro. A abertura ficou a cargo do ministro da saúde, Arthur Chioro, que logo de cara declarou: “O País tem como desafio mudar a lógica de pagamentos e financiamento na saúde para poder ofertar serviços de qualidade à população. O subfinanciamento é inegável e se queremos continuar trabalhando uma saúde universal, temos de determinar um padrão de gastos na saúde.
 
O ministro enalteceu o programa Mais Médicos, do Governo Federal, sob olhares desconfiados da plateia. Segundo ele, foi “inegável o sucesso do programa, uma vez que até os políticos que formam a base de oposição ao governo no Congresso Federal compraram e aderiram à ideia”.
 
Relatou também o crescente número de casos de dengue no Brasil, afirmando que “não haverá uma vacina eficaz em curto prazo”. Chioro disse que para o próximo verão os brasileiros terão de agir mais uma vez de forma preventiva, até que seja finalizada a fase de testes das vacinas pesquisadas pelos institutos de ciência e tecnologia. Com o mesmo viés, David Uip, secretário estadual de saúde que abriu o segundo dia de evento, destacou que São Paulo tem feito tudo a seu alcance para conter a epidemia no Estado. “Estamos com mais agentes, mais ações de conscientização e mutirões”.
 
Crítico, Antônio Britto, presidente da Interfarma, afirmou que os profissionais precisam encerrar a discussão sobre a funcionalidade do SUS e seus programas sociais. “Não dá mais para perdemos tempo discutindo se o SUS é bom ou se não é. O fato é que sem ele não teríamos o que temos hoje e nem estaríamos aonde estamos hoje, portanto, a nossa discussão deve ser sobre integralidade e não universalidade mais”.
 
Participando do painel “Aumento dos custos e o futuro da saúde privada”, Martha Regina de Oliveira, diretora-presidente substituta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), pontuou a necessidade da revisão de custos e procedimentos realizados no setor. “É preciso repensar o que significa resultado em saúde. Não é só a quantidade de procedimentos realizados”, explica. “No mundo inteiro o custo da saúde vem aumentando consideravelmente. Discutimos a incorporação de novas tecnologias, a judicialização, mas esquecemos de pensar no modo como financiamos este modelo de saúde e como prestamos o serviço à população. Vamos precisar das operadoras e dos prestadores acreditando numa mudança junto conosco”.
 
Formação Médica
A qualidade do ensino, as novas regras para abertura de escolas médicas e o panorama atual dos recém-formados no País também foram temas de debate. Arthur Chioro mencionou em seu discurso a criação pelo governo federal de 4.680 novas vagas em cursos de medicina em instituições públicas e privadas. Além disso, 39 cidades receberam autorização para criar novos cursos, segundo ele, em pesquisa conjunta com o Ministério da Educação para preencher demandas nas regiões mais carentes do Brasil. Em 2015, Norte, Nordeste e Centro-oeste foram priorizados.
 
De acordo com Sigisfredo Brenelli, presidente da Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM), a sociedade precisa participar da discussão sobre a abertura dos novos cursos. "As novas diretrizes para a formação médica aconteceram sem que as escolas e a sociedade pudessem opinar. Porque nós, que somos os clientes da saúde, não fomos ouvidos? O agravante é que, com esse boom de novos cursos, não se investe na formação do professor", pontua. 
 
Florisval Meinão, presidente da Associação Paulista de Medicina (APM), crítico do programa Mais Médicos, relatou que, segundo relatório do Tribunal de Contas da União, 40% dos municípios em que o programa foi implementado registraram uma queda no número de consultas. “Médicos brasileiros perderam postos em favor dos médicos estrangeiros. Concordo que uma equipe bem formada é necessária para melhorar o atendimento, mas elas precisam de estabilidade. Esse é, ao lado da criação de infraestrutura, um dos meios de fixar médicos em regiões em que há déficit de profissionais”.
 
A cobertura completa do evento você lê na próxima edição do Jornal do SINDHOSP.
 

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