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setembro amarelo

Setembro Amarelo: pesquisa do Datafolha constata que metade da população brasileira já sofreu de esgotamento mental

Neste mês de setembro, dedicado à promoção da saúde mental e prevenção ao suicídio, uma pesquisa do Instituto Datafolha constatou que metade dos brasileiros afirmam que eles mesmos ou alguém da família já passou por extremo esgotamento mental, o qual não cessava mesmo após um dia de descanso.  

A pesquisa, intitulada de Saúde Mental dos Brasileiros 2022, ouviu pessoas em 130 municípios e contou com mais de 2 mil respondentes, entre 2 e 13 de agosto de 2022.

Cerca de 53% dos participantes disseram que passaram ou convivem com alguém que passou por um “período de cansaço e desequilíbrio emocional extremos, seguidos de uma sensação de desgaste físico e mental que perdurou por mais de um dia”.

Dentre os pontos destacados na apuração, está a predominância de jovens entre 16 e 24 anos (63%) e do gênero feminino (57%) em situação de estresse e cansaço recorrente e o impacto negativo do uso indiscriminado das redes sociais na saúde mental.

Essa pesquisa do Datafolha integra a Campanha “Bem Me Quer, Bem Me Quero: Cuidar da Saúde Mental é um Exercício Diário”, atinente ao Setembro Amarelo, realizada pela Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata).

Impactos da Covid-19 na saúde mental dos brasileiros

A pandemia de Covid-19 desponta como um dos principais gatilhos que justificam os altos índices, inclusive entre os profissionais da saúde. Em janeiro deste ano, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) divulgou um estudo liderado pela Universidade do Chile e Universidade da Columbia (nos Estados Unidos) apontando que cerca de 14,7% e 22% dos trabalhadores de saúde entrevistados em 2020 apresentaram sintomas que levaram à suspeita de um episódio depressivo.

Ainda segundo a pesquisa do Datafolha, hoje, 34% dos brasileiros declaram ter passado por problemas psicológicos durante a pandemia de Covid-19. 

O número no ano passado chegou a 44%, e os motivos da queda estão certamente ligados à percepção de atenuação da pandemia e melhora na esfera econômica, entretanto, ainda estamos falando de um terço da população do país.

Sinais do sofrimento emocional

O SindHosp acredita que agir ao menor sinal de sofrimento emocional é uma postura necessária e eficaz para salvar vidas, por isso, convida a um exercício de percepção e ação contra a depressão. 

O Ministério da Saúde está promovendo a campanha “Você importa. Escolha a vida!” na qual elenca os principais sinais e frases de alerta e orienta como iniciar uma conversa com pessoas em situação de risco. 

São sinais listados pelo MS:

– Publicações das redes sociais com conteúdo negativista ou participação em grupos virtuais que incentivem o suicídio ou outros comportamentos associados;

– Isolamento e distanciamento da família, dos amigos e dos grupos sociais, particularmente importante se a pessoa apresentava uma vida social ativa;

perigosamente, beber descontroladamente, brigas constantes, agressividade, impulsividade, etc.);

– Ausência ou abandono de planos para o futuro;

– Atitudes perigosas que não necessariamente podem estar associadas ao desejo de morte e atitudes para-suicidas (dirigir perigosamente, beber descontroladamente, brigas constantes, agressividade, impulsividade, etc.);

– Forma desinteressada como a pessoa está lidando com algum evento estressor (acidente, desemprego, falência, separação dos pais, morte de alguém querido);

– Despedidas (“acho que no próximo natal não estarei aqui com vocês”, ligações com conotação de despedida, distribuir os bens pessoais);

– Colocar os assuntos em ordem, fazer um testamento, dar ou devolver os bens;

– Queixas contínuas de sintomas como desconforto, angustia, falta de prazer ou sentido de vida e, finalmente;

– Qualquer doença psiquiátrica não tratada (quadros psicóticos, transtornos alimentares e os transtornos afetivos de humor).

Frases de alerta

– “Tenho vontade de dormir e não acordar mais”;

– “Sou um peso para as outras pessoas”;

– “Estou cansado e sem razão de viver”;

– “Não há mais prazer em se viver”;

– “Tudo seria mais fácil se eu não existisse”;

– “Sou um fracasso”;

– “Essa é a última chance”;

– “Não sou amado ou querido por ninguém”;

– “Eu não estarei aqui no próximo ano”.

Clique aqui e fique a par das demais orientações da campanha.

Onde procurar ajuda

Se notar qualquer sinal de sofrimento mental entre colegas de trabalho, amigos ou familiares, não ignore! Inicie uma conversa e procure ajudar. Caso esteja passando por momentos difíceis, saiba que você não está sozinho, peça ajuda:

CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde);

UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro; Hospitais;

Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita).

Para continuar a par das atualizações do setor, eventos apoiados ou promovidos pelo SindHosp e convenções coletivas firmadas, acesse a aba ‘Notícias e siga as nossas redes sociais.

ranking de suicídio no brasil

Brasil Lidera Ranking De Suicídio e Depressão Na América Latina

O Brasil está em primeiro lugar no ranking latino-americano da depressão e em quinta posição no mundial. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A saúde mental é negligenciada pelo país e os números de suicídios tendem a aumentar proporcionalmente às taxas de ansiedade e depressão. 

Dados da OMS

Segundo dados da OMS, a cada 45 minutos há um suicídio no Brasil, ou seja, 32 pessoas de suicidam por dia no país. Em todo o mundo, a cada 40 segundos há um suicídio e a cada 3 há uma tentativa.

Alta de suicídios entre idosos

Um dos alertas do Ministério da Saúde é a alta taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos. Nessa faixa etária, foram registradas média de 8,9 mortes por 100 mil nos últimos seis anos. A média nacional é 5,5 por 100 mil. Também chama atenção o alto índice entre jovens, principalmente homens, e indígenas. 

Esse diagnóstico é inédito e vai orientar a expansão e qualificação da assistência em saúde mental no país.

Características das vítimas mais frequentes

As pesquisas mostraram que entre 2011 e 2016 houve 62.804 mortes por suicídio, a maioria (62%) por enforcamento. Os homens concretizaram o ato mais do que as mulheres, correspondendo a 79% do total de óbitos registrados. 

Os solteiros, viúvos e divorciados, foram os que mais morreram por suicídio (60,4%). 

Na comparação entre raça/cor, a maior incidência é na população indígena. A taxa de mortalidade entre os índios é quase três vezes maior (15,2) do que o registrado entre os brancos (5,9) e negros (4,7).

Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é maior entre os homens, cuja taxa é de 9 mortes por 100 mil habitantes. Entre as mulheres, o índice é quase quatro vezes menor (2,4 por 100 mil). Na população indígena, a faixa etária de 10 a 19 anos concentra 44,8% dos óbitos.

Sobre as tentativas de suicídio no Brasil

O documento apresenta ainda que, entre os anos de 2011 e 2016, ocorreram 48.204 tentativas de suicídio. Ao contrário da mortalidade, foram as mulheres que atentaram mais contra própria vida, 69% do total registrado. Entre elas, 1/3 fez isso mais de uma vez. 

Por raça/cor, a população branca (53,2%) registrou maior taxa. Do total de tentativas no sexo masculino, 31,1% tinham entre 20 e 29 anos. Além disso, 58% dos homens e mulheres que tentaram suicídio utilizaram substâncias que provocaram envenenamento ou intoxicação.

Fatores de risco

Entre os fatores de risco para o suicídio estão transtornos mentais, como:

  • depressão;
  • alcoolismo;
  • esquizofrenia; 
  • questões sociodemográficas, como isolamento social;
  • psicológicos, como perdas recentes;
  • e condições clínicas incapacitantes, como lesões desfigurantes, dor crônica e neoplasias malignas. 

No entanto, tais aspectos não podem ser considerados isoladamente e cada caso deve ser tratado no Sistema Único de Saúde conforme um projeto terapêutico individual e personalizado. 

*Fonte: Ministério da Saúde

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Até breve!

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