O jornal virtual Jota publicou na terça-feira, 18/10, um artigo intitulado de “Relações governamentais na saúde: ação política em defesa de direitos”, com autoria do presidente do SindHosp, Francisco Balestrin, e Tacyra Valois, diretora de Relações Institucionais do sindicato. Acesse à íntegra aqui.
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A implantação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) nas instituições de saúde costuma ser um processo lento, entretanto, existem meios para acelerar a dinâmica com segurança e eficácia. OÁgil Scrum é um dos mais bem-sucedidos.
O método foi apresentado pela gerente de Tecnologia da Informação e Qualidade, Fernannda Tedesco, também DPO na Sociedade Médico Hospitalar, no webinar Metodologia Ágil Scrum e LGPD: Acelerando a Implantação da Lei, realizado recentemente pelo SindHosp. Fruto do encontro, este artigo trata das principais características e de como implantar o Scrum no seu negócio.
O que é a metodologia Ágil Scrum
A metodologia Ágil Scrum é uma estratégia aplicada em gestão de projetos, com enfoque na formação de equipes, que define entregas para um curto espaço de tempo. O que possibilita controlar as atividades de modo eficiente, potencializando times que atuam conjuntamente para alcançar um fim específico.
Criada inicialmente para atenderà demanda por produtividade na área de tecnologia da informação (TI),a Ágil Scrum conquistou novos horizontes com o passar do tempo, sendo adaptada para diversos fins.
Aplicando Scrum na implantação da LGPD
Partindo para as ações de implantação, para aplicar a metodologia Ágil Scrum em sua empresa, o primeiro passo é reunir o grupo de trabalho e, dentro da necessidade apresentada, implantar a LGPD, mapear o que precisa mudar para então começar a trabalhar. Escrever as ações e definir prazos. Feito isso, é hora de estipular os encontros periódicos para discutir as metas.
“Scrum é isso, tenho a necessidade de entregar um produto final, no nosso caso a implantação da LGPD, e tenho um dono da necessidade, quem solicita. E essa não é uma metodologia fechada, podemos definir tempo de conclusão diferentes para cada sprint (fase). Entretanto, ao fim de todas elas, é preciso entregar algo de valor, seja um mapeamento, mudança ou feito que leve ao avanço do projeto”, enfatizou a palestrante Fernannda.
Confira a lista de ações para aplicar o Scrum:
Escolher o Scrum Master
A pessoa que cobra e acompanha os resultados, geralmente um gestor ou diretor-executivo;
Levantar blacklog do produto
O resumo das entregas;
Definir a primeira sprint
Comece com coisas possíveis, mensure as etapas e inicie com ações que não têm custos;
Definir o tamanho da sprint
Cada fase deve ser concluída entre 1 e 4 semanas;
Revisar ao final de cada sprint
Revisar, além de identificar erros, permite avaliar se algo pode ser adiantado ou precisa de mais prazo.
Dica extra: para acompanhar as etapas e avanço do projeto, o Kanban é uma excelente ferramenta, pois expõe um panorama do que foi ou será feito e incentiva os participantes.
Em que investir
Caso surjam dúvidas quanto aos investimentos necessários nessa jornada da LGPD, Fernannda indica 4 esferas, as quais julga fundamentais. A primeira está relacionada às pessoas, “implantar a LGPD é em grande parte um trabalho de conscientização. Se as pessoas não entendem a importância, não há progresso”.
Depois vêm os processos, para Fernannda a adequação à lei não pode ser imposta ao funcionário com a desculpa de que, se ele não seguir, o estabelecimento será multado e haverá demissão por justa causa. “Boa parte dos estabelecimentos possui um código de ética e é em cima disso que nós temos que trabalhar. Eu gostaria que os meus dados vazassem? Eu gostaria de tratar os meus dados de modo banal? Quando trazemos pro código de ética vai pro tom de empatia e não de ameaça”.
A tecnologia é a terceira indicação de investimento, visto que antivírus e simulações de ataques cibernéticos são fundamentais à proteção de dados. E a estrutura, queseria a implementação dacultura de mesa e tela limpa, bloqueio de sistema e da tela do computador, medidas culturais que previnam qualquer perda e vazamento de dados na empresa.
Aspectos importantes na implantação da LGPD
A convidada pontuou também alguns aspectos importantes sobre o processo de adequação das empresas de saúde à LGPD, como a necessidade de envolver a alta direção nos trâmites e reforça a necessidade de conscientização constante dos impactos da lei na empresa, tanto do cumprimento dela, quanto do não cumprimento. “Se eu não conscientizo as pessoas de que há uma lei que precisa ser implantada, a informação não chega na ponta. E sem o envolvimento de pessoas não é possível entregar um bom resultado, seja qual for a metodologia ou recursos usados”.
Além de manter os setores de TI, Qualidade e Jurídico a par do projeto, que deve ser incluso no planejamento estratégico anual da empresa, quando houver um, com a finalidade de mensurar riscos e custos.
Tedesco também recomenda que o encarregado de dados seja nomeado já no começo das ações, visto que ele será responsabilizado em caso de vazamento de dados e é peça-chave do processo.
No mais, importa ter em mente que, em sua essência, o que a LGPD solicita é a transparência das empresas no que se refere ao vazamento de dados e a conscientização de que os dados não são delas. “Na saúde, por exemplo, temos o conceito de prontuário médico, é importante entender que as informações não são da empresa, mas sim a responsabilidade de garantir que elas não se percam”, concluiu.
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A convite da Deloitte, o SindHosp esteve no Life Sciences & Health Care Summit 2022, evento que dialogou sobre os principais desafios da saúde no Brasil e novidades que vêm remodelando o setor.
Reunindo experts do segmento para debates de visão macro, o encontro foi um campo aberto à reflexão do desafio de equilibrar as demandas dos pacientes, o potencial de mercado, a conformidade com as políticas públicas e todas as inovações da modernidade.
Participação do SindHosp
A participação do SindHosp discutiu os resultados da pesquisa “Os impactos da tecnologia para uma medicina que se moderniza,” realizada entre abril e maio deste ano, em parceria com a Deloitte, Faculdade Unimed e Innovatrix.
Mais de 200 médicos foram ouvidos no levantamento, apurado para conhecer as opiniões e impressões dos profissionais diante das novas metodologias, habilidades e formas de interação com os pacientes, que hoje permeiam todo o mercado.
Integraram o painel Luis Fernando Joaquim, sócio-líder da indústria de Life Sciences & Health Care da Deloitte, Clemente Nóbrega, CEO da Innovatrix e Francisco Balestrin, presidente do SindHosp.
Tecnologia e a formação básica do médico
Francisco Balestrin abriu a conversa contando que a maioria dos respondentes à pesquisa manifestou interesse em utilizar as novas tecnologias em seus atendimentos. Chamando a atenção, porém, para a formação do profissional de saúde. “Sinto que nós médicos estamos muito distantes desse processo de percepção do que vem a ser as novas tecnologias”.
Para Balestrin, as diferentes percepções dessas tecnologias, que transitam entre as gerações e suas mais diversas vivências, devem ser consideradas. Além da necessidade de implementar uma avaliação mais efetiva da qualificação do médico e formação que englobe o conhecimento tecnológico. Com instituições que proporcionem ambientes modernos e acesso a tais tecnologias. “O que é escasso em nosso país. Temos 6 mil hospitais, 4 mil privados e 2 mil públicos, e um número muito pequeno deles compreende essa certificação e acreditação. Nosso papel é trabalhar nas instituições de ensino para que desenvolvam esse ponto de vista de acreditação, e para que o médico tenha não apenas uma formação adequada como também uma avaliação constante dessa formação”, disse.
Balestrin falou também sobre a necessidade de reorganizar o modelo assistencial do país, antes de qualquer outra medida, enfatizando o papel decisor das políticas públicas de saúde.
Além de defender a visão ampla de processos e a avaliação constante de resultados. “Só assim será possível proporcionar uma saúde mais acessível e integrada para todos. E discussões como as de hoje, mesmo que pequenas, são importantes para que ocorram mudanças.”
A importância da experimentação
Ao mesmo tempo que há o desejo de ampliar a adoção da tecnologia na assistência médica, existe também um certo receio por parte dos profissionais, referente à responsabilização por erros e riscos cibernéticos.
A pesquisa revelou que a definição de quem será a responsabilidade em erros atribuídos à tecnologia é uma preocupação para 6 em cada 10 médicos.
Sobre a pauta, Clemente Nóbrega disse que a experimentação e a curadoria de dados são peças-chave para que haja ações informatizadas. Alegando que, diante da unanimidade em relação ao uso da tecnologia e seus benefícios para o avanço do setor, o desafio está na implantação, pois não existe um case construído no mercado. “E essa é a atitude que a gente identifica nos líderes e nas empresas, a proposta da experimentação, projeto-piloto, de começar a oferecer essa variedade de soluções. Mesmo que cientes de que grande parte delas não vão vingar, é necessário testar”.
Em continuidade, Nóbrega falou sobre a importância da centralidade do paciente, lembrando que este também precisa aprender a lidar com a tecnologia.
“É mais que uma mudança, é uma reversão de lógica, usar a tecnologia para criar modelos. Envolver o paciente nessa dinâmica é um desafio que faz parte da experimentação, um passo indispensável à transição”, concluiu.
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Na última quinta-feira, 29 de setembro, foi publicada a Portaria nº 3.633/2022, que altera a Portaria de Consolidação GM/MS nº 6, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre o valor do incentivo às instituições hospitalares que dispuserem de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto e Pediátrico tipos II e III, aos serviços hospitalares que compõem a Rede de Atenção às Urgências.
O IV FÓRUM Brasil de LONGEVIDADE acontece de 29 de setembro a 01 de outubro, no Centro de Convenções Rebouças. Esta sexta-feira, o SindHosp teve a oportunidade de integrar a programação com o painel “Convivendo com a necessidade de uso racional de medicamentos”, que contou com a ilustre participação de Luiz Antonio Gil Junior, diretor do Instituto Benvita, e Hágabo Mathyell Silva, head da Farmácia Clínica na Far.me, moderados por Dirceu Barbano, diretor científico do sindicato.
O diálogo, para uma plateia engajada, trouxe um leque de possibilidades em conceitos e iniciativas que prezam pelo bem-estar e facilitação da vida do idoso, em uma relação amistosa com a rotina de medicamentos.
Ações necessárias
As empresas participantes acreditam que o caminho para melhoria dessa rotina e eficácia do tratamento é um acompanhamento constante e personalizado.
O que engloba a revisão de remédios a fim de reduzir o máximo possível a quantidade, utilizando de forma racional.“Um em cada cinco idosos toma medicamentos que podem ser inapropriados e 50% recebem alguma medicação desnecessária. Além disso, 15% têm reação adversa, enfatizou Gil Junior, diretor do Instituto Benvita.”
Segundo os especialistas, uma terceira idade mais saudável solicita a reavaliação de medicamentos, objetivando desprescrições.
“Atualmente, cerca de 30% dos idosos têm um procedimento de polifarmácia, com cinco ou mais medicamentos e um em cada três é hospitalizado por problemas relacionados com medicações. Isso tem que ser uma preocupação imediata, pois no futuro, 25% das crianças de hoje chegarão aos 100 anos”.
A tecnologia a favor da longevidade
A tecnologia vem sendo uma grande aliada para solucionar a problemática. A exemplo, existem os softwares para realização de revisão da farmacoterapia, que utilizam inteligencia artificial para suporte à tomada de decisões clínicas sobre os medicamentos em uso; considerando aspectos como alergias, doses, duplicidades terapêuticas e medicamentosas, exames laboratoriais e tempo de uso.
Além da preocupação com o uso racional de medicamentos, é preciso ajudar as pessoas a superar os desafios da idade para se medicar. Como os problemas visuais que podem prejudicar a identificação dos remédios diários e até mesmo de mobilidade, impactando o manuseio dos fármacos.
É a chamada senescência, modificações que podem provocar mudanças no funcionamento dos órgãos do idoso. Como a diminuição do tamanho dos rins, reduzindo o fluxo renal e da filtração glomerular, além dos danos auditivos e visuais.
Outro ponto importante discutido foi a primazia do paciente, “ele deve estar no centro do cuidado”. Orientar, reorientar e rechecar a orientação são palavras-chave para garantir que o indivíduo, de fato, tenha entendido o seu tratamento e o porquê de cada medicação.
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Nesta terça-feira (27), na Avenida Paulista, o SindHosp promoveu um diálogo com assessores dos presidenciáveis, em parceria com as instituições Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Associação Médica Brasileira (AMB), Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e a Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (Abimo).
Com a proximidade das eleições, o evento objetivou fazer conhecidas as estratégias do futuro governo para solucionar os principais problemas da saúde brasileira.
Para isso, foram ouvidos os assessores de saúde dos candidatos à presidência da República mais bem posicionados nas intenções de voto, com base nas pesquisas recentes do Instituto Datafolha: senador Humberto Costa, representando a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT); Dr.João Gabbardo, assessor da candidatura de Simone Tebet (MDB) e Nelson Marconi, por Ciro Gomes (PDT). Embora o convite tenha sido enviado, o representante do candidato Jair Bolsonaro não respondeu ao contato.
Estiveram presentes o presidente do SindHosp, Francisco Balestrin; o superintendente da Abimo, Paulo Henrique Fraccaro; o presidente da Abramed, Wilson Scholnik; e o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Eduardo Fernandes.
Planos de governo
Cada representante fez uma explanação inicial, na qual apresentaram suas principais estratégias e linhas de atuação para o setor saúde, caso seus candidatos sejam eleitos.
Ciro Gomes
Nelson Marconi, coordenador do plano de governo de Ciro Gomes, iniciou a rodada defendendo a intensificação da promoção de políticas de saúde e o fortalecimento do SUS. “O nosso sistema de saúde é reconhecido mundialmente e precisa ser fortalecido”.
Nelson observa que, nos últimos dois anos, o atendimento médico foi fortemente direcionado ao enfrentamento da pandemia de Covid-19, o que criou uma demanda reprimida, “precisamos zerar a fila do SUS”.
Outro pondo destacado por Marconi foi a queda da cobertura vacinal no Brasil. “O PNI vem caindo há tempos, os programas de vacinação vinham perdendo amplitude e depois da pandemia a situação piorou, disse”.
Quanto às providências para solucionar tais problemáticas, Nelson articula que ofluxo do atendimento deve ser melhor estruturado, com vinculação maior à atenção primária, informatização e ligação às policlínicas. Esse seria um dos passos iniciais do mandato de Ciro Gomes, um sistema regionalizado e estruturado em AP.
“É preciso digitalizar a saúde, ter um sistema de dados bem estruturado e histórico ao longo da vida de cada paciente”.
O complexo industrial da saúde foi outra esfera citada por Marconi como prioritária em um governo com Ciro Gomes. “Faltam medicamentos no país, pois perdemos a capacidade de produzir no setor”.
O assessor aponta ainda duas vertentes, a valorização do programa Farmácia Popular como ferramenta essencial para a saúde preventiva e controle da fila do SUS e a importância de criar mecanismo de atratividade para médicos de regiões mais distantes; a exemplo de avaliação de desempenho e estrutura de carreira, a fim de incentivar a permanência nessas regiões, que apresentam carência de profissionais capacitados.
Por fim, falou sobre as compras governamentais: “o governo precisa centralizar a compra de medicamentos para praticar preços melhores e reduzir a judicialização.”
Quanto ao financiamento do setor, o assessor de Ciro argumenta que é preciso respeitar o teto de gastos, porém sem relacionar os valores apenas à inflação. Indicando uma Reforma Tributária para levantar recursos e reduzir despesas, o que acredita que resultaria em mais verbas para a saúde e educação.
Simone Tebet
João Gabbardo foi o segundo a se pronunciar, o assessor da candidata Simone Tebet disse que é preciso resgatar a credibilidade do SUS e reestabelecer a governança.
Gabbardo vê o acesso como um grande desafio para a saúde. “Várias pesquisas mostram que quem não utiliza o SUS tem uma avaliação muito pior do que os que utilizam, as pessoas não conseguem marcar, a fila é extensa e não há transparência de processos; além dos procedimentos eletivos que são desmarcados com frequência. Essa é uma questão que merece ainda mais atenção nesse período pós-pandemia”, enfatizou.
Como Tebet pretende solucionar a problemática do acesso?
Em um cenário com Simone Tebet vencendo as eleições, a ampliação do acesso à saúde deve ser promovida com a manutenção dos recursos adicionais disponibilizados em período de pandemia, pelos próximos dois anos. A candidata considera que com o orçamento atual não será possível reestruturar o sistema. Incentivos financeiros devem ser criados para estimular a execução dos serviços.
Segundo o seu assessor, uma revisão da tabela de procedimentos está no radar da candidata. Gabbardo observa, porém, que essa revisão necessita ser de “item por item”, pois há tanto precificações inadequadas para menos, quanto para mais.
Luiz Inácio Lula da Silva
O senador Humberto Costa apontou o diálogo como peça-chave na construção das diretrizes do Partido dos Trabalhadores (PT). Porém, segundo o ex-ministro da saúde, o Ministério da Saúde é hoje uma estrutura fechada, onde não há diálogo entre o setor público nem entre o setor privado, o governo Lula almeja retomar esse canal.
Quanto ao tema financiamento, mencionado por todos os assessores, a linha de governo de Lula percebe o setor não como um gasto, mas sim como um investimento em qualidade de vida e crescimento econômico do país, devido ao forte impacto da saúde no PIB.
A ampliação da cobertura vacinal com o PNI; a assistência farmacêutica, tanto no SUS quanto nas farmácias populares, e a digitalização do sistema de saúde foram temas destacados por Costa, em concordância com os demais assessores.
Outro ponto de prioridade destacado pelo assessor é o enfrentamento às doenças crônicas não transmissíveis, como as oncológicas e cardiovasculares. “É necessário prevenir essas doenças e também garantir o acesso da população às consultas mais modernas. O sistema precisa se organizar, haverá investimento na estratégia de saúde da família”.
Por fim, o assessor falou também sobre uma ação intersetorial na promoção de atendimento especializado em um curto espaço de tempo, de forma integral e regional.
Pergunta do SindHosp
O presidente do SindHosp, Francisco Balestrin, integrou a mesa de diálogos e questionou os assessores sobre as decisões judiciais, sem análise de impacto na saúde e previsibilidade de fontes de custeio, a exemplo do piso da enfermagem e demais em curso no Congresso Nacional. “Como os candidatos à presidência da República pretendem lidar com o financiamento, remuneração e alinhamento dessa questão?”
Nelson Marconi, assessor de Ciro Gomes, respondeu que é preciso olhar pro conjunto das despesas do governo, “não tem como discutir o financiamento da saúde sem passar pela discussão do teto. O governo precisa otimizar a política de juros, uma reforma tributária é necessária para aumentar a receita”.
Gabbardo respondeu em sequência, reforçando o que disse anteriormente, sobre seguir com os recursos emergenciais da pandemia para custear esse financiamento e a revisão da tabela de procedimentos. “Vários incentivos, além da tabela, devem ser mantidos e até ampliados”.
Humberto disse que, em 2023, haverá um trabalho para que os recursos das emendas de relator (RP9) passem a ser aplicados na saúde.
Como vimos, as carências evidenciadas ou desencadeadas durante a pandemia de Covid-19 que solicitam atenção do governo, especialmente nos próximos 2 anos; período que o país deve alargar os passos para a reestruturação e recuperação da crise, foram destacadas no encontro. Além das causas da indústria de dispositivos médicos, demandas reprimidas, baixa cobertura vacinal e financiamento da saúde, também mencionadas pelos assessores.
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Na edição desta quinta-feira (29), o Estadão publicou uma entrevista com o professor da FEA-USP, membro da Academia Paulista de Letras e presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da FECOMERCIO-SP, José Pastore, que apresentou seu posicionamento quanto à lei do piso da enfermagem.
Já nas primeiras linhas da matéria, o professor reconhece que a categoria da enfermagem merece o mais alto respeito da sociedade, pela dedicação e assistência à vida. “Nada mais justo do que uma remuneração condigna, a começar por um bom piso salarial.”
Entretanto, defende que isso seja feito sob luz da Constituição, que diz que o piso salarial deve ser definido em função da extensão e complexidade do trabalho (artigo 7.º, inciso V), exigindo negociação coletiva entre os sindicatos e as instituições de saúde. O que não ocorreu no caso da Lei n.º 14.457/2022, que foi estabelecida pelo Congresso Nacional.
“Essa lei foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por infringir várias regras da Carta Magna. De fato, os artigos 167-A e 169 vedam explicitamente a criação de concessão, vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração que impliquem em despesa obrigatória sem a existência de recursos e dotação orçamentária.
Penso que, para aprovar o projeto de lei que deu origem àquela lei, a Comissão de Constituição e Justiça e os competentes assessores da Câmara e do Senado alertaram os deputados e senadores para as restrições constitucionais.
Mas a busca pela reeleição falou mais alto. Aprovaram a despesa sem indicar o recurso. Sou levado a concluir que essa conduta foi eleitoreira e enganosa para os enfermeiros”.
Pastore reforça ainda que a ideia de que os direitos não têm custos, apesar de muito difundida entre os políticos brasileiros, é falsa.
“Todos os direitos têm custos econômicos e também sociais. O imbróglio criado pela Lei 14.457/22 pode provocar demissões de enfermeiros e deterioração da qualidade dos serviços de saúde, sobrando para os mais pobres,” relatou.
Por fim, lembra que o STF deu, para os que usaram de precipitação para aprovar essa lei, 60 dias para encontrarem uma solução constitucional adequada para os enfermeiros e instituições de saúde, públicas e privadas, filantrópicas e lucrativas. “Se isso não for suficiente, que se prorrogue o prazo”.
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O SindHosp convida toda a categoria da saúde a participar do webinar gratuito Metodologia Ágil Scrum e LGPD: Acelerando a Implantação da Lei. O encontro acontece na primeira semana de outubro, em 06/10, das 15h às 16h30, via plataforma da Hospitalar Hub. Para integrar o diálogo, é necessário efetuar inscrição previamente.
Ágil Scrum é um método aplicado em gestão dinâmica de projetos que preza pela formação estratégica de equipes, definindo entregas para um curto espaço de tempo.
Ele permite controlar as atividades de modo eficaz e eficiente, o que potencializa times que atuam conjuntamente para alcançar um fim específico.
Neste próximo webinar, serão explanadas as experiências e resultados alcançados na implantação da LGPD nos serviços de saúde, fazendo uso dessa metodologia.
Palestrante
Fernannda Tedesco, gerente de TI e Qualidade | DPO – SMH Sociedade Médico Hospitalar, é a palestrante convidada a apresentar o tema.
Tedesco é enfermeira e pós-graduanda em LGPD pela Faculdade Legale; cursou Extensão em LGPD, Segurança de Dados e Responsabilidade Digital na PUCRS; é certificada em LGPD Foundation pela ITCERTS; membro ANPPD®️ e consultora em Gestão Hospitalar e LGPD pela FDFT Consultoria.
O evento conta com o apoio institucional do GRUPO IBESe será mediado por Paula Camargo, gerente de Inteligência e Conteúdo do SindHosp.
Roteiro
Segue roteiro do encontro:
15h às 15h05: breve resumo do objetivo e apresentação da palestrante;
15h05 às 16h: conteúdo;
16h: tempo destinado às perguntas;
16h30: encerramento.
Tópicos a discutir
O conteúdo está subdividido nos seguintes tópicos:
Definição de Scrum e LGPD;
Formação de equipe;
Agilidade na entrega;
Conscientização sobre a importância da LGPD;
Resultados alcançados com a utilização da metodologia Scrum.
Inscrições
As inscrições podem ser realizadas no site do SindHosp, aba eventos, até às 10h do dia 06 de outubro, entretanto, as vagas são limitadas.Acesse aqui e garanta a sua participação.
Para continuar a par das atualizações do setor, próximos eventos e convenções coletivas firmadas, acesse a aba‘Notícias’ e siga o SindHosp nas redes sociais.
Quais são as propostas do futuro governo brasileiro para a saúde?
É com vistas a encontrar respostas para tal questão que o SindHosp promove, no próximo dia 27 de setembro, um encontro presencial com os assessores de saúde dos candidatos à presidência, intitulado de Diálogo com Assessores de Saúde dos Presidenciáveis.
O diálogo terá início às 9h, no prédio sede da FIESP, localizado na Avenida Paulista, Nº 1313, 5º andar | Espaço nobre.
Uma iniciativa colaborativa, que conta com as parcerias da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Associação Médica Brasileira (AMB) e com Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (Abimo).
Participam da sabatina Nelson Marconi, pelo candidato Ciro Gomes (PDT); João Gabbardo, pela candidata Simone Tebet (MDB) e o senador Humberto Costa, representando o candidato Lula (PT).
O SindHosp apoia e integra com prazer quaisquer diálogos que promovam o conhecimento, esclarecimentos e a democracia em saúde.
Para ficar a par dos eventos promovidos ou apoiados pelo sindicato, convenções coletivas firmadas e atualizações sobre a Saúde, acesse a aba ‘Notícias’ e siga as nossas redes sociais.
Em parceria com o jornal Folha de S. Paulo e apoio da Janssen Brasil, o SindHosp realizou, em 20 de setembro, no Museu da Imagem e do Som (MIS), na Capital paulista, o Seminário Proposta Saúde São Paulo.
O evento reuniu os responsáveis pela plataforma de saúde dos três principais candidatos ao Governo do Estado de São Paulo para debater as propostas apresentadas nessa iniciativa do SindHosp.
O seminário também marcou o lançamento da edição ampliada da Proposta Saúde São Paulo, que você pode ter acesso clicando aqui.
O ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou representando o candidato Fernando Haddad (PT); o secretário de Estado de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento de São Paulo, Davi Uip, representou o candidato e atual governador Rodrigo Garcia (PSDB); e o deputado federal e ex-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Eleuses Paiva, foi o representante da candidatura de Tarcísio Freitas (Republicanos). O debate foi mediado pela jornalista da Folha de S. Paulo, Cláudia Collucci.
O evento contou, ainda, com a participação do presidente do SindHosp, Francisco Balestrin, e da diretora de Assuntos Estratégicos da Janssen Brasil, Gabriela Almeida. Cerca de 150 lideranças, empresários, gestores, jornalistas e agentes políticos acompanharam presencialmente o debate, que ainda reuniu centenas de profissionais em transmissão ao vivo e on-line.
Objetivos
Na abertura do evento, o presidente do SindHosp, Francisco Balestrin, apresentou aos participantes os objetivos da Proposta Saúde São Paulo: construir uma agenda de curto, médio e longo prazo para saúde dos paulistas; aumentar o acesso à saúde e proporcionar uma rede assistencial mais qualificada e ampla; fortalecer a capacidade de respostas às demandas e garantir a sustentabilidade; e potencializar sinergias entre os setores público e privado.
“Importante ressaltar que essa não é uma proposta do SindHosp, mas o resultado de um trabalho de 15 meses e que envolveu cerca de 150 lideranças, agentes políticos, associações de pacientes, órgãos de classe, indústria e prestadores de serviços que atuam tanto no setor público quanto no privado”, frisou Balestrin.
A diretora de Assuntos Estratégicos da Janssen Brasil, Gabriela Almeida, afirmou que a empresa atua há 89 anos no país e investe pesado em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), algo em torno de US$ 12 bilhões por ano.
“Nosso compromisso com a saúde está na inovação. Acreditamos na Proposta Saúde São Paulo porque ela é colaborativa e aposta na inovação como caminho para acelerar processos”, adiantou Gabriela Almeida. A Janssen Brasil foi uma das apoiadoras do seminário.
Debate
Os representantes dos candidatos ao Governo de São Paulo tiveram cinco minutos iniciais para apresentar algumas iniciativas que, se eleitos, Fernando Haddad (PT), Rodrigo Garcia (PSDB) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) pretendem implementar.
O ex-ministro da Saúde e representante do candidato petista, Alexandre Padilha, ressaltou que um maior acesso do cidadão aos serviços exige forte integração da atenção primária com outros níveis assistenciais e que o papel da Secretaria de Estado da Saúde (SES) é fundamental para que isso ocorra. Padilha ainda destacou como prioridade de uma eventual gestão do PT o investimento em saúde digital e o fortalecimento do complexo industrial e econômico do setor. “A reindustrialização do Estado pode começar pela Saúde”, acredita.
Representando Tarcísio de Freitas, o deputado federal e ex-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Eleuses Paiva, disse que o programa do Republicanos para a Saúde paulista está centrado em dois objetivos: ampliação do acesso sustentável aos serviços e que isso ocorra com qualidade, resolutividade e eficiência.
Das 13 propostas principais trazidas pela candidatura de Tarcísio de Freitas para a Saúde, Eleuses Paiva destacou na sua fala inicial o investimento em saúde digital e inovação, a Atenção Primária à Saúde (APS) como porta de entrada do sistema e a necessidade de rever a tabela do SUS, que está defasada.
“A maioria das santas casas e hospitais filantrópicos está à beira da falência. Se não reajustarmos os valores do SUS em seis ou sete meses haverá um colapso na assistência”, defendeu.
O secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do Estado de São Paulo, David Uip, representou o atual governador e candidato Rodrigo Garcia. Segundo ele, a revolução tecnológica e de inovação já começou em São Paulo.
“Temos 103 hospitais públicos estaduais, 62 AMES – Ambulatórios Médicos de Especialidades, 40 farmácias de alto custo e um orçamento estadual de R$ 30 bilhões por ano. Desse total, apena R$ 6 bi vêm do governo federal”, frisou Uip.
Sobre esse tema – financiamento da Saúde, a jornalista da Folha, Cláudia Collucci, lembrou que os Estados têm que investir pelo menos 12% da sua receita em Saúde e, os Municípios, 15%.
E questionou os participantes se esse percentual será cumprido, caso o candidato que representam seja eleito. Todos, sem exceção, afirmaram que cumprirão o que determina a lei em um eventual governo.
Collucci também perguntou como o próximo governo pretende, objetivamente, integrar a atenção básica com a média e alta complexidade, reduzindo as filas. David Uip defendeu revisão da tabela SUS para que o valor repassado pela União aumente.
Já Padilha e Paiva acreditam que a solução passa por uma gestão conjunta da atenção básica entre Estado e Municípios.
Os três debatedores concordaram em outros dois temas: que a lei 14.434, que instituiu piso salarial nacional para os profissionais de enfermagem, deve ser cumprida e que a saúde digital será uma das prioridades do governo eleito. Para fortalecer o complexo econômico industrial da saúde, Eleuses Paiva afirmou que Tarcísio de Freitas pretende transformar São Paulo no maior polo industrial da América Latina.
Alexandre Padilha defendeu que o Estado precisa ter um sistema tributário que estimule as indústrias a permanecerem aqui e David Uip lembrou que o Produto Interno Bruto paulista cresceu, nos últimos anos, cinco vezes mais que o PIB nacional, o que mostra a pujança do Estado, além de reforçar que a revolução tecnológica já está acontecendo.
No final do evento, Francisco Balestrin entregou aos participantes do debate um exemplar da versão ampliada da Proposta Saúde São Paulo, que você pode ter acesso na íntegra clicando aqui.