22 de maio de 2014

Burocracia no Brasil emperra inovação e pesquisa

Para o alemão Tobias Zobel, diretor do Instituto Central de Engenharia Biomédica (ZiMT) e professor da FAU, de Nurenberg, em comparação com a Alemanha, onde também há uma certa burocracia, o Brasil está num nível muito pior, o que atrapalha a implantação de novas ideias. “O financiamento público na Alemanha também tem burocracia, mas o Brasil ganha. Às vezes uma ideia é morta já na semente só por conta da burocracia”.
 
O palestrante participou do painel A inovação e a tecnologia na saúde na Alemanha, realizado durante o Congresso Internacional de Serviços de Saúde, evento oficial da Hospitalar Feira e Fórum.
 
No entanto, Tobias reconhece que há, por aqui, muitas oportunidades. E que o país o surpreendeu, quando veio pela primeira vez, há três anos. “Começamos há três anos analisando o jeito de fazer pesquisa no Brasil. Confesso que viemos com uma ideia um pouco inocente, achando que chegaríamos aqui para receber em troca apenas um mercado potencial. Mas me foi provado o contrário. Obviamente falta ainda muito na parte educacional, por outro lado existem estruturas que estão no mesmo nível que estamos”, afirmou.
 

Drauzio Varella é Personalidade do Ano na área da Saúde

No tradicional jantar promovido pela Hospitalar, na noite de ontem, 21 de maio, representantes de toda a cadeia produtiva da saúde puderam homenagear um dos mais expoentes médicos do país. Drauzio Varella recebeu, das mãos de Waleska Santos, presidente da Hospitalar, o prêmio Personalidade do Ano na Área da Saúde, 

O Prêmio é conferido pela Hospitalar em parceria com a Confederação Nacional de Saúde (CNS), Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Fenaess), Sindicato dos Hospitais do Estado de São Paulo (SINDHOSP); Associação Brasileira da Indústria Médico-Odontológica (Abimo); Centro Universitário São Camilo, Associação Médica Brasileira (AMB), Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo (Sinog) e Federação Brasileira de Administradores Hospitalares (FBAH). 
 
O evento realizou-se no espaço Leopoldo, no bairro do Itaim Bibi, capital paulista. 
 
Na foto, da dir. p/ esq.: Waleska Santos, Drauzio Varella, Renato Merolli (presidente da CNS) e Yussif Ali Mere Jr (presidente do SINDHOSP).
 
Crédito da foto: Leandro Godoi

Digital Health debate interconexão e redes de atenção à saúde

O seminário Digital Health, evento que acontece anualmente durante a feira Hospitalar, debateu, em 22 de maio, e-saúde, interconexão e as redes de atenção à saúde voltadas para telemedicina, teleassistência e teleconsultorias. Os painéis tiveram nomes como Hêider Pinto (secretário de gestão do trabalho e da educação na saúde), Paulo Puccini (secretário municipal adjunto de saúde), Alexandra Monteiro (coordenadora do Núcleo de Telessaúde da Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ), Ana Estela Haddad (representante suplente do Brasil no Comitê Assessor Internacional da Biblioteca Regional de Medicina da Organização Pan-Americana da Saúde – BIREME/OPAS), Francisco Campos (secretário executivo da Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde – UNA-SUS), Luiz Ary Messina (Coordenador da Rede Universitária de Telemedicina – RUTE), Claudio Souza (coordenador do Núcleo de Telessaúde da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG). 
 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Telemedicina compreende a oferta de serviços ligados aos cuidados com a saúde, nos casos em que a distância é um fator crítico. Tais serviços são prestados usando tecnologias de informação e de comunicação para o intercâmbio de informações válidas para diagnósticos, prevenção e tratamento de doenças e a contínua educação de prestadores de serviços em saúde, assim como para fins de pesquisas e avaliações. Segundo a presidente da Hospitalar, Waleska Santos, a tecnologia é a chave do futuro. “O dia em que as pessoas perceberem a importância da ehealth para o cuidado com o paciente, será como o uso de um telefone celular. Quem hoje fica sem celular?”, questionou. “Em minha opinião profissional, nós devemos procurar uma forma mais fácil de falar dessa tecnologia para a população. Poucas pessoas sabem o poder do ehealth para o futuro e temos que disseminar essa semente. Se o sistema bancário, que é tão seguro, hoje já utiliza esse sistema, porque não utilizarmos isso na área da saúde?”, completou.
 
O auditório cheio demonstra o interesse e a necessidade de aprendizado no uso da telemedicina e teleassistência não somente pelos profissionais da área de TI, mas também para profissionais da saúde num geral. A maioria das metrópoles já implantou o sistema e busca aprimorar os caminhos para a qualidade assistencial à distância. “Estamos vivendo uma verdadeira revolução na saúde, novas tecnologias aparecem e precisamos reverter isso em prol das pessoas”, afirmou o secretário Hêider. “O bem do ser humano é a saúde. Nós temos recursos, por isso, estamos reunindo esforços para divulgar as tendências da telemedicina e telessaúde. Os profissionais que não aderirem a essas novas tecnologias vão ficar no passado. Certamente a população brasileira, principalmente quem mora longe dos grandes centros, precisam de atenção e a ehealth pode ajudar de uma forma sensacional”, concluiu.
 
Alexandra Monteiro, coordenadora do núcleo de telessaúde da UERJ, destacou a procura dos profissionais do Rio de Janeiro por cursos que auxiliem a introdução de novos métodos no atendimento. “Através de nossa plataforma interativa disponibilizamos materiais que visam auxiliar neste novo método de atendimento à distância. A aceitação dos pacientes e a resolução dos problemas sem necessidade de encaminhamento especializado é muito satisfatória”. A experiência paulistana foi retratada pelo secretário Puccini. “A tecnologia nos ensina que temos que olhar cada vez mais para o cuidado. A relação médico paciente é uma coisa do cotidiano da vida assistencial na rede nacional. Buscar formas de apoio a introdução da informatização são muito necessárias. O que consideramos aqui em São Paulo é a informatização da rede”, explicou. “Já temos também o Hospital Albert Einstein operando teleconsultoria em urgência e terapia intensiva no hospital M Boi Mirim, sob controle da Secretaria Municipal, o Incor, patrocinado por um programa do Ministério da Saúde, que instalou dois equipamentos de consultoria em prontos-socorros do município e também o Hcor, que desenvolve tecnologias para o Samu”, concluiu.
 

Wilson Pollara visita sala vip do Iepas durante Hospitalar

O secretário adjunto da Secretaria Estadual da Saúde, Wilson Pollara, aproveitou sua passagem pela 21ª Hospitalar Feira e Fórum, na tarde desta quinta-feira (23), para visitar a sala vip do Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde (Iepas). Na ocasião, ele conversou com o presidente do SINDHOSP e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr.
 
Pollara já havia participado da cerimônia de abertura da feira, representando o secretário estadual de saúde, David Uip, onde abordou as falhas do modelo que temos hoje para gerir a saúde.  “Concordo que falta dinheiro, mas para este modelo que temos. Existem hoje 17 mil leitos sobrando no Estado de São Paulo. São 168 hospitais com menos de 50 leitos cuja taxa de ocupação é de 30%”, disse.
 
 
FOTO: Grace Kelly

Iepas realiza sorteio para congressistas de Laboratórios

Para encerrar o dia de atividades do 8º Congresso Brasileiro de Gestão em Laboratórios Clínicos, os participantes do evento foram convidados para um coquetel na sala vip do Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde (Iepas), onde seria realizado um sorteio especial de brindes da Copa do Mundo. Quatro “Brazucas”, as bolas oficiais da Copa, e 2 camisas oficiais de torcedor da Seleção Brasileira de Futebol estavam em jogo.
 
O presidente do Iepas, José Carlos Barbério, em conjunto com o diretor do SINDHOSP e da FEHOESP, Luiz Fernando Ferrari Neto, foram os responsáveis por sortear os números previamente entregues aos congressistas. 
 
 
FOTO: Grace Kelly

Mercado busca gestão e qualificação profissional

Na manhã desta quinta-feira (22), teve início o 8º Congresso Brasileiro de Gestão em Laboratórios Clínicos, uma realização conjunta do SINDHOSP, da Confederação Nacional de Saúde (CNS), da Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Fenaess) e da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), organizado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde (IEPAS), para discutir gestão de pessoas, contratualização, inovação e o mercado laboratorial com o envelhecimento. 
 
Abrindo o evento, discursaram os presidentes da SBPC/ML, Paula Fernandes Távora; da Fenaess, Humberto Gomes de Melo; e da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), Irineu Keiserman Grinberg; o diretor da Associação Brasileira de Biomedicina (ABBM), Bruno Oliva; e o presidente do IEPAS, José Carlos Barbério. “Tratar desses temas mostra a realidade cruel que está por traz do cotidiano dos laboratórios e da medicina diagnóstica. Que valha o nosso esforço em discutir e buscar soluções nesta velha empreitada”, disse Barbério.
 
A primeira conferência, coordenada pelo diretor do Laboratório Rocha Lima, Rafael de Menezes Padovani, foi ministrada pela advogada e professora de Relações Trabalhistas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Denise Poiani Delboni, e abordou o novo momento na gestão dos recursos humano.
 
Ela informou que cenário atual é complicado, pois a taxa de desemprego é pequena, porém há muitos profissionais sem qualificação. “São esses quem não têm recolocação no mercado e acabam virando microempreendedores. Tudo o que acontece no mercado de trabalho é reflexo da realidade do que ocorre nos recursos humanos”, alertou.
 
Denise também tratou da questão da terceirização e disse que  “essa é a tendência atual e que o problema está em terceirizar a atividade principal”. 
 
A professora encerrou destacando a importância da qualificação e da motivação também como forma de reter talentos. “Uma coisa não funciona sem a outra. Qualificação e motivação trazem resultados.” 
 
Fotos: Leandro Godoi

CISS encerra atividades com participação de Jorge Gerdau

O Congresso Internacional de Serviços de Saúde (CISS) encerrou suas atividades na fim de tarde desta quinta-feira, 22 de maio, abordando temas como tecnologia e gestão. O fechamento ficou por conta do empresário Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau e coordenador da Câmara de Gestão e Competitividade da Presidência da República.
 
Gerdau apresentou um pouco de sua expertise em governança e gestão, e foi categórico ao afirmar: “temos atrasos educacionais terríveis, estamos vinte ou trinta anos atrasados nos investimentos neste setor, contabilizamos R$ 600 bi de atraso em infraestrutura de logística, mas tenho convicção de que você pode pegar o que quiser, seja público ou privado, dominar os processos e ganhar pelo menos 20% de produtividade e eficiência”.
 
O segredo, segundo o empresário, é trabalhar arduamente em conhecer os processos, capacitar as pessoas e motivá-las. “Levando em conta que 40% do PIB nacional está nas mãos dos governos federal, estaduais e municipais, o setor público precisa migrar para um patamar de gerenciamento profissional em tudo”, disse.
 
No encerramento, Waleska Santos agradeceu a presença de todos e lembrou a atuação imprescindível, até 2010 – quando faleceu – , do amigo Julio Capzaki, “o idealizador dos fóruns científicos” da Hospitalar, há 21 anos, quando tudo começou.
 
O presidente do SINDHOSP e do CISS, Yussif Ali Mere Jr, agradeceu a todos a presença e o engajamento nos dois dias de eventos, e encerrou formalmente a cerimônia, ao lado dos representantes de todas as entidades parceiras.
 
Confira mais sobre o que disse Jorge Gerdau na próxima edição do Jornal do SINDHOSP.

Laboratórios preparam-se para o envelhecimento populacional

Ainda na manhã desta quinta-feira (22), no 8º Congresso Brasileiro de Gestão em Laboratórios Clínicos, sob a coordenação do ex-presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC/ML), Carlos Alberto Ballarati, foi realizada a mesa-redonda que tratou do novo mercado do idoso. 
 
A discussão foi sobre como os laboratórios podem se adaptar a realidade  do envelhecimento populacional crescente. 
 
Ballarati disse que a tecnologia pode trazer benéficos ao idoso, “mas é preciso mostrar a ele que isso é possível”.
 
A gerente da Pro-Marketing Inteligência de Mercado, Edith Wagner, apresentou dados de envelhecimento populacional no país. “Hoje temos nove pessoas para cada aposentado, e em 2050 serão quatro para cada”, alertou , lembrando que “não se esperava que as pessoas vivessem tanto, por isso a previsibilidade foi pouca”.
 
Para o médico geriatra do Hospital das Clínicas e membro do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês, José Antônio Esper Curiati, será preciso racionalização dos recursos, evitar desperdícios para poder atender essa demanda. “Tem que mudar também o foco do atendimento, com aperfeiçoamento e qualificação do profissional de medicina”, afirmou.
 
O debate foi encerrado com a apresentação do case da Franceschi Medicina Diagnóstica, pela diretora Laura Prado Franceschi.
 
 
Foto: Leandro Godoi
 

Inovar é o cenário futuro

O 8º Congresso Brasileiro de Gestão em Laboratórios Clínicos continuou na tarde desta quinta-feira (22), com a discussão sobre metodologias de inovação.
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Para o diretor do SINDHOSP e da FEHOESP, Luiz Fernando Ferrari Neto, que coordenou o painel, o mercado de laboratórios é muito heterogêneo, formado principalmente por empresas de pequeno e médios portes, e que por isso o setor tem dificuldade de vislumbrar a inovação como algo real, possível de ser alcançado.
 
O palestrante Vitor Asseituno, diretor da Empreender Saúde, mostrou que isso é possível, desde que “o pensamento de inovação seja global”.
 
Ele comentou que não adianta ser inovador, se não houver uma mentalidade e capacidade de avaliar as necessidades do mercado da saúde, que está em processo de mudança constante devido à tecnologia..
 
Nesse sentido, apresentou uma proposta de inovação disruptiva, que consiste em estar atento às oportunidades baratas e, muitas vezes, não percebidas pelos mercados. “O mindset é olhar para as coisas que estão acontecendo.” 
 
Ele ainda disse que o processo de inovação é feito por meio de tentativas de acerto e erro. “A eficiência é inimiga da inovação. Cada projeto é um novo desafio. Quem não inovar corre o risco de ficar obsoleto.”
 
Asseituno encerrou sugerindo que os atores do setor da saúde conversem mais entre si. “Não se vai construir valor para o sistema enquanto não se conversar”, afirmou.
 
Foto: Leandro Godoi
 
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