12 de março de 2024

Pesquisa SindHosp | 71% dos hospitais paulistas registram aumento de internações por covid e dengue

Pesquisa inédita do SindHosp- Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, com 92 hospitais privados pesquisados no estado de São Paulo, aponta crescimento de internações por covid e dengue, após o carnaval.

O levantamento realizado pelo SindHosp, no período de 29 de fevereiro a 10 de março, com 92 hospitais privados paulistas, sendo 64% da capital e 36% do interior, indica que houve também aumento em 82% dos hospitais de casos de suspeita de covid e dengue nos pronto atendimentos e serviços de urgência nos últimos 15 dias. A nova pesquisa foi feita exatamente 30 dias após a anterior, realizada no período de 29 de janeiro a 07 de fevereiro, e que apontava apenas aumento da dengue. Casos de covid eram raros.

Segundo o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp e da FEHOESP- Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, a pesquisa apresenta uma curva ascendente para casos suspeitos ou confirmados de covid e dengue nos últimos 15 dias. “Provavelmente, o resultado pode ter influência do período de carnaval, que permitiu grandes aglomerações e as altas temperaturas do verão que facilitam a propagação do mosquito da dengue em água parada. Importante comparar as duas pesquisas e verificar que há 30 dias, apenas a dengue aparecia nos hospitais. Os índices de covid estavam discretos”, avalia.

Nos pronto atendimentos ou serviços de urgência, 82% dos hospitais apontam aumento de pacientes com suspeita de dengue e covid enquanto na pesquisa anterior, há 30 dias, eram 48% dos hospitais que informavam aumento de dengue e covid. Não houve quase alteração no registro do aumento de casos de suspeita de dengue: na atual pesquisa, 30% dos hospitais indicam aumento de 31% a 50% nos casos de dengue enquanto na pesquisa anterior eram 27% dos hospitais que informavam aumento de casos suspeitos de dengue no patamar de 31% a 50%.

O quadro se altera quando se pergunta sobre casos suspeitos de covid nos serviços de urgência. 32% dos hospitais registram aumento desses casos no patamar de 6% a 10% enquanto 25% informam aumento de 11% a 20%. Na pesquisa feita há 30 dias, 34% dos hospitais relatavam aumento de 6% a 10% de casos suspeitos de covid e 2% dos serviços de saúde relatavam crescimento de 11% a 20%. Também houve aumento de internações por covid e dengue em 71 % dos hospitais paulistas. Na pesquisa anterior, 80% dos hospitais registravam aumento de internações apenas por dengue.

Perguntados sobre internações em leitos clínicos, 60% dos hospitais registram aumento de até 5% nas internações por covid e 26% relatam aumento de 6% a 10%. Já a pesquisa anterior, registrava que 100% dos hospitais tinham até 5% de aumento nesse tipo de internação.
Já o tempo médio de internação nos casos de dengue é de até 4 dias para 70% dos hospitais e foi de 4 dias na pesquisa anterior para 43%
dos hospitais. Para covid, 82% dos hospitais relatam tempo médio de internação de 4 dias e 18% informam tempo médio de 5 a 10 dias. Na pesquisa feita há 30 dias, 16% dos hospitais relatavam 4 dias como o tempo médio de internação enquanto 84% indicavam de 5 a 10 dias.

A faixa etária predominante para pacientes com covid é de 30 a 50 anos para 67% dos hospitais, sendo mantido esse patamar na pesquisa anterior, que relatava que 68% dos hospitais indicam faixa etária de 30 a 50 anos predominante para covid. Já para dengue 72% dos hospitais confirmam a faixa etária predominante de 30 a 50 anos na pesquisa atual, o que se manteve na pesquisa anterior.

Confira a pesquisa completa abaixo:

Presidente da J&J MedTech Brasil fala de acesso à saúde e inteligência artificial

O presidente da Johnson & Johnson MedTech Brasil participou do videocast “Papo da Saúde” na sede do SindHosp. Durante pouco mais de 35 minutos, o executivo Fabricio Campolina conversou com o presidente do SindHosp, Francisco Balestrin, falando sobre os rumos da saúde e apontando desafios para o setor. Reconheceu a responsabilidade da indústria não apenas com os pacientes e os profissionais de saúde, mas, também, com a sustentabilidade financeira do sistema. Discutiu modelos de remuneração e acesso à saúde e destacou uma revolução em curso: “A inteligência artificial já se tornou realidade no dia a dia de mercado, inclusive da saúde”. A íntegra da conversa pode ser assistida aqui, no canal oficial do SindHosp no YouTube.

Gestores visionários

Com formação também na área de Ciências da Computação, Fabricio Campolina reconhece na inteligência artificial, sobretudo a generativa (GenAI), uma oportunidade promissora para estabelecimentos de saúde. “O acesso à saúde tem tudo a ver com inteligência artificial, que pode contribuir para melhorar os padrões de cuidado dos pacientes”, destacou o presidente da J&J MedTech Brasil, citando resultados reveladores de uma projeção da consultoria de gestão McKinsey & Company. “Em 2023, experiências com IA ganhavam manchetes. Em 2024, escalar essas experiências ganhará mercados. Neste momento, precisamos de gestores visionários e transformadores, sem medo da mudança”.

Para Campolina, a GenIA foi desenhada para ser democrática. Segundo ele, o mesmo motor de IA utilizado pela Microsoft para criar um “copilot” e empoderar programas como Word, Excel e Teams também está disponível para startups por um preço acessível – essa tecnologia pertence à OpenAi. “É uma tecnologia que está muito mais próxima do que imaginamos. Só no Brasil, existem centenas de startups trabalhando em aplicações de IA, é um ecossistema pujante”, revelou Fabricio Campolina.

De acordo com o executivo, exemplos de aplicação não faltam: “Imagine um hospital de porte médio no interior de São Paulo utilizando um aplicativo que automatiza tarefas administrativas dos médicos. Assim, após uma consulta, a IA geraria um relatório para ser inserido no prontuário eletrônico, já deixaria redigida a receita e faria os devidos agendamentos. Tudo isso com uma pequena equipe de Informática, que criaria uma face para o aplicativo e o conectaria ao motor de IA”.  

Acesso em tempo hábil

Diante das oportunidades oferecidas pela IA, Fabricio Campolina acredita em um caminho para mudanças mais significativas no acesso à saúde. “Ter acesso à saúde significa poder contar com uma equipe capacitada que consiga em tempo hábil encaminhar seu paciente para o tratamento. São três dimensões: informação, diagnóstico precoce, acesso a recursos de saúde em tempo hábil. Na Constituição está escrito que todos têm direito ao acesso, faltou colocar quando… principalmente no sistema público, com suas filas que duram anos, considerando que essa dinâmica é diferente em um sistema privado”.

Além das filas, o presidente da J&J MedTech Brasil apontou a falta de informação como gargalo associado a problemas de acesso à saúde. E citou o exemplo da fissura labial de palato, que afeta uma criança a cada 650 nascimentos no Brasil. “É uma doença tratável. Quando entra na linha de cuidado logo que nasce e mantém os cuidados até os 20 anos de idade, a pessoa consegue ter uma vida praticamente normal. Por outro lado, sem acesso ao tratamento, o bebê vai desenvolver dificuldade de fala, que nunca será superada, mesmo buscando tratando depois de adulto, além de todas as questões sociais, ligadas à reação das outras crianças diante de um amigo com malformação congênita. O problema é que há lugares no Brasil em que os pais não têm sequer consciência de que é possível tratar. Às vezes, nem os profissionais que estão fazendo o parto têm essa consciência. Ou seja, por falta de informação, não se busca o tratamento”, destacou Campolina.

Saúde como propósito de vida

O convidado do Papo da Saúde do SindHosp diz que seu interesse na saúde passa por transformar vidas. “Tive uma experiência que me fez entender o que estava fazendo. Havia um cateter que viabilizava cirurgia cardíaca para recém-nascidos. Um produto de preço baixo, mas indispensável para o tratamento. Num sábado de manhã, um cirurgião ligou para a Johnson e falou que precisava do cateter para uma cirurgia que faria naquele dia. Tivemos uma grande mobilização na empresa e conseguimos que a cirurgia fosse bem-sucedida. Ali, diante da satisfação de saber que o bebê estava bem, tive consciência de que somos parte disso, ou seja, temos um propósito”. Campolina acredita que grande parte das pessoas que escolhem a área de saúde toma essa decisão por paixão, porque sabe que pode ajudar pacientes, e isso é o que nos motiva na maioria das vezes. “Nossas ações fazem diferença, muitas vezes, uma diferença por toda a vida de uma criança. De diferentes formas, com novas tecnologias ou simplesmente melhorando o padrão de cuidado de um cirurgião com um treinamento que o permite realizar uma cirurgia minimamente invasiva em vez de abrir uma pessoa”.

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