5 de outubro de 2015
Presidente do Conselho da Anahp será presidente da IHF
O atual presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Francisco Balestrin, será oficialmente nomeado como presidente da International Hospital Federation (IHF – Federção Internacional dos Hospitais) – entidade que congrega mais de 50 mil hospitais e estabelecimentos de saúde de mais de cem países e que atende cerca de três bilhões de pessoas.
Sua nomeação e posse como integrante do Comitê Executivo ocorrerá durante o 39º Congresso Mundial de Hospitais da IHF, que será realizado de 6 a 8 de outubro, em Chicago (EUA). Seu mandato, de acordo com o modelo da entidade, passará a vigorar a partir de 2017. O Comitê Executivo da IHF é formado pela participação de três presidentes – passado, presente e o designado – e de um diretor tesoureiro. Para a gestão 2015-2017, respondem pelo cargo de presidente o Erik Kreyberg Normann, da Noruega, como presidente passado, Kwang Tae Kim, da Coreia do Sul, e como presidente designado, o Francisco Balestrin, do Brasil.
Com sede na Suíça, a IHF conta ainda com uma diretoria liderada por um diretor executivo, Eric De Roodenbeke, que estará em novembro no Brasil para participar do 3º Congresso Nacional de Hospitais Privados (Conahp), que tem como mote “O hospital na construção da excelência do sistema de saúde: Perspectivas e desafios”. O executivo será um dos palestrantes destaque do evento.
“Temos uma grande identidade com a IHF, cujo papel é o de contribuir com os hospitais na ampliação do nível de serviços com segurança e qualidade, além de oferecer suporte para a educação continuada de seus profissionais. Esta é uma oportunidade importante para que o Brasil contribua com as principais discussões sobre saúde no mundo e compartilhe das melhores práticas mundiais de assistência”, afirma Balestrin, da Anahp, associada à IHF desde 2013.
Fundada em 1929, nos Estados Unidos, a IHF tem como suas atribuições o incentivo à cooperação internacional na área de saúde e a melhoraria permanente do atendimento aos pacientes em todo o mundo.
Anvisa quer centralizar rastreamento de remédios
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vai propor um novo modelo para administrar os dados gerados a partir da rastreabilidade de medicamentos, medida inicialmente prevista para ser implementada até 2016.
Conhecido como RG dos remédios, o objetivo do sistema éas controlar todo o caminho desses produtos, da indústria às distribuidor, passando pela farmácias e ao próprio consumidor.
Pela proposta aprovada anteriormente, os dados, que permitem saber a localização dos produtos, ficariam de posse dos fabricantes.
Agora, a agência irá propor um modelo próprio e centralizado de informações. Neste caso, o governo receberia diretamente das indústrias, distribuidoras e pontos de venda os dados dos medicamentos, sem intermediários. A nova proposta, a qual a se teve acesso, deve ser apresentada em reunião da agência nesta quinta (1º).
A medida responde a críticas do setor, especialmente do varejo, que vê riscos no compartilhamento de alguns dados com os laboratórios farmacêuticos.
Entidades como a Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), que representa um terço das farmácias no país, entraram na Justiça contra a Anvisa para evitar o problema. A preocupação é que o acesso às informações poderia ferir a questão de concorrência.
Com as reformulações, a agência espera reconciliar o setor sobre a proposta da rastreabilidade e evitar o naufrágio da medida, criada por uma lei federal há seis anos.
Com o rastreamento, a Anvisa espera evitar falsificações de remédios, impedir a distribuição de produtos fora da validade e acelerar o recall em caso de problemas, entre outras medidas. Este procedimento é feito por meio da impressão, em cada embalagem, de um código bidimensional e um número de identificação próximos às datas de fabricação e de validade e ao número do lote do medicamento.
PRAZOS
Inicialmente, a meta da Anvisa é que o sistema seja testado a partir do final deste ano – quando a indústria deve apresentar três lotes de medicamentos rastreáveis – e implementado em 2016.
O prazo, no entanto, tem dividido o setor.
Após propostas no Congresso de adiar a implementação da ferramenta de controle por até uma década, representantes da indústria farmacêutica, do varejo e distribuidores agora pedem que o processo seja implementado em até quatro anos e oito meses.
A Anvisa, procurada pela equipe de reportagem da Folha de São Paulo, diz esperar que o novo modelo para o sistema de controle de medicamentos possa simplificar o processo e acelerar o cumprimento do prazo inicial.
A previsão da agência é que o sistema fique pronto em até um ano. O custo é estimado em R$ 10 milhões.
CRONOLOGIA
2009
Sistema Nacional de Controle de Medicamentos é criado com previsão de implantação em até 3 anos.
2011
Responsável por coordenar a implementação, Anvisa suspende proposta anterior, criticada por encarecer o produto final.
2013
Anvisa estabelece que cada embalagem terá um código e uma identificação e estipula o prazo de implementação para 2016.
2015
Em meio a impasse sobre a gestão dos dados, Anvisa propõe novo modelo para sistema de controle dos dados sobre o destino dos medicamentos.
2016
Prazo previsto para que sistema passe a operar; entidades já pedem que prazo seja ampliado. A ideia é dar um ano para testes, 8 meses para aprimoramento e 3 anos para que a rastreabilidade ocorra em todo o setor.
São Camilo implanta prontuário eletrônico do paciente
Hospital Oswaldo Cruz abre inscrições para curso de Tecnologia em Gestão Hospitalar
A Faculdade de Educação em Ciências da Saúde (FECS), do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, está com inscrições abertas para o curso superior de Tecnologia em Gestão Hospitalar. Os interessados poderão se candidatar a uma das vagas do curso de 5 de outubro a 18 de novembro por meio do site www.fecs.org.br. O processo seletivo será realizado no dia 22 de novembro, às 9 horas, no próprio hospital.
Com três anos de duração, a graduação tem como objetivo formar profissionar habilitados em planejamento, organização e gerenciamento de pessoas e processos de trabalho em organizações de saúde. "Percebemos que o Brasil está aumentando a sua demanda em serviços de saúde e acreditamos que podemos colaborar para a formação de profissionais capacitados para atendê-los. Há uma grande oportunidade para investir em qualificação profissional, especialmente quando já se tem dentro de casa o conhecimento acumulado, o que é o caso do Hospital Alemão Oswaldo Cruz", ressalta Prof. Dr. Jefferson Gomes Fernandes, Superintendente de Educação e Ciências do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Diretor da FECS.
Com este propósito, a grade curricular foi estruturada para desenvolver nos profissionais capazes uma visão abrangente (tanto prática, como teórica) sobre os processos que envolvem uma gestão de saúde, desde custos e finanças, passando pela logística de medicamentos, até a gestão de pessoas e responsabilidade social. Dessa maneira, os alunos poderão atuar nos diversos setores de um hospital, em clínicas e unidades de saúde, laboratórios médicos e empresas prestadoras de serviço em saúde.
“Os colaboradores da área administrativa das instituições de saúde são aqueles que apoiam o bom funcionamento da área assistencial, por isso, a grande necessidade de atualização e aperfeiçoamento. Por isso a importância de estruturar um curso em que a teoria e a prática caminhem juntas”, afirma Prof. Dr. Jefferson.
A FECS conta com um corpo docente especializado e titulado, formado por profissionais atuantes no Hospital Alemão Oswaldo Cruz e professores com passagem por instituições de ensino renomadas. Além disso, a instituição conta com parcerias internacionais e cooperação com universidades brasileiras.
Serviço:
Vestibular FECS 2016 – Curso Superior de Tecnologia em Gestão Hospitalar
Período de inscrição: de 05/10 a 18/11
Inscrições: pelo site www.fecs.org.br
Data da prova:22/11; domingo
Horário da prova: às 9 horas
Local: Rua João Julião, 245 – 1º andar – Faculdade de Educação em Ciências da Saúde (FECS)
Mais informações: pelo telefone (11) 3549-0654 ou pelo e-mail contato@fecs.org.br
Idosos serão um quinto do planeta em 2050, diz OMS
Os avanços da medicina ajudam a ampliar a expectativa de vida da população, mas isso não quer dizer que as pessoas desfrutam de saúde nesses anos extras. A afirmação é da Organização Mundial de Saúde (OMS), que, nesta quarta, divulgou um relatório segundo o qual o número de pessoas com mais de 60 anos será duas vezes maior em 2050, o que exigirá uma mudança social radical. O órgão contabiliza cerca de 900 milhões de idosos atualmente, ou cerca de 12,3% da população total. A expectativa é de que em 2050, esta fatia represente 21,5%, mais de um quinto do planeta (2 bilhões).
Por isso, a OMS propõe três grandes mudanças: tornar os lugares em que vivemos em ambientes amigáveis para as pessoas mais velhas, realinhar sistemas de saúde às necessidades dos idosos, e os governos desenvolverem sistemas de cuidados de longo prazo que possam reduzir o uso inadequado dos serviços de saúde agudos, garantindo a dignidade nos últimos anos de vida.
Estes são pontos abordados no Relatório Mundial sobre Envelhecimento e Saúde, divulgado nesta quarta-feira, por conta do Dia Internacional do Idoso, que é comemorado em 1.º de outubro. Segundo a OMS, a expectativa de vida global é de 66 anos e em 2050 será de 72.
— Hoje, a maioria das pessoas, mesmo em países mais pobres, vivem por mais tempo — diz Margaret Chan, diretora-geral da OMS. — Mas isso não é suficiente. Precisamos assegurar que esses anos extras sejam saudáveis, significativos e dignos. Alcançar esse objetivo não será bom apenas para os mais velhos, será bom para a sociedade.
No Brasil, a expectativa de vida de um bebê nascido hoje é de 75 anos. E para quem tem 60 anos é de 82, em média. Segundo a OMS, no Brasil, os idosos passarão de 24,4 milhões de idosos para quase 70 milhões (2050).
— A OMS está dizendo aos seus 193 países membros: acordem! É preciso pensar no idoso, temos de dar ênfase a eles. Porque o envelhecimento está chegando rápido — comenta Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional para Longevidade, no Brasil, para quem no país, será preciso dar atenção à educação. — Outro investimento no Brasil deve ser na formação educacional dos médicos que hoje estudam como se vivessem no século XX e não no século XXI. Por que tantos especialistas em reprodução, se cada vez mais nascem menos bebês? Precisamos de melhores cardiologistas, geriatras e, de uma forma geral, de médicos que foquem nas doenças crônicas.
Ao contrário das suposições generalizadas, o relatório conclui que há poucas evidências de que os anos adicionais de vida são desfrutados com melhor saúde do que no caso das gerações anteriores na mesma idade. Isso porque, há a impressão que a tecnologia, inclusive na área da saúde, tenha “melhorado” a condição das pessoas.
— Infelizmente, os 70 ainda não parecem ser os novos 60 — atesta John Beard, diretor do Departamento de Envelhecimento e Curso de Vida da OMS, que endossa a tese de que a probabilidade das pessoas mais velhas estarem passando por vidas mais longas e saudáveis é de que tenham vindo de classes mais favorecidas da sociedade.
A maioria dos problemas de saúde enfrentados por pessoas mais velhas são associados a condições crônicas, principalmente doenças não transmissíveis. Muitas delas podem ser prevenidas ou retardadas. Outros problemas de saúde podem ser controlados de maneira eficaz, principalmente se forem detectados cedo o suficiente.
E mesmo para as pessoas com declínios na capacidade, os ambientes de apoio podem garantir que elas vivam vidas dignas e com crescimento pessoal contínuo. O relatório, conclui no entanto, que o mundo está muito longe desses ideais. Segundo a OMS, o envelhecimento da população demanda resposta abrangente da saúde pública.
CUSTO QUESTIONÁVEL
A OMS cita uma pesquisa desenvolvida no Reino Unido em 2011 que estimou que, após definir os custos das pensões, bem-estar e cuidados com a saúde em relação às contribuições feitas por meio de impostos, gastos de consumidores e outras atividades de valor econômico, as pessoas mais velhas contribuíram com aproximadamente R$ 240 milhões para a sociedade e que subirá para R$ 462 bilhões em 2030.
Embora haja menos evidências de países de baixa e média renda, a contribuição de pessoas mais velhas nesses cenários também é significativa.
No Quênia, por exemplo, a idade média dos pequenos agricultores é de mais de 60 anos. Portanto, as pessoas maiores podem ser críticas para manter a segurança dos alimentos no Quênia e em outras partes da África Subsaariana. Elas também possuem um papel crucial no apoio a outras gerações. Na Zâmbia, por exemplo, cerca de 1/3 das mulheres maiores são as principais fornecedoras e prestadoras de cuidados de netos cujos pais foram perdidos para a epidemia de HIV ou migraram para trabalhar.
A OMS afirma que o período de vida associado com os maiores gastos de saúde está relacionado ao último ou dois últimos anos de vida. Mas, que essa relação também varia significativamente entre os países.
Segundo o relatório, cerca de 10% de todos os gastos com saúde na Austrália e nos Países Baixos, e cerca de 22% nos Estados Unidos, são incorridos no cuidado de pessoas durante o seu último ano de vida. Além disso, os últimos anos de vida tendem a resultar em gastos mais baixos com saúde nos grupos de idades mais avançadas.
Embora mais evidências sejam necessárias, prever custos futuros de saúde com base na estrutura etária da população, a OMS afirma que é um valor questionável. Reforça a tese com análises históricas que sugerem que o envelhecimento tem muito menos influência sobre os gastos com saúde do que diversos outros fatores.
Entre 1940 e 1990 nos Estados Unidos (um período de envelhecimento significativamente mais rápido da população já ocorrido), o envelhecimento parece ter contribuído apenas cerca de 2% dos gastos com saúde, enquanto as mudanças relacionadas à tecnologia foram responsáveis entre 38% e 65% de crescimento.
MUDANÇA DE FOCO
O relatório enfatiza que enquanto algumas pessoas mais velhas exigirão cuidados e apoio, as populações idosas, em geral, são muito diversas e podem fazer várias contribuições para as famílias, comunidades e sociedade em geral.
O estudo cita uma pesquisa que sugere que essas contribuições superam quaisquer investimentos que podem ser necessários para fornecer s