Josiane Mota

gestão em saúde

SindHosp e CNSaúde promovem Congresso Brasileiro de Gestão em Saúde 

O SindHosp e a Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) promoveram, no dia 25 de maio, o V Brasil Saúde — Congresso Brasileiro de Gestão em Saúde, com o tema: “Saúde Brasileira: Equação Insustentável?”.

O Expo São Paulo foi sede do Congresso, que fez parte das ações do Sindicato para a 28ª edição da Feira Hospitalar, com a missão de proporcionar um espaço de discussão dos temas atuais e relevantes para o Sistema Nacional de Saúde, contribuindo com percepções e perspectivas, e de auxiliar no processo de tomada de decisões, capazes de impactar o futuro das empresas da saúde.

Foram quatro painéis buscando respostas estratégicas para uma mesma pergunta: o sistema nacional de saúde é mesmo insustentável?

A partir de uma análise macroeconômica, os participantes discutiram gargalos impostos aos setores público e privado, as decisões dos poderes executivo e legislativo que impactam a sustentabilidade do sistema, bem como os maiores desafios relacionados ao financiamento e aos sistemas de remuneração. Confira a seguir os pontos altos de cada debate!

O sistema de saúde brasileiro, afinal, é insustentável? 

Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, falou em abertura do encontro sobre os principais desafios que o Sistema Único de Saúde (SUS) enfrenta, como a busca por um financiamento adequado, melhor remuneração pelos serviços prestados, aperfeiçoamento da gestão, integração dos setores públicos e privados, ampliação da promoção e da prevenção, além da necessidade de aumentar a cobertura vacinal. Ele explicou que, paralelamente, com o setor de saúde suplementar não é diferente. “Estamos atravessando um momento delicado”.

“Grandes operadoras de planos de saúde estão manifestando dificuldades com a gestão de suas carteiras. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), na outra ponta, os beneficiários estão cada vez mais insatisfeitos com o aumento da burocracia para conseguir atendimento e o descredenciamento de prestadores de serviços. Aliás, nós prestadores, também estamos tendo problemas que não tínhamos antes: aumento dos prazos de pagamento das glosas, falta de pagamento… Ou seja, são muitas equações a serem resolvidas no sistema suplementar. Estamos em busca de respostas para questões cruciais para podermos garantir a sustentabilidade do nosso sistema, que é único”, afirmou.

Para o presidente, a tecnologia deve ser usada como ferramenta estratégica para levar o sistema a um novo patamar, não só de inclusão assistencial, como também ser instrumento de qualificação da informação e da gestão.

“Todos nós temos muitos questionamentos. Este evento abre oportunidades para consensos e busca de soluções, ao reunir para a discussão representantes de toda a cadeia econômica e produtividade do setor. Mas para chegarmos a lugares diferentes precisamos pensar e fazer coisas diferentes. Esse também é o nosso desafio”.

Breno Monteiro, presidente da CNSaúde, reiterou o pedido de Balestrin de diálogo ao setor e busca por soluções. “Precisamos articular, conversar com os parlamentares e líderes da saúde, para encontrar caminhos que nos levem a retomar o crescimento e melhorias do sistema de saúde”, disse.

Cenário macroeconômico

Artur Wichmann, chief Investment Officer da XP Private, apresentou a palestra magna “Cenário Macroeconômico”, assinalando o cenário atual e as perspectivas macroeconômicas que irão determinar a capacidade de alteração das condições atuais de incapacidade de investimentos por parte do setor público e de incertezas que inibem os investimentos privados.

O especialista explicou que o mundo vai engatar uma quinta marcha tecnológica, e que os melhores investimentos estarão voltados para o estudo de produção e capital intelectual, inclusive para a área da saúde, a qual considera estar no centro deste contexto. 

“Para o Brasil, fica a lição de 2008, quando o país foi impactado pela grande crise financeira mundial. É importante um posicionamento para o mercado internacional e também para o mercado interno sobre os caminhos que a economia brasileira vai trilhar. Potencial e oportunidades o país tem. É preciso regulamentação governamental para melhorar a infraestrutura, a educação e a saúde, só assim haverá crescimento”, observou.

Wichmann afirmou ainda que sempre se discutiu quanto o Estado gastará, mas que agora o debate precisa se voltar para onde ele vai gastar e com qual profundidade.

“Se pudermos escolher, devemos optar sempre por uma sociedade que possa operar de forma eficiente. Para isso, a gente precisa de setores sendo tratados de forma tributária justa. O setor da saúde é dinâmico e as empresas que atuam neste mercado têm um olhar ampliado. Mas é necessário um ambiente econômico com tratamento justo para haver equilíbrio e crescimento”.

Cenário político

Os deputados federais Pedro Westphalen, Ismael Alexandrino, da Frente Parlamentar Mista da Saúde, e Dr. Frederico, médico oncologista, participaram do talk show ‘Cenário Político’, debatendo o cenário e as perspectivas que irão determinar a agenda política do país e impactar na capacidade do governo Federal de aprovar reformas na área econômica, fiscal e social, e temas de interesse do setor da saúde que estão ou poderão entrar na pauta legislativa.

Westphalen esclareceu que o trabalho dos parlamentares deve ser destravar o país para que ele avance, a partir do entendimento de que o setor público é importante, mas que o suplementar e privado da saúde também são fundamentais.

A saúde tem três premissas: acesso, qualidade e sustentabilidade. Assim, é preciso um sistema financeiro adequado. A saúde representa 10% do PIB brasileiro e gera mais de 2,5 milhões de empregos diretos e indiretos, mas não tem regras claras. É preciso evitar regras populistas para que o setor e o país avancem e possamos construir um futuro melhor à nação”, salientou.

Alexandrino, ex-secretário de Saúde de Goiás e que participou do grupo de Saúde de transição para o governo Lula, falou da importância de manter uma comissão temática para discutir a modernização do SUS, os reajustes da tabela e a qualificação da mão de obra. Para ele, somente ampliando o debate as soluções serão encontradas.

“No Congresso Nacional, todos os dias surgem projetos mirabolantes para o setor. Não se pode somente aumentar o financiamento da saúde para o sistema público e não olhar o setor privado. Sem a saúde suplementar 25% da população vai ter de recorrer ao SUS, que não tem condições. Essa discussão é importante, pois as medidas compensatórias precisam existir. É preciso buscar a eficiência financeira em todo o setor da saúde: público e suplementar”, destacou.

O Dr. Frederico contou que a saúde pública é complementada pela saúde suplementar, sendo a união entre elas fundamental na entrega de um sistema qualificado e adequado de cuidados integrais à população. Porém, as aprovações no Congresso Nacional não podem deixar de vislumbrar a sustentabilidade de todo a cadeia da saúde.

“A aprovação do Piso da Enfermagem é exemplo sobre como a agenda legislativa pode gerar um problema de grandes proporções quando as dificuldades do sistema de saúde são tratadas de forma estanque ou segmentadas. Além desse, há outras centenas de projetos de lei que apontam na mesma direção. Onde nós, que realizamos a gestão do sistema, temos errado na nessa articulação com o parlamento?”.

Ele frisou que a saúde precisa de desoneração e de atenção nas discussões sobre a Reforma Tributária. “É preciso melhorar as condições das pessoas, dar mais qualidade de vida, e somente com acesso à saúde e à educação isso será possível”.

Diálogo intersetorial

Um segundo talk show trouxe o tema “A importância do Diálogo Intersetorial na Saúde’’. Antonio Britto diretor-executivo da Anahp; Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde; Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma; e Sergio Okane, secretário executivo de Saúde do Estado de São Paulo, debateram as abordagens e condutas dos diferentes entes da cadeia da saúde que determinam a capacidade de articulação e comunicação da agenda do setor aos formadores de opinião, aos poderes da República e à sociedade em geral.

“Estamos vivendo o momento mais desafiador da saúde, principalmente quando falamos de operadores e prestadores de serviços e sobre as premissas do setor. Estão questionando a existência da saúde suplementar no Brasil. Dados da Anahp mostram que cerca de 84% e 86% da receita dos hospitais vem das operadoras, dessa forma, podem inviabilizar a cadeia da saúde. Temos de nos mobilizar em prol desse setor”, ressaltou diretora-executiva da FenaSaúde.

Segundo Britto, para se estabelecer uma ponta de otimismo é necessário melhorar a conversa entre as entidades e as lideranças do setor, para coordenar os esforços.

“É um momento de intenso diálogo, com vistas à valorização do sistema, para haver a sustentabilidade de um setor complexo, que precisa do público e do suplementar para atender satisfatoriamente a população”, afirmou.

Para o Okane, a judicialização afeta diretamente o Sistema, quando tem êxito em um atendimento, com uma nova tecnologia ou um novo medicamento, mas não alcança a todos que precisam de atendimento.

“Na saúde pública, há gastos subutilizados com medicamentos fora do protocolo, mas não conseguimos garantir assistência e acesso ao paciente que precisa de cuidados. Precisamos discutir com o Judiciário para haver equidade na saúde”, afirmou o secretário.

Já Mussolini disse que considera um erro o ditado ‘saúde não tem preço’, pois desenvolvimento tem custo e a judicialização traz enormes impactos ao setor público e privado. A tecnologia pode ajudar o setor na evolução da assistência e no controle de gastos.

“O prontuário eletrônico, efetivamente implantado, ajudaria a racionalizar custos e gastos e evitaria furar o orçamento. Sabendo o histórico do paciente podemos melhorar o atendimento, diminuir os custos na saúde e ter um discurso mais palatável com o consumidor e todos os atores envolvido”, apontou o presidente do Sindusfarma.

Sustentabilidade

Em encerramento do Congresso, Paulo Rebello, presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), apresentou a palestra “Sustentabilidade no Atual Cenário da Saúde Privada”, tratando dos desafios estabelecidos para o setor privado e suplementar da saúde, bem como do papel que a ANS desempenha e quais são as medidas regulatórias necessárias para a garantir a sustentabilidade do sistema e a relação equilibrada entre os diferentes elos que compõe a cadeia da saúde.

“Não dá para sempre criar um cenário de insucesso e de inviabilidade para o setor. Temos muitos impactos, dos insumos aos componentes, mas ninguém fala. Não se discute na saúde novos modelos de remuneração e a jornada do paciente”. 

“Sempre temos alguma angústia mais urgente. Temos de antecipar a discussão de prevenção às doenças e promoção à saúde. Precisamos dialogar mais, pois, do contrário, teremos os mesmo problemas. Eu acredito que pessoas, processos e tecnologia vão nos ajudar a superar esses desafios”, afirmou o presidente da ANS.

Para ele, a judicialização e a incapacidade das pessoas de permanecer no setor suplementar farão com que o SUS receba mais pessoas do que sua capacidade.

“Enfim, são muitas questões e é preciso haver consciência, todos precisam ceder um pouco. Temos de nos adaptar e reorganizarmos de diferentes formas para que o setor suplementar consiga permanecer e atender bem a população. O mundo está em movimento e temos de acompanhar essa velocidade para que a saúde chegue realmente a todos”, concluiu.

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Volta ao Mundo da Saúde em 85 Episódios’

Overview | Lançamento do livro ‘Volta ao Mundo da Saúde em 85 Episódios’, em comemoração aos 85 anos da entidade

O SindHosp lançou nesta terça-feira, 23 de maio, o livro ‘Volta ao Mundo da Saúde em 85 Episódios’, contando 85 causos e histórias curiosas, bem como a trajetória de grandes nomes da medicina no país, abertura de hospitais e institutos de pesquisa e epidemias passadas.

O título faz alusão a uma das maiores obras da literatura mundial, “Volta ao Mundo em Oitenta Dias,” do escritor francês, Júlio Verne, com registros que dão um giro por fatos curiosos da saúde; capazes de despertar emoções e de levar a análises que mostram como o setor impacta na história do desenvolvimento socioeconômico de qualquer nação. 

Em apresentação do texto, Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, reflete: “uma organização que não olha para o passado e não enaltece as conquistas do segmento em que atua, certamente será negligente com o futuro. Essa obra atesta o compromisso do SindHosp com sua missão de melhorar o sistema, as organizações e a saúde das pessoas”.

O evento de lançamento integrou a agenda do Sindicato na Feira Hospitalar 2023 e foi prestigiado por líderes da saúde, profissionais e representantes de entidades de classe.

As ilustrações nas páginas são exclusivas, criadas especialmente para as 85 histórias, e elas podem ser lidas em qualquer ordem, o que motivou a palavra ‘episódios’ no título. 

Como a conclusão do trabalho coincidiu com a data de anúncio, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de que a Covid-19 deixou de representar uma emergência de saúde global, as dedicatórias estão direcionadas a todos os profissionais da saúde que não mediram esforços para levar à população assistência e cuidados, na fase de crise sanitária; e também a todos que contribuíram ao longo do tempo para o crescimento e solidez do setor de saúde no país.

Baixe a versão online e gratuita da obra, acessando aqui, e continue acompanhando as ações do SindHosp na Feira Hospitalar, bem como os novos projetos, nos canais digitais do Sindicato.

85 anos sindhosp

SindHosp promove coquetel e jantar em comemoração aos 85 anos de fundação no Museu do Ipiranga

Na noite da segunda-feira, 22 de maio, o Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisa e Análises Clínicas do Estado de São Paulo (SindHosp) realizou um prestigiado coquetel e jantar, em comemoração aos seus 85 anos de fundação, completos em 12 de fevereiro de 2023. 

Uma passagem marcada por conquistas aos representados e com o propósito principal de preservar a saúde dos paulistas.

O Museu do Ipiranga, marco representativo da independência, história do Brasil e do Estado de São Paulo, foi o local escolhido para a celebração, que iniciou às 19h; reunindo aqueles que adotaram a saúde como bandeira de luta, lideranças, entidades representativas e governo, além de toda a diretoria e equipe do Sindicato. 

O secretário da Saúde do Estado de São Paulo; Eleuses Paiva; o vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth; e o secretário de Governo e Relações Institucionais, Gilberto Kassab, estavam entre as lideranças presentes e prestaram suas homenagens no palco.

Além de acompanhar as tendências da medicina, os avanços tecnológicos e as transformações na gestão das organizações, o SindHosp presenciou e participou de fatos que respondem diretamente pela atual pujança do nosso sistema. Cito, como exemplos, a criação da consolidação das leis do trabalho, em 1943; do Ministério da Saúde, em 1953, que até então dividia o status de ministério com a educação; o nascimento do plano nacional de imunizações, em 1973, que se tornou referência mundial; o nascimento, em 1988, do sistema único de saúde, um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo e, sem sombra de dúvidas, uma das maiores conquistas sociais dos brasileiros; a regulamentação dos planos de saúde; a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, e da Agência |Nacional de Saúde Suplementar, a ANS; e muitos outros.

Hoje, o SindHosp representa 51 mil estabelecimentos privados de saúde no estado de |São Paulo, que geram cerca de um milhão e oitocentos mil postos de trabalho e movimentam em torno de 60 bilhões de reais anualmente. Fazemos mais de 50 negociações sindicais por ano, em um ambiente de respeito mútuo e civilidade com os sindicatos laborais. Além disso, acompanhamos os principais projetos de lei em tramitação no congresso nacional, prestamos assessoria jurídica, desenvolvemos pesquisas, oferecemos dados e informações para todo o setor, temos grupos técnicos e de trabalho sobre vários temas e promovemos eventos para networking e discussão de assuntos atuais e importantes”, destacou o presidente do SindHosp, Francisco Balestrin, em seu discurso.

No fim do jantar, um vinho Merlot, rotulado pelo Sindicato, foi entregue aos convidados como recordação da noite.

Página 85 anos do SindHosp

O Sindicato estende as ações de comemoração pelas oito décadas e meia por todo o ano de 2023, através dos canais digitais e site, no qual mantém uma página contando toda a trajetória da entidade, depoimentos, linha do tempo, aparições na mídia e mural de recados, acesse e deixe uma mensagem.

mapa do acesso da saúde de são paulo

Pesquisa | SindHosp lança o Mapa do Acesso da Saúde de São Paulo

O Mapa do Acesso da Saúde de São Paulo foi lançado nesta quarta-feira (17/05), em evento híbrido transmitido ao vivo pelo YouTube. O secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Eleuses Paiva, e o presidente do SindHosp, Francisco Balestrin, apresentaram os principais insights para o público, com moderação da jornalista especializada em saúde, Natalia Cuminale. Lideranças da saúde e veículos da imprensa, como Globo, TV Record e o Jornal Folha de S.Paulo, se reuniram para acompanhar o lançamento, na sede do Sindicato. 

A pesquisa de opinião pública aplicada entre os dias 15 e 29 de março de 2023, pelo Instituto Qualibest, ouviu mais de 2000 entrevistados, e é um desdobramento da Proposta Saúde São Paulo, projeto do SindHosp que visa aumentar o acesso à saúde de forma sustentável e com equidade.

O estudo pode oportunizar melhorias de eficiência e qualidade na atenção da saúde no Estado de São Paulo, e coloca uma luz sobre temas relevantes e críticos do setor.

“Enquanto cidadãos, é nosso dever conhecer essas informações e dar apoio às nossas autoridades sanitárias para que as coisas aconteçam. O SindHosp busca entender mais a fundo como funciona a saúde no Estado de São Paulo, isso desde 2021, com o início da Proposta Saúde São Paulo, um estudo de 14 meses e mais de 100 entrevistados”, disse o presidente do Sindicato, Francisco Balestrin, na abertura do evento.

Dados

Com a apuração dos dados, observa-se que há um caminho importante de educação e convencimento a percorrer para que a Atenção Primária à Saúde (APS) se torne, efetivamente, a porta de entrada do sistema. Segundo a pesquisa, o acesso ao sistema de saúde ocorre de forma equivocada, em atendimento de média complexidade, e não pela atenção básica.

Embora 94% dos pesquisados saibam o que é uma UBS — Unidade Básica de Saúde (porta de entrada para a assistência básica), 70% dos entrevistados que têm plano de saúde e usam também o SUS, acessam o SUS pela UPA (Unidade de Pronto-Atendimento), enquanto 57% dos que não possuem plano acessam o SUS também pela UPA. Além de equivocado, esse acesso encarece o sistema.

O fato de quase 60% dos usuários SUS acessarem os médicos do setor público através das Unidades de Pronto-Atendimento (UPA), dado apontado na pesquisa, reafirma a necessidade de melhorar a resolutividade da APS, já que prontos-socorros e serviços de pronto-atendimento devem ser destinados a casos de urgência/emergência.

Segundo o levantamento, mulheres, pessoas que estão nas classes C, D e E e residentes no Litoral ou Interior são os principais usuários do SUS. Já os homens formam maioria entre os beneficiários do setor suplementar, além dos que se encontram nas classes A e B e residem na Capital paulista.

Quem tem plano, avalia melhor o SUS. Quase que a totalidade dos entrevistados utiliza o SUS para vacinação, que recebeu ótima avaliação na pesquisa.

Outro dado em destaque refere-se às Equipes de Saúde da Família (ESF). 36% dos respondentes afirmam que NUNCA foram atendidos por uma ESF, 21% já foram atendidos algumas vezes, 21% não sabem e apenas 22% afirmam ser atendidos SEMPRE pela ESF.

Por se tratar de uma importante porta de entrada para o sistema, a baixa percepção da cobertura da ESF no Estado de São Paulo carece de novas análises e maior entendimento.

Para o secretário de Saúde, Eleuses Paiva, os dados revelam objetivos não atingidos e clareiam pontos de atuação.

“É importante que a atenção primária em saúde se torne efetivamente a porta de entrada do sistema. Na prática, porém, a pesquisa mostra uma atenção primária com baixa resolutividade e isso é refletido nas UPAs. Estudos mostram que mais de 80% dos pacientes que procuram as UPAs poderiam ter seu problema resolvido na APS”, enfatizou.

Dificuldade de acesso

O maior problema apontado pela pesquisa está relacionado às dificuldades de acesso, quando o usuário precisa usar os serviços públicos de saúde. 83% dos entrevistados afirmam que já sentiram alguma dificuldade, e a maioria delas está relacionada ao tempo. A fila de espera foi o principal obstáculo alegado por 54% dos entrevistados, seguido do encaminhamento para a realização de exames (38%), assistência básica (24%) e direcionamento para um Ambulatório Médico de Especialidades — AME (22%). 

O longo tempo de espera para consultas, exames e indicação para tratamentos é a grande angústia para a maioria dos entrevistados e essas dificuldades são fatores que motivam os cidadãos a procurarem a rede privada.

Brechas assistenciais

Segundo Balestrin, presidente do SindHosp, a pesquisa mostra que existem brechas assistenciais importantes que precisam ser sanadas. “Importante repensar mecanismos de interação entre os sistemas público e privado com estímulos para uma maior integração e não replicação de estruturas, definindo de maneira mais clara e com incentivos estruturados o papel da saúde pública e privada para um melhor uso dos recursos disponíveis”.

“Importante repensar mecanismos de interação entre os sistemas público e privado com estímulos para uma maior integração e não replicação de estruturas, definindo de maneira mais clara e com incentivos estruturados o papel da saúde pública e privada para um melhor uso dos recursos disponíveis”.

O presidente compartilhou sua expectativa, como patrono do levantamento, de que todo o ecossistema da saúde e agentes políticos se unam em prol de resoluções e que possam garantir a sustentabilidade do SUS e do setor de saúde suplementar.

No fim do diálogo, o estudo foi entregue em mãos ao secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, e poderá servir como material de suporte para a implementação de medidas de conscientização, desenvolvimento de campanhas e para o aprimoramento da qualidade do atendimento à população.

O Mapa do Acesso da Saúde de São Paulo já está disponível para download, acesse aqui.

jornalismo na saúde

Jornalismo na Saúde é tema do Papo da Saúde – O videocast do SindHosp

Em poucos anos, importantes mudanças no setor da comunicação e da saúde aconteceram concomitantemente, todas com alto impacto na rotina e comportamento das pessoas. Na mídia, a informação compartilhada na internet ocupando o protagonismo dos veículos impressos. Na saúde, a pandemia fortalecendo a conscientização e o interesse da sociedade quanto o próprio bem-estar, a necessidade de ampliar o acesso aos serviços e o avanço da telemedicina, dentre tantos outros eventos. 

A discussão destas mudanças, bem como os temas empreendedorismo, trajetória, visão de futuro e networking foram pautas do 5º episódio do Papo da Saúde, com a jornalista especializada em saúde, Natalia Cuminale.

Natalia é criadora do Futuro da Saúde, startup de jornalismo que produz conteúdo digital em diversas plataformas, e realiza projetos customizados na área da saúde, atuando como palestrante e mediadora. Durante a conversa com o presidente do SindHosp, Francisco Balestrin, a jornalista contou que sentia falta de alguns debates sobre saúde e que isso serviu como combustível para empreender.

“A pandemia, de alguma forma, com toda sua gravidade, comprovou que o tema saúde vinha para ficar e se tornou interesse geral das pessoas. Isso precisava muito de uma tradução e contexto, e foi nesse cenário que surgiu o ‘Futuro’. Foi uma aposta naquilo que eu acreditava”.

No início do Papo, a jornalista compartilhou também que, na adolescência, quis ser médica, mas reconsiderou e optou pelo jornalismo. O ingresso no nicho saúde, entretanto, aconteceu por acaso, com a proposta de uma gestora no período em que atuou na Revista Veja, um dos marcos de sua carreira.

Quando questionada como será o futuro da saúde, respondeu:

“Acho que o Futuro da Saúde será um futuro com mais diálogo, a gente sabe que o setor é muito fragmentado e que vivemos um pouco do ‘cada um por si’, cada um lutando por seus interesses, mas o sistema da saúde não vai funcionar se as pessoas não se unirem por uma agenda em comum, isso pensando em setor. Pensando em sociedade, eu espero que, no futuro, as pessoas tenham mais consciência da própria saúde”.

Qual o legado que a Natalia Cuminale deixará?

“Que o Futuro da Saúde consiga aproximar as pessoas da saúde, trazendo mais acessibilidade”.

Assista ao Papo completo no YouTube do SindHosp e opine nos comentários da plataforma.

grupo técnico financeiro

SindHosp lança Grupo Técnico Financeiro

Visando desenvolver debates e estudos para avaliar e identificar oportunidades que melhorem a gestão financeira das instituições de saúde e garantam a sustentabilidade das mesmas, o SindHosp iniciou as atividades de um novo Grupo Técnico: Financeiro, no dia 5 de maio.

O primeiro encontro aconteceu na modalidade virtual e contou com mais de 30 participações, com a coordenação de Carolina Dantas, diretora de Pessoas, Controladoria e Finanças do Hospital Infantil Sabará.

Foram pautas da primeira reunião: 

  • Desfecho econômico e financeiro alinhado a missão da instituição prestadora de serviços, como forma de construir e de alcançar resultados sustentáveis e perenes ao longo do tempo;
  • Metodologia do balanced scorecard como sugestão para orientar o desempenho atual e focalizar o desempenho futuro da instituição prestadora de serviços;
  • Dimensão econômico-financeira com exemplo de alguns KPIs clássicos, e falando sobre os resultados desses KPIs no mercado a partir de fonte pública;
  • Estabelecimento de metas e formas de monitoramento, controle e melhoria contínua.

Carolina Dantas, coordenadora do GT, falou sobre o propósito do Grupo Técnico Financeiro. “O objetivo é contribuir com a melhoria da performance econômica e financeira das entidades representadas pelo SindHosp. As singularidades do mercado saúde em todas as suas dimensões requerem o fortalecimento dessa competência de gestão, que sem dúvidas será alcançado, através da atuação focada no desenvolvimento sustentável das organizações, de forma colaborativa e integrativa”.

“O GT Financeiro do SindHosp traz uma agenda focada no fortalecimento do desenvolvimento sustentável das organizações de saúde,” disse.

O coordenador dos grupos técnicos do SindHosp, Leandro Antunes, também reforçou que “os principais objetivos do GT financeiro são compartilhar melhores práticas entre eles e trabalhar em indicadores financeiros que auxiliem os representados em suas tomadas de decisões”. 

Cadastre-se!

Faça parte do GT Financeiro do SindHosp, efetuando um breve cadastro, e participe da segunda reunião.

CCT saúde

Firmada CCT Saúde de Franca e Região

Informamos que o SindHosp firmou Convenção Coletiva de Trabalho com o SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE FRANCA E REGIÃO, com vigência de 1º de março de 2023 a 29 de fevereiro de 2024.

Acesse a Convenção Coletiva de Trabalho, clicando aqui!

São Paulo, 11 de maio de 2023.

Francisco Roberto Balestrin de Andrade

Presidente

CCT Santo André e região

Firmada CCT com Sindicato dos Médicos de Santo André e Região

Informamos que o SindHosp firmou Convenção Coletiva de Trabalho com o SINDICATO DOS MÉDICOS DE SANTO ANDRÉ E REGIÃO – SINDMED-GABC, com vigência de 1º de setembro de 2022 a 31 de agosto de 2023.

Acesse a Convenção Coletiva de Trabalho clicando aqui!

Abaixo, exemplo de aplicação do reajuste escalonado:

Salário de R$ 6.000,00 em setembro de 2019, reajustado pela última Convenção Coletiva firmada:

3% em setembro de 2022 – R$ 6.000,00 x 3%=R$ 180,00, que somados aos R$ 6.000,00 resulta em R$ 6.180,00, a partir de 1º de setembro de 2022;

5% em fevereiro de 2023 – R$ 6.000,00 x 5%=R$ 300,00, que somados aos R$ 6.000,00 resulta em R$ 6.300,00, a partir de 1º de fevereiro de 2023, sem aplicação retroativa e sem sobreposição de percentuais;

8,83% em maio de 2023 – R$ 6.000,00 x 8,83%=R$ 529,80, que somados aos R$ 6.000,00 resulta em R$ 6.529,80, a partir de 1º de maio de 2023, sem aplicação retroativa e sem sobreposição de percentuais.

O referido percentual será aplicado aos salários até R$ R$ 14.174,44 e, acima desse valor, o critério será de livre negociação entre empregado e empregador.


São Paulo, 5 de maio de 2023.

Francisco Roberto Balestrin de Andrade

Presidente

brasil saúde

Saúde Brasileira: Equação Insustentável?

O SindHosp e a CNSaúde (Confederação Nacional de Saúde) convidam a participar do V Brasil Saúde – Congresso Brasileiro de Gestão em Saúde, com o tema: “Saúde Brasileira: Equação Insustentável?”, que acontecerá durante a Hospitalar 2023, em 25 de maio, às 9h.

Objetivo do Congresso

O objetivo do Brasil Saúde é proporcionar um espaço para a discussão de temas atuais e relevantes para o Sistema Nacional de Saúde, que contribua com percepções e perspectivas e orientem a definição das estratégias e o processo de tomada de decisões, capazes de impactar o futuro das organizações.

Um Congresso pautado no debate em torno da sustentabilidade, que buscará responder à pergunta: o sistema nacional de saúde é mesmo insustentável?

Discussões

A partir de uma análise macroeconômica, serão discutidos os gargalos impostos aos setores público e privado, as decisões dos poderes executivo e legislativo que impactam a sustentabilidade do sistema, bem como os maiores desafios relacionados com o financiamento e sistemas de remuneração.

“O Sistema de Saúde, em qualquer lugar do mundo, deveria focar sempre no acesso, na qualidade e no equilíbrio econômica-financeiro. Quando um destes elementos do tripé se desiquilibra, o sistema, como um todo, está ameaçado em sua Sustentabilidade. É o que discutiremos neste dia” – Francisco Balestrin, presidente do SindHosp.

“Os desafios da gestão em saúde são peculiares na realidade brasileira. Todos os limites e gargalos são importantes, mas é fundamental reconhecer os cenários econômico e político para que seja possível discutir a maior vulnerabilidade do sistema nacional de saúde, que é a necessidade dele se tornar sustentável. A ideia é que o evento seja um espaço de interação franca e profunda para a busca de novos caminhos e perspectivas nessa direção” – Dirceu Barbano, curador científico do Congresso.

“Quando todos os elos da cadeia produtiva da saúde reclamam, é um sinal claro de que o problema é sistêmico. Nosso evento, através do diálogo entre os diferentes atores: prestadores (públicos ou privados), operadoras e indústria, objetiva identificar os problemas e propor soluções conjuntas” – Breno Monteiro, presidente da CNSaúde.

Informações gerais

Data: 25 de maio de 2023

Hora: Das 9h às 17h

Local: Feira Hospitalar 2023 | Sala 203, mezanino – São Paulo Expo

Inscrições gratuitas

O evento é gratuito e as inscrições já estão disponíveis aqui. Participe desse dia de reflexões sobre a sustentabilidade da saúde brasileira, com o SindHosp e a CNSaúde.

saúde digital

Comunicação e informatização: os principais avanços e desafios da saúde digital

 “Usar o digital não é cumprir uma obrigação, é ter uma ferramenta assistencial”. A frase é do diretor de Relações Institucionais da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), Luis Gustavo Kiatake, que esteve na sede do SindHosp em participação no videocast Papo da Saúde, com o presidente do Sindicato, Francisco Balestrin.

Protagonizando o 4º episódio do Papo, o diretor compartilhou seu parecer sobre os principais avanços, benefícios e desafios da saúde digital, em tempos de informatização e com a tecnologia em ascensão no setor saúde.

Engenheiro por formação, Kiatake conta no início da conversa que escolheu o setor saúde para trabalhar, em busca de um propósito profissional e de vida. “Trabalhando na saúde a gente encontra propósito, e isso é gratificante!”

Quando questionado sobre os principais avanços da saúde digital, os quais promoveram o acesso à saúde ao longo dos anos, disse:

“A pandemia foi um divisor de águas. Já usávamos? Sim, fazíamos telediagnóstico, por exemplo, e a apropriação da tecnologia foi acontecendo de modo natural, mas não vejo a questão da informação nas discussões. As pessoas veem o registro como uma obrigação, acho que o profissional de saúde ainda não percebeu que usar a tecnologia não é uma obrigação e sim ter uma ferramenta assistencial”. 

Já nas discussões dos desafios, o especialista aponta a falta de disciplinas de tecnologia na graduação de medicina como um problema a ser avaliado.

“Não temos na graduação uma disciplina para isso, então, o médico aprende a como usar um bisturi, mas não aprende como usar um prontuário eletrônico, sua importância e como preenchê-lo corretamente. O prontuário é uma ferramenta clínica e não apenas um registro”.

Afirmando ainda que a saúde digital pode trazer muitos benefícios para a assistência.

“Para os gestores, por exemplo, a informatização é pré-requisito para sustentabilidade do setor saúde e para avançar com as mudanças almejadas nos modelos de pagamento. Esse objetivo não pode ser alcançado sem a informatização dos sistemas e, se está tão claro o que precisamos, por que não avançamos? Essa pauta é atual e emergente no setor, é importante que ela seja vista como uma necessidade para a sustentabilidade do próprio negócio de saúde

Padronização dos sistemas de informatização

Balestrin pergunta sobre a padronização dos sistemas de informatização. “Você acredita que as grandes mudanças e avanços da saúde digital exigem a movimentação pública para acontecer?”

“Não acho que as pautas tenham que vir exclusivamente do governo, mas infelizmente o setor de saúde não é articulado e coeso o suficiente para propor causas unificadas. É um trabalho possível a ser construído. Precisamos ouvir as visões das instituições que representam a saúde privada e criar uma proposta unificada”.

Sobre legados

Qual o legado que Luis Gustavo Kiatake deixará?

“O de que é possível construir uma saúde melhor utilizando a tecnologia de forma assertiva”.

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