19 de maio de 2016

Yussif Ali Mere Jr solicita abertura de diálogo a ministro da Saúde

O presidente da Federação e do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP e SINDHOSP), Yussif Ali Mere Jr, esteve na manhã desta quinta-feira, 19 de maio, com o recém nomeado ministro da Saúde, Ricardo Barros.

O ministro, que visitou a Feira Hospitalar, recebeu das mãos de Yussif uma carta de intenções. No documento, a FEHOESP pede abertura de diálogo com o ministério para propor mudanças em uma séria de portarias, de diversos órgãos, que podem reduzir custos, sem, entretanto, interferir na qualidade. Segundo Yussif, uma série de exigências, muitas vezes burocráticas, encarecem o sistema. Como obrigar novos registros de equipamentos médicos junto à Anvisa a cada pequena mudança de peças, ou requerer registros em cartórios para contratação de empresas terceirizadas.

Yussif afirmou que a Federação entregará uma relação de propostas de mudanças, e pediu um olhar mais flexível do ministério. Ricardo Barros, por sua vez, mostrou-se receptivo e afirmou que a pasta está, sim, aberta ao diálogo.

Após a visita, Yussif Ali Mere falou com a imprensa: TV Globo, SBT, rádio e TV Bandeirantes, CNT, Estadão, DCI, Rádio Nacional, revista Época, entre outros veículos.

Recepcionaram Ricardo Barros a presidente e fundadora da Hospitalar, Waleska Santos, o presidente da Associação Nacional dos Hospitais Privados (ANAHP), Francisco Balestrin, o coordenador do Comitê BioBrasil da Fiesp, Ruy Balmer, e o presidente da Abimo, Franco Pallamolla. 

Beia Carvalho: não basta ter ideias, é preciso engajar

O conceito de inovação foi o grande tema debatido no 11º Congresso Brasileiro de Gestão em Clínicas de Serviços de Saúde, realizado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde (Iepas), durante o terceiro dia (19 de maio) da Hospitalar 2016 Feira + Fórum. Na abertura do evento, José Carlos Barbério, presidente do IEPAS, destacou que o tempo de inovar é agora. “Nossa geração compreende que agir agora pode salvar as próximas gerações, por isso não há mais tempo a perder.” 
 
A primeira palestra “Preparar – Inovar ou Morrer”, de Beia Carvalho, presidente da 5Years from now, trouxe explicações sobre como as mudanças rápidas e caóticas dos últimos anos na tecnologia e na relação entre as pessoas e empresas trouxe desafios. “O jogo mudou e nós como executivos e gestores precisamos entender que o mundo deixou de ser complicado para se tornar complexo”, explicou. “Assim, saímos de uma era em que o mais fácil era mandar e passamos para um tempo em que é preciso engajar. Mas não basta ter ideias, é preciso muito suor para colocá-las em prática para que sejam efetivamente inovadoras.”    
 
O primeiro case apresentado no dia dentro do tema “Apontar – Como e onde estão aqueles que inovam ?” foi “Inovação para clínicas de serviços de saúde – Quais os ganhos para sua empresa”, palestra de Gustavo Campana, diretor executivo da DLE Medicina Laboratorial. Campana mostrou um pouco da gestão da empresa especializada em soluções diagnósticas para doenças raras. “Nosso modelo de negócio tem como foco a complexidade laboratorial com especialização e diferenciação, pois esse setor exige atualização constante e investimento para continuarmos em destaque no mercado.”
 
 
Foto: Leandro Godoi

Negócios inovadores trazem facilidades para médicos e pacientes

Durante a mesa-redonda “Apontar – Inovação para clínicas de serviços de saúde – Cases de Sucesso”, realizada nesta quinta-feira, 19/05, durante a Feira e Fórum Hospitalar 2016, os participantes tiveram acesso a cases bem-sucedidos na área de saúde que se destacam pela comodidade que trazem para os pacientes, ao mesmo tempo em que resolvem velhos problemas dos médicos como ociosidade nos consultórios e demora para pagamento das operadoras de saúde. “Os vários exemplos de aplicativos que as pessoas  usam hoje em dia mostram que os consumidores e pacientes querem soluções eficientes e precisamos ficar atentos a esse movimento para atender a esses anseios”, afirmou Rafael Gordilho, da empresa Live Healthcare Media. 
 
Marcus Vinícius Gimenes, cirurgião vascular e presidente da Consulta do Bem, além de apresentar o seu aplicativo que une pacientes a médicos, explicou como surgiu a ideia e os resultados que ele tem trazido aos clientes. “O aplicativo surgiu da necessidade de prestar serviço de qualidade a preços mais acessíveis e diminuir o tempo ocioso nas clínicas. Em nossas pesquisas, temos visto que muitos pacientes têm tido acesso às consultas e que os consultórios têm conseguido uma melhora em seus fluxos de caixa, além da diminuição de faltas às consultas.”
 
Já João Alkimin, da empresa Vitta, destacou que seu projeto busca unir consumidores que fazem pesquisas na internet sobre doenças aos profissionais de saúde que precisam melhorar processos de gestão. “Além de colocarmos os médicos entre os melhores resultados de busca do Google, com metodologias éticas, temos contribuído para integrar prontuários médicos com sistemas financeiros e agilizado todo o processo.” 
 
 
Foto: Leandro Godoi

Comitê Estratégico de Compliance da Anahp faz pesquisa com hospitais membros

Compliance ganha cada vez mais força dentro das corporações brasileiras e o setor de saúde não está alheio. Pelo contrário: a Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) realizou ontem, (18/5), na 23ª edição da Hospitalar, o seminário "Compliance – Desenvolvimento no Mercado Brasileiro de Saúde". Na abertura, Francisco Balestrin, presidente do Conselho da entidade, destacou que o desafio é modificar o setor de saúde da melhor forma possível, dentro de um ambiente de sustentabilidade, de qualidade, de segurança e de compliance – dentro da amplitude do seu significado que vai da conduta ética, ao cumprimento dos resultados à boa governança.
 
A importância do conceito dentro do processo de modernização do setor e o trabalho que a Anahp desenvolve para fomentar sua implementação foram tratados por Viviane Miranda, da diretoria de Auditoria Gestão de Riscos e Compliance do Hospital Israelita Albert Einstein (SP) e membro do Comitê Estratégico de Compliance da Anahp, no painel "Compliance – Uma iniciativa Anahp para o setor hospitalar". Ela detalhou os objetivos do Comitê, que se baseiam em estratégias, políticas, normas e procedimentos para a difusão e adoção da cultura de compliance no âmbito corporativo e clínico das instituições membro da Anahp.
 
Viviane Miranda ainda informou que o Comitê Estratégico de Compliance da Anahp iniciou uma pesquisa que avaliará como estão os hospitais membros na prática do compliance, para definir os caminhos a serem seguidos, assim como, as frentes que devem ser priorizadas. Outra ação do Comitê será a formulação do Risk Assessment com todos os hospitais membros, para analisar quais são os pontos críticos e, assim, traçar a melhor forma de atuação no setor de saúde.
 
Moderado por Otávio Gebara, diretor clínico do Hospital Santa Paula, o segundo painel "Compliance – Cases de Sucesso", contou com a participação do diretor de Compliance da Siemens, Reynaldo Goto, que iniciou dizendo que o Brasil vive um momento interessante, de grandes transformações. Também ressaltou que a Siemens não se considera um case de sucesso em compliance, mas possui um sistema adequado aos seus riscos.
 
Goto ressaltou que o mais importante em um programa de compliance é a análise dos riscos, todo o processo deve ser iniciado por ela e a Siemens a faz em cada um dos segmentos que atua. "É difícil mapear risco em compliance, pois é muito ingrato perguntar às pessoas se elas são íntegras. Conforme algumas pesquisas, apenas metade das empresas tem riscos mapeados e menos de 30% mapeiam riscos de compliance", observou.
 
Por sua vez, Florence Oliva, gerente executiva de Auditoria Interna e Controles Internos da Beneficência Portuguesa de São Paulo, contou a experiência de implementar o programa de compliance na instituição. Ela frisou que não é tarefa fácil, pois trata-se de inserir uma cultura em uma empresa com 156 anos de existência.
 
Mas o desafio foi aceito mesmo tendo que falar sobre ética e atendimento a regras internas e externas para 2 milhões de pacientes e seus acompanhantes, 3 mil médicos de corpo clínico, 3.700 associados e colaboradores. Como o Beneficência Portuguesa de São Paulo sempre teve um propósito de valorizar a vida e os valores, o trabalho não se iniciou do zero.
 
A vontade de ser compliance deve começar pela alta administração, de acordo com Florence, como isso existe no hospital, o processo de implantação do programa iniciou com o pleno entendimento do negócio, seus riscos, e onde se quer chegar. "Com base na percepção de modelo de classificação de processos e com base na identificação dos riscos, elaboramos um plano de auditoria que nos auxilia muito".
 
Claudia Scarpim, diretora executiva da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Implantes (Abraidi), que lançou, em 2015, o Ética na Saúde, acordo setorial de dispositivos médicos, afirmou que a Associação tem sim um case de sucesso, pois tem obtido uma mobilização importante dentro do setor, graças ao movimento iniciado após a denúncia da máfia das próteses, em 2015, e que resultou no Instituto Ética na Saúde que ganhou vida própria, tem uma ação de mobilização de compliance integrado, mas não substitui as iniciativas das empresas e dos prestadores de serviços, apenas as complementa.
 
"O Ética na Saúde é um indutor da mudança de paradigma no setor da saúde, por meio da organização de um mecanismo de autorregulação da conduta dos signatários, para definir regras claras entre as empresas que participam do acordo e, assim, prevenir e controlar todas as formas de corrupção e suborno", salientou Claudia.

Noite homenageia médicos que fazem a diferença

O Jantar da Hospitalar 2016, promovido na noite de quarta-feira, 18, no MuBE, fundiu-se numa grande homenagem aos médicos. Receberam prêmios profissionais que se destacaram por trabalhos distintos, mas que se cruzam em seus caminhos.

Adriana Melo, médica de gestações de alto risco da maternidade pública de Campina Grande, foi a primeira a apresentar provas da relação entre o vírus da zika e os crescentes casos de microcefalia na região, em novembro de 2015. Ela recebeu o prêmio Walter Schimidt, concedido pela Fanem.

Adriana levou um dia para achar uma solução para o enigma que intrigava as autoridades de saúde do Nordeste desde agosto, mas demorou quase dois meses para que conseguisse colocar em prática sua ideia. Neste período, conta, conviveu com reprovações de companheiros de jaleco, foi tachada de arrogante e alarmista.

Em seu discurso de homenagem, Adriana ressaltou o fato de ser nordestina e receber um prêmio em São Paulo. “Isso me faz ter esperanças de que vale a pena lutar por mudanças neste país”. Ela ainda dedicou o prêmio a duas de suas pacientes, com as quais os estudos sobre o zika iniciaram.

Já o Prêmio Hospitalar Personalidade do Ano na área da Saúde, concedido pela Hospitalar e pelas entidades parceiras – incluindo o SINDHOSP  e o IEPAS – foi para o médico neurocirurgião Paulo Niemeyer.

Pelos seus trabalhos prestados especialmente no Instituto Estadual do Cérebro, no Rio, o médico foi eleito para receber a comenda, entregue todos os anos a pessoas que contribuem para uma medicina mais digna, humanizada e ética.

Segundo Paulo, atuar no Instituto Estadual do Cérebro é o que lhe dá maior satisfação na vida. O projeto, pioneiro no Brasil, realiza mais de mil cirurgias cerebrais de alta complexidade. Recentemente, transformou-se no centro de referência para atendimento à microcefalia para o Brasil e a América Latina.

Waleska Santos destacou o espírito acolhedor de Niemeyer, que "inspira" as futuras gerações de médicos. "Como médica, sou praticamente uma tiete do trabalho e do pensamento de Paulo".

Sistema Lean: visualizar problemas ajuda a resolvê-los

Um modelo de gestão que tem entre seus fundamentos visualizar os problemas para buscar soluções e consertar defeitos em vez de transferi-los. Assim é o Sistema Lean de Gestão, apresentado por Carlos Frederico Pinto, CEO do Instituto de Oncologia do Vale, na palestra “Como preparar sua empresa para o futuro”, apresentada no 11º Congresso Brasileiro de Gestão em Clínicas de Serviços de Saúde durante a Hospitalar 2016 Feira +Fórum, nesta quinta-feira (19/05) em São Paulo.

“O Lean, criado na montadora Toyota para produção de automóveis, é muito difundido no exterior e a gestão visual consiste em fazer quadros em que as equipes possam ver de forma concreta e clara os problemas, as soluções propostas e o andamento, tudo separado por cores e respeitando o que é definido em reuniões com equipes”, explica. O mesmo sistema tem sido útil, segundo ele, para separar guias dirigidas para casa tipo de doença, etiquetar medicamentos de acordo com sua finalidade e, ainda, para controlar o fluxo dos estoques de medicamentos e insumos. 

 

Foto: Leandro Godoi 

Empatia é uma das chaves do Design Thinking

O design thinking é definido como a inovação centrada nas pessoas e foi o tema da palestra de encerramento do 11º Congresso Brasileiro de Gestão em Clínicas de Servicos de Saúde realizado nesta quinta-feira (19/05) em São Paulo e promovido pelo Instituto de Ensino e Pesquisa na Área de Saúde (Iepas) durante a Feira + Fórum Hospitalar 2016. “Esse conceito é uma abordagem prática para a solução de problemas com um olhar mais humano”, explica Mário Rosa, que apresentou a palestra. “Normalmente, ao pensar em inovação, as empresas pensam em primeiro lugar se a ideia é tecnicamente possível e financeiramente viável, mas, seguindo os preceitos do design thinking, a primeira coisa a se pensar é se é desejável pelas pessoas interessadas e beneficiadas pelo conceito.”

Rosa apresentou cases bem-sucedidos de design thinking ligados à área da saúde: no caso da companhia GE,  a adaptação de uma máquina de ressonância magnética para um navio pirata apenas com o uso de adesivos. “O objetivo era tornar a experiência menos traumática para crianças, pois elas não conseguem ficar imóveis para realizar o procedimento, mas por meio da fantasia elas ficam bem paradas para escapar dos vilões imaginários”, explicou. Outro case de destaque foi a criação de um dispositivo de aquecimento de bebês para crianças recém-nascidas que estavam morrendo por falta de cuidados na África. ”A inovação só foi encontrada quando os pesquisadores se envolveram pessoalmente com a realidade daquelas pessoas”.

Foto: Leandro Godoi

Inovação precisa de planejamento para agregar valor

No segundo dia do Congresso Internacional de Saúde de Serviços de Saúde (CISS), realizado durante a 23ª Hospitalar, como a capacidade de produção, desenvolvimento e inovação da indústria de produtos médico-hospitalares está afetada pela economia foi o tema do primeiro debate. 
 
Tecnologia e inovação trazem melhorias continuas e incrementos para as empresas de saúde. Também traz resultados satisfatórios e segurança para os pacientes. Porém, de acordo com Alessandro Ferreira, diretor comercial do Grupo Hermes Pardini – primeiro laboratório de apoio a realizar o teste molecular para detecção do zika vírus -, precisa de estratégia e planejamento, caso contrário pode prejudicar os processos. “A estratégia de inovação preciosa ser pensada porque tem de trazer benefícios e agregar, com critérios, valor clínico para a instituição e para o paciente.”
 
Ferreira disse que os investimentos em novos processos na saúde devem contínuo, mas sempre pensando na melhoria dos processos e na gestão dos projetos para ter um retorno sustentável. “Tecnologia sem estabilidade traz inoperabilidade. Os indicadores são fundamentais para permitir a gestão dos processos, se serão mais ou menos rentáveis.”
 
O português Victor Herdeiro, presidente do Conselho de Administração do Hospital Pedro Hispano, afirmou que financiamento de tecnologias em saúde deve ter como prioridade os cuidados primários. “É preciso mudar o paradigma que tecnologias são para novos procedimentos. O cuidado integral do paciente desde cedo é o que faz a diferença até mesmo no momento de investimentos futuros para a sociedade.”
 
 
Foto: Roger Soares

Tecnologia médica pode impactar a segurança do paciente

O setor da saúde vive uma época de mudanças, e a tecnologia, que tem o potencial de melhorar a qualidade e a segurança da atenção, ao mesmo tempo em que reduz custos, evolui rapidamente, mudando a forma como os médicos exercer a prática. De acordo com o gerente de Relações Institucionais e Serviços Médicos da Noble companhia de Seguros da Argentina, Fabian Vítolo, a medicina do século 21 alcançou graus de efetividade até então inimagináveis. No entanto, é mais complexa e mais perigosa. “Para a segurança do paciente, a tecnologia pode ser uma faca de dois gumes. Pode trazer benefícios, mas muitos malefícios também, principalmente no que se refere ás lesões acidentais e erros médicos.”
 
Um estudo inglês comprovou que o erro médico é a terceira causa de morte no mundo e que o uso de tecnologia desnecessárias contribuem para os eventos adventos. “As vezes esses perigos são resultado de problemas relacionados com a informática, outros por inadequada ponderação dos fatores sociais que determinam seu uso, ou podem provir de problemas intrínsecos às equipes,“ explicou Vítolo, lembrando que ”inovação é bem-vinda, mas com ponderação”. 
 
Foto: Roger Soares
 
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